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Workshop BeefPoint Pecuária de Cria: acompanhe os melhores momentos

No dia 22 de outubro, o BeefPoint realizou em São Paulo/SP, o Workshop BeefPoint Pecuária de Cria. O objetivo do workshop foi discutir, divulgar, explicar e acelerar a adoção de tecnologias que permitam produzir: mais bezerros, melhores bezerros (genética) e bezerros mais pesados de forma economicamente viável, com o mesmo número de vacas, na mesma área. A equipe BeefPoint transmitiu o evento ao vivo através do Twitter do BeefPoint, informando em tempo real aos usuários os principais assuntos que estavam sendo discutidos pelos palestrantes. Veja os melhores momentos dessa transmissão.

No dia 22 de outubro, o BeefPoint realizou em São Paulo/SP, o Workshop BeefPoint Pecuária de Cria. O evento aconteceu no Centro Imigrantes, em parceria com o Agrocentro.

O objetivo do workshop foi discutir, divulgar, explicar e acelerar a adoção de tecnologias que permitam produzir: mais bezerros, melhores bezerros (genética) e bezerros mais pesados de forma economicamente viável, com o mesmo número de vacas, na mesma área.

A equipe BeefPoint transmitiu o evento ao vivo através do Twitter do BeefPoint, informando em tempo real aos usuários os principais assuntos que estavam sendo discutidos pelos palestrantes. Veja os melhores momentos dessa transmissão:

Miguel da Rocha Cavalcanti, coordenador do BeefPoint, deu início às apresentações do Workshop com a palestra “Tendências e perspectivas da pecuária de cria no Brasil”. Ele inicia sua palestra destacando os elos da cadeia da carne: genética, cria, recria-engorda, abate. Todos dependem da cria, afirma Cavalcanti.

“O mundo sabe que produzir um bezerro (boi, carne), é caro, difícil e demorado, assim nosso produto será valorizado”, comenta Cavalcanti. E completa que com a demanda de carne crescendo no mundo, a demanda por bezerro também será crescente.

Miguel lembra que setor de cria também sofrerá pressões no assunto preservação ambiental, nesse sentido a sustentabilidade tem que estar na agenda. Segundo ele até hoje a produção de bezerros cresceu através do aumento de área, abertura de novas áreas, isso não vai mais acontecer devido a pressão contra o desmatamento, então precisamos pensar em como aumentar a produtividade dentro da mesma área existente hoje.

O palestrante afirmou que setor de produção de bezerros é o elo da cadeia que tem mais espaço e potencial para crescimento, ressaltando que o grande desafio da cria não é a questão da demanda em si, e sim necessidade de produzir mais bezerros, melhores bezerros e mais pesados, com a mesma quantidade de vacas.

Um participante perguntou para Miguel da Rocha Cavalcanti o que ele espera do setor de recria. “Acho que é uma atividade em extinção. O uso de tecnologia e a redução do ciclo de produção devem acabar com o boi magro”.

Na segunda palestra Ivan Wedekin, da BM&FBovespa, fala sobre o ciclo pecuário (Entenda como funciona o ciclo pecuário).

Wedekin: o mercado é nosso patrão, mas não é confiável. Então temos que analisá-lo e acompanhá-lo sempre. Ele comenta que as diferenças de preço entre safra e entressafra devem diminuir com o tempo, frisando que os preços da arroba também tem influência do ciclo pecuário.

Segundo Wedekin, quem manda no boi é a vaca, pois além da produção de bezerros um dia ela irá para o abate, influenciando o mercado.

“Com o plano Real, temos uma maior estabilidade dos preços, onde muitos diziam que os ciclos do boi tinham acabado. Na realidade o que tivemos foi um ciclo muito longo”, comenta Wedekin.

José Vicente Ferraz, da FNP, falou sobre o que esperar do mercado de bezerros e garrotes nos próximos anos.

A cria tem grande influencia no preço da arroba. Quando a produção de bezerros é alta a oferta de boi gordo aumenta, aponta Ferraz. “Mas o contrário também é verdadeiro, quando a arroba está em baixa, a cria fica desestimulada e se aumenta o abate de matrizes pressionando os preços do boi gordo. Essa é a dinâmica do ciclo pecuário”.

Os preços de bezerros e garrotes influenciam o mercado do boi. Pela lógica do ciclo deveríamos ter preços em alta, neste momento. Mas isso não está acontecendo. Não está acontecendo devido a fatores externos (queda na demanda externa), forçando o frigorifico a pressionar os preços. Essa queda tem acontecido, principalmente, em função de perda de mercados, causada pelo câmbio, aponta Ferraz.

Analisando o ciclo e a evolução da demanda, devemos ter aumento na produção, um possível recuo nas exportações gerando maior oferta no mercado interno. Isso deve influenciar os preços do boi gordo e posteriormente os preços do bezerro, com pequeno recuo e estabilização em 2011/12.

José Carlos Hausknecht, ministrou a palestra, “Com os preços do bezerro mais altos, o que deve mudar na produção de boi gordo, a pasto e confinado?”

Ele iniciou a apresentação falando da relação invernista x criador, ou seja, quando os preços do boi caem, o invernista pressiona os preços do bezerro para tentar manter suas margens. “O contrário também acontece e parte do ganho de rentabilidade é passado ao criador. Isso é natural, precisamos conviver com esta relação”.

Segundo Hausknecht, o preço do bezerro influencia os custos de produção da cadeia. Ele afirmou que a influência no custo de produção no sistema a pasto é maior do que num sistema intensivo (confinamento). “Num sistema de produção é a pasto o preço do bezerro é mais importante”.

Para o invernista/confinador conseguir aumentar sua rentabilidade ele precisa de animais com genética melhor. Assim ele pode pagar mais por um animal que terá maior potencial de ganho de peso, comenta José Carlos Hausknecht. Ele ressalta que a genética é onde se tem mais potencial para melhorar a rentabilidade da engorda. “Com melhora na nutrição e outras técnicas os ganhos são menores”, completa.

Respondendo a uma pergunta da platéia, Hausknecht comentou que de acordo com o ciclo pecuário, a baixa deveria acontecer em 2010/211. A baixa que estamos vendo agora deve ser creditada a crise.

Ferraz, da FNP, concordou ressaltando que a pressão sobre os preços é reflexo da variação do câmbio.

Julio Barcellos, Nespro UFRGS, proferiu a palestra: Cenários e Alternativas Sistêmicas para a Cria no Brasil. Ele iniciou sua apresentação lembrando que existem diferenças entre os diversos tipos de cria e ressaltando que quando se analisa uma atividade de ciclo completo, as ineficiências ficam diluídas em todo o ciclo, já numa atividade que visa apenas vender bezerros, esses problemas pesam mais nos resultados finais do sistema.

Barcellos frisou que a atividade de cria está sempre diante da situação preço do boi bom ou preço do boi ruim, e o preço do bezerro é influenciado por isso. “Por incrível que pareça, quando o preço do bezerro está barato a atividade fica pior para o invernista. Pois neste momento, muitos oportunistas entram na atividade causando desequilíbrio no mercado que deixa de valorizar a eficiência”.

Segundo ele, existem basicamente 2 tipos de cria, extensiva e tecnificada. A tecnificada utiliza alta tecnologia e consequentemente tem alto custo. Assim, segundo Barcellos, esse bezerro precisa ser mais valorizado e ter um preço maior. Para ter um sistema eficiente ele afirma que é preciso planejar a atividade, não especular na venda, repor em épocas favoráveis e aumentar escala de compras, para conseguir melhores preços.

Benefícios quantificados do uso da genética de qualidade no aumento da produção e lucratividade, foi o tema da apresentação de Luis Adriano Teixeira, da CFM. “O que eu gostei de ver é hoje temos um número grande de produtores no evento e isso é bom para levar os avanços de tecnologia para o campo”, apontou Luis Adriano.

“A CFM, nasceu do Grupo Anglo (Frigoríficos) e da necessidade de fornecer matéria-prima em qualidade e padronizada para a indústria. A produção de touros da CFM começou devido a necessidade de conseguir touros selecionados para produção que a fazenda precisava, isto em 1980, assim nasceu nosso programa de seleção de bovinos, com o intuito de atender à necessidade da empresa”.

Luis Adriano perguntou: Porque investir em genética? Segundo ele a melhor resposta seria: “Porque a gente quer fazer mais dinheiro com a atividade pecuária. Pois a fazenda é um negócio e tem que dar dinheiro”. Ele reforça que o investimento em genética é a base de uma pecuária forte.

Estudo de caso do uso de cruzamento industrial na cria e seus resultados técnicos e econômicos, Gabriela Giacomini, Composto Montana

Giacomini começa explicando que programa Composto Montana busca através do melhoramento genético e dos cruzamentos produzir bezerros pesados e precoces, com boas qualidades de carcaça. Ela apresentou os resultados da Fazenda Terra Preta (pantanal), que trabalha com cria e recria. Onde o Montana apresentou ótimos resultados.

Ivo Bianchin falou sobre Controle da verminose em bezerros de corte: influência no ganho de peso à desmama. “O que determina uma maior infestação é a precipitação pluviométrica e umidade de cada região, ou seja, a contaminação depende das chuvas. A contaminação de parasitas vai causar problemas ao desempenho do animal, reduzindo o consumo de alimentos e o ganho de peso”.

Bianchin lembra que a maioria dos animais apresenta verminoses subclínicas, ou seja, não apresentam sintomas. “Para não perdermos dinheiro com o uso de anti-helminticos precisamos utilizar o controle estratégico de parasitas”.

O palestrante afirma que é preciso focar no tramamento das categorias que precisam e que melhor respondem ao uso dos medicamentos, para evitar resistência e desperdícios, “tratar verminose de vacas é jogar dinheiro fora, pois não melhora em nada o desempenho dos bezerros. Com a alta do preço dos bezerros (agora negociados por kg) e a necessidade de reduzir a idade do abate, o tratamento na desmama ganha importância”.

Humberto Tavares falou sobre Produção Industrial de Bezerros. “É necessário aumentar a produção? Com pequenos esforços podemos melhorar a atividade de cria, mas para isso é preciso que as matrizes precisam ser adaptadas às características de cada região e de cada sistema”. Tavares afirma que em sistemas com alta disponibilidade de alimento e baixo estresse ambiental podemos trabalhar com vacas maiores, com maior produção de leite, por exemplo.

De acordo com dados apresentados por ele, fêmeas e machos têm exigências diferentes, “assim a vaca ótima não a irmã do boi ótimo”. Ele completa afirmando que para conseguir sucesso em um sistema de cria podemos optar por uma seleção de animais “nem lá nem cá”, produzindo bezerros medianos, ou trabalhar com seleções específicas para produção de machos e fêmeas.

O palestrante lembra que antes quem desejava trabalhar com tecnologia na pecuária de cria usava: estação de monta, seleção e descarte de fêmeas e touros melhoradores. “Hoje já conseguimos utilizar IATF e sêmen sexado para melhorar nosso rebanho, garantindo melhora na produtividade.

Tavares mostrou resultado conseguidos em sua propriedade, onde ele seleciona novilhas com melhor aptidão materna, utilizando sêmen sexado de touros que transferem precocidade e aptidão maternal para produzir novilhas. “Na vacada “comercial”, utilizamos touros destinados a produção de carne, uma boa opção pode ser o cruzamento industrial”.

Segundo ele fazendo este diferimento na hora dos acasalamentos, a expectativa é melhorar a fertilidade, aumentar a taxa de lotação, conseguir animais de descarte com abate mais precoce, e vacas mais precoces.

Um participante do Workshop perguntou a Humberto Tavares: Se eu descarte a cabeceira do meu rebanho, não vou eliminar a mãe de bezerros pesados?

Humberto respondeu que com certeza sim. “Mas se eu segurar essa vaca ela vai ser uma matriz grande e tardia, consequentemente consumindo muita forragem. É melhor segurar uma matriz de menor porte e mais precoce, que irá produzir mais bezerros por área. Além disso, matrizes menores poderão produzir bezerros mais pesados se acasaladas com touros com forte aptidão de produzir animais de corte (mais pesados).

Miguel da Rocha Cavalcanti perguntou a Humberto Tavares qual ele acha que vai ser a mudança na fazenda após o uso dessas novas tecnologias. Tavares afirma que primeiro irá racionalizar o uso dos touros, melhorando a seleção do rebanho. “Com certeza a seleção será mais direcionada, usando as matrizes mais precoces para produzir matrizes e touros ainda mais precoces, conseguiremos produzir animais que serão abatidos mais cedo, com maior produtividade.

Alexandre Pedroso, da Esalq/USP, iniciou o 3º bloco de palestras apresentando: “Viabilidade da suplementação de bezerros pré-desmama”. “Quando falamos em pecuária de cria o que interessa é o número de bezerros desmamados/vaca”, comenta Pedroso. Segundo ele, as variações de preço do bezerro precisam ser levadas em conta para a tomada de decisão na hora de planejar um programa de nutrição.

“Entendendo que o manejo alimentar do rebanho é um dos principais determinante do sucesso da atividade, essa ferramenta deve ser bem planejada. O creep-feeding é uma ferramenta interessante para a suplementação de bezerros, garantindo maior peso a desmama, maior uniformidade, menor stress, antecipação da desmama e adaptação à suplementações posteriores”. Porém, Pedroso lembra que existem algumas desvantagens sendo que a literatura traz resultados pouco consistentes, custo do ganho pode ser muito alto, é preciso um manejo específico e existe o risco de aplicar uma suplementação desnecessária.

Assim ele reforça que antes de implantar essa tecnologia é preciso avaliar custos, preços de venda dos bezerros, desempenho esperado e buscar uma conversão adequada.

“O Uso do creep não reduz o consumo de leite, mas pode ajudar o desempenho das matrizes, pois diminui a ingestão de forragem dos bezerros. Com os bezerros comendo menos, sobra mais pasto para as vacas, melhorando seu desempenho”.

Pedroso apresentou dados americanos sobre a viabilidade econômica da suplementação, chamando a atenção para o custo do quilo ganho e para a conversação alimentar dos bezerros. “Esse ponto irá definir se o projeto vai dar dinheiro ou não, é preciso analisar cada projeto e suas peculiaridades. É importante lembrar que o sucesso também está ligado ao preço do bezerro, qualidade do alimento (pastagens), genética e potencial dos bezerros”.

Como as tecnologias da reprodução conseguem produzir mais bezerros, com melhor genética e mais pesados, foi a palestra apresentada por Pietro Baruselli, FMVZ-USP. “Não podemos esquecer que a cria é o principal elo da cadeia da carne, mas que até pouco tempo não tinha sua importância reconhecida”.

Segundo Baruselli, a qualidade dos bezerros está ligada ao melhoramento genético e a principal ferramenta para melhorar o rebanho é a inseminação artificial, que pode ser vista como a chave para melhorar a eficiência. “No entanto o rebanho brasileiro inseminado representa apenas 6% da matrizes em reprodução no país”.

O palestrante afirmou que o criador pensa 10 vezes antes de investir em inseminação, porque é muito difícil observar cio e existem muitos riscos de se aumentar o intervalo entre partos, diminuindo o número de bezerro produzidos por ano e causando problemas à rentabilidade da atividade. ” Para evitar esses problemas podemos melhorar o manejo e a observação de cios, ou utilizar a sincronização de cios. A inseminação artificial em tempo fixo (IATF) já foi bastante estudada e é uma técnica que está disponível no mercado com bons resultados”, reforça Baruselli.

“O ideal é trabalhar com 12 meses de intervalo entre partos, se aumentar o intervalo em 1 mês, perdemos 10% da eficiência reprodutiva, agora imaginem o problema do Brasil, que tem média de 17 meses de intervalo entre partos”. Segundo ele a IATF proporciona prenhezes precoces. Com 21 dias de estação de monta é possível emprenhar de 60% a 75% do rebanho e o restante é repassado com touro. “Além de disso pode racionalizar o uso de genética melhoradora. Dizemos que a IATF é uma linha de montagem de prenhezes”, completa Baruselli.

Essa tecnologia pode garantir melhora na produtividade, aumentar o número de bezerros produzidos por ano e melhorar a qualidade dos bezerros, finaliza.

Juliano Kummer, médico veterinário da Intervet Schering-Plough, falou sobre a influência da mão de obra no resultado dos programas de sincronização. “Usando as palavras do Humberto Tavares, queria ressaltar que a IATF é uma realidade no Brasil e seu crescimento é impressionante. Esse aumento traz preocupações quando à qualidade da mão de obra envolvida com este trabalho”. Juliano comenta que a sanidade, nutrição e genética já estão bem desenvolvidas e qualquer um pode comprar esses pacotes tecnológicos, dessa forma, ele reforça, “precisamos cuidar das pessoas e dos processos envolvidos para garantir o sucesso do projeto”.

Kummer lembra que além da mão de obra é preciso avaliar as condições de trabalho e qualidades das estruturas, sem esquecer do estímulo aos funcionários. “O desempenho da mão de obra influencia muito no resultado do programa de IATF. Assim é preciso treinar os funcionários e garantir que a mão de obra que participa de todas as etapas processo está qualificada para o trabalho.

Cássio Rodrigues Vieira, da Exagro, apresentou o tema “Parâmetros e indicadores para avaliação produtiva e econômica em pecuária de corte”. O palestrante começou sua apresentação ressaltando que o objetivo final da atividade deve ser aumentar a produtividade. “Essa produtividade será influenciada pelo custo e receita, a diferença entre esses fatores irá garantir o sucesso ou não”.

Vieira mostrou como avaliar dados de desempenho de projetos agropecuários frisando que é necessário trabalhar sempre com dados padronizados (indicadores pré estabelecidos). “Só assim poderemos comparar diferentes sistemas ou comparar resultados entre os anos, na hora de uma tomada de decisão.”

“Aumento de Rentabilidade da Cria com Redução Estratégica da Taxa de Prenhez” foi assunto apresentado por Leonardo Brant, Médico Veterinário, consultor sócio da Exagro.

“Quais são os fundamentos para dizer que diminuindo a taxa de prenhez se ganha mais dinheiro?” O palestrante embasou essa afirmação garantindo que com essa técnica se consegue aumento da taxa de lotação nas águas, melhor uso da forragem, desmama precoce e venda das vacas vazias, liberação de pasto na seca, aumento da produção de arrobas, retenção de desmama de fêmeas, “nesse sistema podemos reter um número maior de fêmeas com alto potencial”, comentou Brant. Além disso é possível ter uma recria mais eficiente de fêmeas, potencializando o aumento da lotação no período das águas, “ou seja só teremos animais com alto potencial genético e produtivo”.

Ele lembra que se a estação de monta não estiver bem definida as vacas vão parir no final do período aumentando a taxa de lotação na seca, “ou seja, nesse sistema aumenta o abate de vacas vazias, diminuindo a taxa de lotação na seca e melhorando o desempenho do rebanho nas águas”.

“O preço do bezerro não está sob nosso controle, porém podemos controlar a nutrição e reprodução para realizar as vendas num melhor momento. Com maior disponibilidade de pasto é possível esperar o melhor momento para a venda do bezerro”.

Como a nutrição de vacas a pasto pode aumentar a produtividade e rentabilidade da cria?, Luciano Calegaro Nussio, técnico da Bellman. “Num cenário clássico temos perda de peso, baixo consumo, balanço energético negativo e anestro, após o parto”, afirmou Nussio. “Assim o manejo nutricional deve buscar aumento dos índices reprodutivos, para aumentar a produção de carne e conseguir tirar o máximo de produção das vacas”.

Pensando dessa forma o palestrante lembra que utilizando técnica nutricionais que garantam que as vacas emprenhem no inicio da estação de monta aumenta a chance de conseguir 1 bezerro/vaca/ano, além disso é possível aumentar o peso à desmama.

A palestra “Benefícios na utilização de animais com genética Angus, do pasto a indústria” foi minsitrada por Antonio Francisco Chaves Neto, inspetor Técnico da ABA-Paraná.

Segundo ele a raça Angus apresenta boa longevidade, é precoce, tem boa qualidade de carne e os bezerro nascem pequenos facilitando a parição. “Precisamos conhecer o consumidor, estudos feito em Porto Alegre apontam que as donas de casa dão preferencia as carnes macias, então precisamos produzir esses animais para conseguir agregar valor ao nosso produto e cobrar mais pela carne”, comentou Antonio Francisco Chaves Neto.

A ABA, organizou o programa Carne Angus Certificada para garantir diferenciação aos produtores de genética Angus. O palestrante citou algumas vantagens desse programa para o produtor: valorização do gado, apoio técnico e diferenciação. Para a indústria as principais vantagens são melhoria na qualidade da carne e fidelização do produtor garantindo oferta constante.

Ele ainda citou outros programas como o Programa bezerro Angus Certificado, onde o produtor terá seus animais certificados pela Associação valorizando seus animais no mercado de reposição. “Essa valorização chega a 8% do valor em leilões no RS, onde essa prática é mais difundida”, reforçou Chaves Neto.

Outro ponto que a ABA tem buscado é o incentivo a produção, junto com esses programas o Marfrig lançou um programa de fomento, financiando projetos de reprodução para produção de animais com genética Angus. “Além do financiamento o produtor pode conseguir descontos no pagamento desta dívida dependendo da classificação dos seus lotes. O Marfrig ainda garante remuneração diferenciada aos produtores do programa, com premiação no valor pago pela arroba”.

Conexão Delta G: associativismo, genética e lucro, Daniel Biluca, zootecnista, executivo da Conexão Delta G.

“Um associado da Delta G um dia me disse o criador é essencialmente um apaixonado pela atividade, mas é preciso sobreviver a atividade”, comentou Biluca.

“Uma das formas que vejo para garantir essa sobrevivência é o associativismo. Toda a Associação, para dar certo, precisa de alguma coisa que una as pessoas. No caso da Delta G é o melhoramento genético”, frisa Biluca.

Um dos objetivos da Conexão Delta G é garantir eficiência produtiva, para foram estabelecidos 3 pilares: melhoramento genético, compra de insumos em conjunto e vendas em conjunto.

Vale a pena fazer melhoramento?

Biluca afirma que animais com genética positiva tem menor tempo de cocho, maior peso de abate e maior ganho de peso. Segundo ele, pressão genética é essencial em um sistema produtivo, é preciso descartar as vacas mais fracas, que desmamam bezerros mais leves.

“O sonho de todos é um bom bezerro/vaca/ano, mas a produção precisa ser integrada em toda a cadeia. Visando sempre o produto final, carne”, ressaltou Daniel Biluca. “Conseguimos prêmios de até 10% na hora da venda, pois o nosso produto é o que o frigorífico precisa e o consumidor quer”.

Associativismo = oportunidade; genética=produtividade; LUCRO é uma consequência, finaliza.

A palestra “Manejo racional na pecuária de cria” foi apresentada por Renato Santos, médico veterinário, consultor em bem-estar animal e manejo racional.

“É na fazenda que se decidi, onde a carne será vendida. Fazendas que tem maior cuidado na produção e qualidade atendem mercados melhores”, afirmou Santos.

Para ele é importante lembrar que criamos por negócio, assim conhecê-lo se torna essencial. “É preciso entender suas reações e necessidades dos animais. É preciso conhecer o comportamento dos animais para entender o que está errado e conseguir manter o equilíbrio”.

Para um bom manejo é preciso de instalações adequadas, mão de obra qualificada, docilidade dos animais e supervisão das atividades. Segundo Renato Santos, para conseguir sucesso no manejo, “é importante levar ao peão conhecimento, inserí-lo no planejamento. Para poder cobrar paciência e respeito na hora do manejo. O custo da má qualidade da mão de obra é alto: degradação ambiental, acidentes, doenças, perdas produtivas e alterações no produto final.

Toda atitude a ser tomada com um bovino, passa pela contenção. Então os peões precisam ser treinados, pois erros de contenção interferem no resultado do trabalho, exemplos são inseminações mal feitas e erros na aplicação de vacinas. “Manejos errados criam animais agressivos que trarão prejuízos à produção”, comenta Santos.

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Todas as palestras foram gravadas integralmente e serão oferecidas em DVD, veja mais informações.

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