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Walter Motta Ferreira, presidente da ABZ, fala sobre a Zootecnia e as ações desenvolvidas pela Associação

Associação Brasileira de Zootecnistas (ABZ) é uma entidade independente e autônoma, sem fins lucrativos, criada em 1988 com o intuito de representar o interesse dos Zootecnistas Brasileiros no tocante à valorização e consolidação da imagem desta categoria na Sociedade.

“Defino-me principalmente como um cidadão entusiasmado. Casado, dois filhos e botafoguense. Em se tratando das minhas senhas acadêmicas, sou Zootecnista formado pela UFRRJ em 1977, onde fui também professor do Instituto de Zootecnia até 1979. Em 1980 tive o dissabor e também a aventura de ter sido submetido a uma cassação branca durante o regime tecnocrático militar e fui parar em Belo Horizonte. Fiz a especialização em Produção Animal e o Mestrado em Zootecnia na UFMG até 1983, já como professor desta Universidade. Em 1990 concluí o Doutorado em Ciência Animal pela Universidad Politécnica de Madrid. Voltei ainda à Espanha para um período de um ano de Pós-doutorado, concluído em 2000, dedicado à nutrição de animais herbívoros não-ruminantes com destaque em coelhos. Sou até a atualidade professor associado da UFMG, lotado no Departamento de Zootecnia. Desde 2008 presido também a Associação Brasileira de Zootecnistas”.

BeefPoint: O que é a ABZ?

Walter Motta: A Associação Brasileira de Zootecnistas (ABZ) é uma entidade independente e autônoma, sem fins lucrativos, criada em 1988 com o intuito de representar o interesse dos Zootecnistas Brasileiros no tocante à valorização e consolidação da imagem desta categoria na Sociedade.

Pode-se dizer que a ABZ é a legítima porta-voz dos Zootecnistas em nosso País. Assume um papel estratégico e de significativa importância na medida em que a interlocução social se faz cada vez mais presente e necessária em todos os setores. Neste sentido, a ABZ tem sinergia com associações regionais, sindicatos e instituições de ensino de Zootecnia de forma a poder mediar à promoção e defesa de interesses corporativos de relevância em instâncias do poder executivo, legislativo, judiciário e demais órgãos, empresas ou instituições públicas ou privadas.

A ABZ ainda desenvolve a cada ano, momentos especiais de reflexões e debates sobre diferentes assuntos da Zootecnia concentrado em eventos de alto nível que incluem questões sobre o estado-da-arte das ciências, políticas setoriais, recapacitação profissional, ensino da Zootecnia entre outras muitas temáticas de interesse de nossa área.

O evento mais emblemático realizado anualmente pela ABZ com parceria de diversas entidades e empresas é o ZOOTEC, multievento itinerante que reúne um público considerável em cada edição. O próximo será realizado de 23 a 27 de maio em Maceió/AL e lá deveremos contar com mais de dois mil participantes.

BeefPoint: Em quais frentes a Associação pretende atuar nos próximos anos?

Walter Motta: A gestão que iniciamos em 2008 e que tem um mesmo grupo que se recandidata pela última vez agora em 2011 para mais três anos de mandato teve e continua perseguindo um programa de trabalho marcado com o mote “Identidade e Referência”. Apoiados em um plano estratégico, procuramos aprofundar a visibilidade e a consequente inserção do Zootecnista nas políticas públicas de maneira a possibilitar que este profissional de alto valor para o desenvolvimento do País possa se integrar mais profusamente na estrutura funcional de órgãos e empresas públicas e privadas voltadas para o agronegócio e agricultura familiar.

Cumprimos um programa de marketing e qualidade para o trabalho qualificado onde o Zootecnista teve explicitado, em destaque, as suas competências e habilidades profissionais. Os agentes da esfera pública e privada, bem como os grupos formadores de opinião, foram efetivamente informados sobre os amplos papéis que o Zootecnista desenvolve em sua área, de forma que o seu perfil profissional e os resultados que são decorrentes do seu trabalho sejam reconhecidos mais adequadamente pela sociedade.

Outra etapa importante na gestão da ABZ que fizemos e que será ainda bem considerada nesta etapa de mais três anos é a formatação de um programa nacional de certificação de empresas ou de produtos, da área da Zootecnia, ainda não definimos esta abordagem, onde um selo de qualidade auferido pela ABZ – ou concomitante a outras entidades – possa credenciar as iniciativas do setor produtivo que sejam destacadas e que atendam aos padrões técnicos estabelecidos.

Certamente, a ABZ ouvirá os Zootecnistas e os interlocutores das diferentes cadeias produtivas, assim como os entes governamentais de forma a compaginar a melhor participação da ABZ neste processo e estabelecer de que forma lidaremos com outras iniciativas que se somam a este esforço em proporcionar à sociedade brasileira o melhor serviço profissional e garantias a produtos confiáveis e seguros.

Também é desejo manifesto de nossa entidade colaborar com a consolidação dos sindicatos e associações regionais de Zootecnistas nos Estados de maior concentração de profissionais e ajudar na criação da Federação Sindical Nacional dos Zootecnistas. Acreditamos que a profissão se torna forte quando suas instituições representativas também são sólidas e reconhecidas socialmente.

Uma decisão já tomada majoritariamente pela categoria dos Zootecnistas – e que respeitamos completamente – é a criação do Sistema Conselhos Federal e Regionais de Zootecnia. Temos consciência de que nossa decisão implica na superação de muitas etapas no âmbito legislativo e, futuramente, na estruturação das entidades, assim como temos de saber negociar de forma altiva e aberta com o Sistema CFMV/CRMVs onde, legalmente, os Zootecnistas estão inscritos para efeito da fiscalização do seu exercício profissional e das empresas da área da Zootecnia.

Destes fatores resulta a concretização harmônica e amistosa do objetivo de independência institucional. Entendemos que temos apoio político para este feito e a ABZ, como legítima representante do interesse dos Zootecnistas, deve implementar os diálogos necessários para tais conquistas.

No tocante a nossa gestão administrativa a ABZ está se reestruturando para sediar-se definitivamente no Distrito Federal. Nosso amadurecimento institucional impõe uma representação mais permanente na capital do País, onde as decisões mais importantes são tomadas, em especial aquelas de ordem legislativa e judiciária. Já temos uma parceria acertada há dois anos com o Conselho regional de Medicina Veterinária do Distrito Federal que nos cedeu um espaço físico para instalação na capital federal, mas, no final do ano de 2011 vamos nos mudar para uma sala definitiva que concretizamos com um novo acordo que fizemos com a Federação de Agricultura do Distrito Federal. Enfim, estamos alcançando o objetivo de criar as condições necessárias para estabelecer uma base referencial da ABZ em Brasília, mesmo que seja simples, mas funcional de tal modo que sirva ao propósito de apoiar as ações que a entidade pode e deve realizar na defesa dos interesses maiores da Zootecnia e dos Zootecnistas. Igualmente, como reza nosso estatuto, estamos designando delegados regionais da ABZ, que serão investidos da representação da entidade em todos os estados da Federação.

Em outro campo, para maior interatividade com os nossos associados e com o público em geral, a ABZ já realizou uma reforma importante do seu sítio de internet (www.abz.org.br), que se reverte em uma verdadeira rede nacional da Zootecnia e conta com ambientes apropriados à informação geral e específica sobre a ciência Zootecnia e a profissão de Zootecnista, mural de oferta de trabalho e estágios, banco de currículos, informações educacionais, científicas e técnicas, blog do presidente, disponibilização de imagens, filmes, arquivos e documentos técnicos, históricos e científicos, revista técnica eletrônica, entre outras inúmeras novidades que promovem o sítio à condição de verdadeira referência pública de nossas atividades.

Temos tido a firmeza em criar as condições do avanço que pretendemos alcançar, no entanto a ABZ deve também induzir uma ampliação na massa crítica de associados que, atualmente, tem potencial para mais 30 mil profissionais Zootecnistas e estudantes de graduação em Zootecnia, que também podem se associar à entidade com uma inscrição provisória de importante significado pré-profissional. Esperamos que a melhoria da interface com nossa categoria profissional e com os estudantes por meio do novo sítio de internet da ABZ e, concomitantemente às ações desta nova frente de trabalho, venham sensibilizar maior número de colegas e futuros profissionais a se enfileirarem conosco nesta luta iniciada há 23 anos por dirigentes que me antecederam e que militaram com esforço hercúleo e recursos próprios para erguer a entidade.

Outra tarefa não menos importante será a aproximação produtiva com as entidades de classe representativas de outras categorias profissionais das ciências agrárias que possuem relação com nossa ação profissional. A Zootecnia e os Zootecnistas se apresentam à sociedade como parceiros para as melhorias, para os avanços de nossas necessidades sociais e para o desenvolvimento do País. Reconhecemos que não realizamos este trabalho de forma isolada, tamanha a complexidade da produção animal como atividade econômica. Ainda assim, defendemos que os Zootecnistas compreendem o grupamento profissional que se encontra melhor conformado a enfrentar os desafios de superação dos índices de desempenho e rendimento dos animais úteis ao homem, bem como garantir a melhoria da qualidade dos seus produtos e serviços, bem como a garantia da sustentabilidade do meio ambiente produtivo.

Em um contexto inter-relacional, também queremos participar das decisões políticas e estratégicas que envolvam as discussões de atuação profissional e de apoio às cadeias produtivas e negociais de animais e assim compartilhar nossas propostas e preocupações com os destinos da produção animal brasileira. Exigimos sermos ouvidos e reconhecidos como participantes ativos destas discussões e decisões maiores que implicam na manifestação dos grupamentos profissionais responsáveis por papéis importantes e estratégicos, como é o caso da categoria dos Zootecnistas. Não queremos ser excluídos do debate, mas reconhecemos que entrar incisivamente nele implica em muita dedicação e isto é um desafio a ser superado, dada a imensa cobrança de ações em diferentes temas que requerem nossa posição. Teremos de dividir mais entre os colegas que são competentes em representar bem as opiniões e pensamentos elevados da categoria.

BeefPoint: Como você definiria a Zootecnia?

Walter Motta: A Zootecnia, em termos mundiais, se perfila intrinsecamente como uma das bases sustentadoras da produção e serviços que se relacionam direta ou indiretamente a produção dos animais úteis ao homem e ao melhor e mais seguro destino de seus produtos, serviços e resultados, inseridos ou não em cadeias produtivas.

No passado, pensou-se a Zootecnia apenas da “porteira para dentro” de uma propriedade rural. Muito além está nosso papel e mais robusta está nossa missão. Não se pode mais fazer Zootecnia com um simples aprendizado teórico ou algumas horas de treinamento. Nem mesmo com ações repetidas amparadas pela crença ou tradição. O planejamento e a gestão do negócio e das pessoas envolvidas na produção animal ficaram mais intrincados com a intensificação das bases competitivas que se desenham na globalização. As ciências correlatas evoluem e avolumam a cada dia novos conhecimentos que devem ser acompanhados e transformados em inovações e tecnologias.

Com todo o cuidado de nossas abordagens e intervenções, a Zootecnia de hoje demanda dedicação intensa e muito estudo na preparação dos profissionais e das condições para sua ação. Transformar-se permanentemente deve ser visto como um fato natural e bem-recebido como sinal de sua vitalidade e importância estratégica para o bem-estar humano. É preciso, no entanto, que a Zootecnia e os Zootecnistas sejam mais reconhecidos em sua definição e papéis sociais que representam no desenvolvimento do País.

Como definido pelo nosso patrono maior o Professor Octávio Domingues, em 1929, se encontra como objeto de interesse e esfera de domínio da Zootecnia como área de conhecimento, os estudos, desenvolvimento de técnicas e de processos de adaptação econômica do animal ao meio e a transformação deste mesmo meio ambiente ajustado às potencialidades e possibilidades de expressão produtiva do animal. Mostra a definição clássica e ainda muito contemporânea, que nossa tarefa é complexa e que necessita de uma séria e competente formação universitária.

BeefPoint: Qual o principal desafio/problema da profissão de Zootecnista hoje?

Walter Motta: Há pouco mais de cem anos, a agricultura, em amplo senso, saía de um completo empirismo e adentrava o século XX com o surgimento e evolução das novas ciências pós-revolução industrial, em uma era de pujança e de grandes feitos e descobertas. As tensões e rompimentos causados pelo crescimento da população mundial, ocupação geográfica desordenada, pouca ou nenhuma consciência ambiental e, principalmente, os embates nas relações políticas e econômicas que buscavam concentração de poder criaram, por fim, um modelo competitivo e implacavelmente desumano. Atualmente, todos os seres humanos temos o desafio de reverter, entre outros, a barbárie, a fome, a miséria moral e física com que convivemos em qualquer lugar do planeta.

A Zootecnia, como área de conhecimento que lida com a produção racional dos animais úteis ao homem e que cuida das intervenções no meio no qual os animais serão criados, tem uma imensa responsabilidade, juntamente com as demais profissões co-irmãs das ciências agrárias, em dar as respostas mais ajustadas aos novos tempos, em que se requer menor impacto ambiental na produção de alimentos, preservação dos recursos naturais e sustentabilidade dos sistemas de produção, racionalidade do uso da energia, da água, dos solos, diminuição da emissão de carbono na atmosfera, uso de subprodutos e resíduos de forma segura na produção de alimentos etc.

Se não utilizarmos de toda a ciência, técnica e sabedoria no manejo dos recursos existentes para produzir alimentos é possível que a alteração climática – já em curso no século XXI, seja ela causada por fenômenos cíclicos naturais ou pela influência do homem – provoque, nos próximos anos, prejuízos irreparáveis e fortes mudanças em nosso modo de vida. Nunca foi tão urgente o emprego de inteligência responsável e a boa ciência e técnica para amparar o homem em sua saga de espécie hegemônica no mundo. A Zootecnia deve se preparar para estes desafios e creio firmemente que será reconhecida socialmente como uma das ciências que suportarão as soluções pertinentes. Percebo que já estamos mobilizando atenção das instituições mantenedoras do ensino de graduação e pós-graduação em Zootecnia, que inserem, em seus projetos pedagógicos, tais perspectivas na formação do profissional da Zootecnia e dos cientistas que lidarão com estas respostas.

Da mesma forma, temos debatido intensamente, em nossos principais eventos, estas questões contemporâneas e nossa mudança estratégica de perfil e ação para superar os desafios que se avizinham. Os profissionais já habilitados devem, igualmente, se recapacitar para esta nova era e sempre entender que “aprender a desaprender para aprender de novo”, como citou Alvin Toffler, é nossa missão cotidiana. A ABZ, no limite de suas possibilidades, deve atuar na facilitação desta imensa tarefa e cobrará atenção dos demais co-responsáveis.

BeefPoint: Em relação ao campo de trabalho, quais as oportunidades que devem surgir nos próximos anos para o Zootecnista?

Walter Motta: A pergunta demanda uma resposta que implica certo exercício de projeção do que hoje temos assistido nas práticas zootécnicas sejam elas as mais sofisticadas e complexas aplicáveis a situações específicas ou as aderentes a vida das cidades. Não serei tão amplo quanto estas projeções sugerem, mas sim destacarei algumas das oportunidades que venho acompanhando e que de alguma forma são associadas ao desenvolvimento das ciências e da percepção que é necessário o emprego de conhecimentos científicos para o bem comum.

Não há dúvidas que nos novos cenários que se despontam os profissionais envolvidos na intervenção ou no manejo dos recursos naturais como os Zootecnistas essencialmente, assim como outros profissionais de ação técnica direta e os cientistas de todo o mundo, devem trabalhar juntos para buscar alternativas de desenvolvimento sustentável, como por exemplo, a que tem sido de alguma forma efetuada na produção de biocombustíveis no Brasil onde se promulga denotada economia de carbono e diminuição da emissão de gases na atmosfera. Sustentabilidade, nesta perspectiva, é desenvolver a Sociedade sem comprometer as necessidades das gerações seguintes.

Não se afasta desta mesma vertente a importância de se fortalecer o uso de materiais recicláveis e de fontes renováveis de energia, o manejo racional dos recursos hídricos, a conservação dos ecossistemas e do material genético disponível, que implica em utilizar com racionalidade mantendo a biodiversidade e aprendendo a viver de forma saudável, em harmonia com a natureza.

Os Zootecnistas para além da tradicional participação como profissionais relacionados ao desenvolvimento e aplicação de conhecimentos e técnicas relativas direta ou indiretamente à Produção Animal tanto no nível dos grandes mercados do Agronegócio como na singeleza e importância estratégica da Agricultura Familiar, devem estar preparados para assumir um papel de catalizador de desenvolvimento social, principalmente no contexto rural. Posso dar um exemplo que considero muito ajustado a este propósito: uma oportunidade de trabalho altamente relevante e que temos observado em algumas experiências relatadas por vários profissionais, é a de gestor de políticas públicas que suportam a produção animal em diferentes municípios deste país. Esta experiência pode se reproduzir em milhares de municípios brasileiros com vocação agropecuária e que colaboram para o País despontar em todo o mundo como um dos maiores produtores de alimentos. Dada a nova realidade não retrocederemos mais desta linha de vanguarda, a não ser que não tratemos nossos recursos com a aplicação dos conhecimentos necessários pertinentes em cada caso. Não haverá espaço para improvisação ou intermediação na tomada de decisões cruciais para o desenvolvimento da produção animal. Profissionais que privilegiadamente detenham a capacidade de gerir politicamente os sistemas produtivos sem que estas ações sejam impactantes drasticamente nos recursos naturais serão cada dia mais imprescindíveis e daí abrem-se enormes lacunas e oportunidades de trabalho tanto em um emprego público como de iniciativa privada autônoma ou empresarial.

A utilização das tecnologias de informatização e de comunicação no contexto da produção animal tem uma longa tradição, mas a evolução contínua dos equipamentos ao nosso dispor e das crescentes exigências de sustentabilidade econômica, animal e ambiental tem criado condições para que a denominada Zootecnia de Precisão seja praticada na generalidade das espécies animais independentemente do modelo de produção adotado, o que se revela um desafio extraordinariamente interessante para os técnicos que desenvolvem a sua atividade neste setor.

É importante apresentar, inicialmente, um enquadramento da Zootecnia de Precisão, bem como das técnicas e instrumentos que utiliza, pretendendo contribuir para um melhor conhecimento deste suporte de produção que tem recebido fortes investimentos em pesquisa e desenvolvimento tecnológico, mas cuja adoção em larga escala ainda não se concretizou. A Zootecnia de Precisão ainda tem um longo caminho a percorrer mas, de alguma forma aponta para onde caminham as oportunidades em sistemas produtivos que adotam estas ferramentas.

Não se podem correr riscos de formar Zootecnistas apenas preparados para mega mercados internacionalizados servindo-se meramente como misturador de receitas técnicas em sistemas de agronegócios de exportação de um só produto. Nada que obstar quanto ao emprego ou trabalho nessas condições, mas, a mola do desenvolvimento de um País implica que a maior propulsão seja dada a partir da inclusão competitiva dos milhares de pequenos produtores que podem e devem estar organizados para o salto que se pretende dar, ao mesmo tempo em que são estratégicos e muito importantes para garantir o acesso popular a produtos com qualidade e preços aceitáveis. O reconhecimento das potencialidades das produções animais locais e os saberes envolvidos nesses processos são premissas substanciais o suficiente para justificar que não devem se distanciar da formação profissional do Zootecnista. Nesta vertente, os conceitos e importância da Etnozootecnia e sua transversalidade com outros conhecimentos, se encaixa em justaposição em uma premissa de uma outra oportunidade de trabalho nos próximos anos.

Nas Universidades o assunto de bem-estar animal é em geral uma questão científica e ética proposta em termos ambíguos que suscita numerosos dilemas para Ciência e Sociedade. Hesitação e polêmica surgem em um processo decorrente da prática de julgamentos de valor à medida que conceitos relacionados ao assunto de bem-estar são formulados e critérios de avaliação desenvolvidos. Esta situação, não obstante, reclama um posicionamento mais coeso e deliberativo, pró-positivo à abertura de linhas de pesquisa e de disciplinas voltadas para o estudo do comportamento e do bem-estar animal. Não deve haver em Zootecnia nenhum dilema ou antagonismo, muito ao contrário, entre os estudos de bem-estar dos animais úteis ao homem e a finalidade com as quais concorrem suas relações em sistemas produtivos ou de simples criação.

Os conceitos de bem-estar animal no âmbito zootécnico para além de implicar em reconhecer os aspectos éticos, humanitários e de bom senso na manutenção de animais em cativeiro ou em sistemas de produção estão intrinsecamente relacionados às condições técnicas de ambiência e de expressão comportamental associada a indicadores zootécnicos de produção e os biológicos ou bioquímicos, bem como outros desta dimensão que possam permitir a interpretação do estado de saúde dos mesmos.

Repetimos, a título de deixar clara nossa missão, que a Zootecnia é a ciência que se designa como sustentáculo do emprego de medidas e processos de adaptação econômica do animal ao sistema de produção ou criação e da modificação deste ao animal. Substantivamente, não há nas técnicas de produção a falta de atenção aos preceitos que concorrem em elevar o animal ao seu patamar produtivo associada a sua expressão comportamental.

A Zootecnia não se restringe apenas ao animal de produção onde os estudos de etologia e de bem-estar de alguma forma já se intensificaram e produziram procedimentos e técnicas que em muito melhoraram a relação do animal em seu meio produtivo. A Zootecnia também tem interesse e dedicação à criação de outros animais em cativeiro como, por exemplo, os silvestres, selvagens e os de companhia, se não por seu propósito produtivo também pela sua relevância social no bem-estar humano.

Não se pode deixar de incitar que é conteúdo emergente a questão da Zootecnia urbana que se delineia a partir dos animais de companhia, lazer e ornamentação. A orientação técnica nestas condições não pode ser apenas vinculada ao atendimento clínico que os mesmos sejam passíveis da competência de outros grupamentos profissionais. A partir dos arcabouços teóricos e práticos desenvolvidos em animais de produção muito se pode edificar para aplicação em animais de companhia. Certamente, que os estudos de bem-estar nas situações concretas dos animais de companhia, os denominados Pets, orbitem em uma diferente dimensão daqueles inseridos em sistemas produtivos. Estima-se que no Brasil existam 31 milhões de cães e 15 milhões de gatos que em 2007 apresentaram um consumo potencial de 3,96 milhões de toneladas de alimentos, sendo o faturamento do mercado de animais de estimação em torno de US$ 4,1 bilhões, além de gerar milhares de empregos, na indústria e no comércio de alimentos, medicamentos e acessórios. Diante deste quadro, é de crucial importância atentar para a transfiguração da relação homem-animal, pois, hoje em dia, ela reflete indiretamente sua ação na vida comunitária, tornado obrigatória alteração no modo de tratamento do animal o que pressupõe uma nova leitura da realidade no campo jurídico e ético associados ao bem-estar animal. Vejo nesta temática uma grande oportunidade de trabalho no futuro próximo.

Várias vertentes da atualmente denominada biotecnologia tem inserção contundente na Zootecnia. Desde a manipulação de microorganismos para benefício do desempenho produtivo de animais até a produção de alimentos para uso na alimentação animal, como de certa forma já se executa no secular estudo das fermentações e suas múltiplas aplicações. A biotecnologia assim se absorve com expressiva utilidade na Zootecnia. Alguns conhecimentos e práticas que podem ser entendidas como de habilidades laboratoriais não poderiam se afastar do treinamento do estudante de Zootecnia para que não corrêssemos o risco de estarmos apenas preparando o profissional para uma intervenção técnica na propriedade e se olvidando de uma importante contribuição que pode oferecer na geração de conhecimentos da “porteira para fora”. Pretende-se não correr o risco do reducionismo das imensas possibilidades de relação da biotecnologia com a Zootecnia, assim sendo, objetiva-se nesta resposta apenas se concentrar em campos de saberes mais concretos que se constituíram nos anos recentes em substanciais contribuições científicas e técnicas. Um deles, em destaque é a nutrigenômica. A Nutrigenômica é o estudo de como os componentes da dieta interagem com genes alterando o fenótipo e, inversamente, como os genes e seus resultados fenotípicos se comportam na metabolização de nutrientes, antinutrientes e compostos bioativos. Resultados de estudos epidemiológicos moleculares e genéticos indicam que um desequilíbrio alimentar pode alterar as interações genes-nutrientes de maneira que aumentam o risco de desenvolver doenças crônicas. Por si mesmo isto é um desafio formidável e que não é tão difícil de se resolver. De alguma maneira, em um futuro próximo as práticas de nutrição e alimentação animal, um dos pilares da Zootecnia sofrerão imensa transformação conceitual, temos de estar preparados para fazer frente a este desafio que se transformará certamente em uma nova e sofisticada oportunidade completamente associada ao trabalho do Zootecnista.

BeefPoint: O que você acredita que as Universidades devem fazer para alinhar a formação do profissional e as necessidades do mercado?

Walter Motta: Temos de analisar com cuidado a questão da demanda profissional pelo mercado e a consequente formação nas instituições de nível superior.

Em uma primeira assertiva, que é consenso para todas as áreas da educação superior, é que não devemos formar “só para o mercado de trabalho”. Não deve ser o mercado que dite as principais transformações que queremos nos profissionais e sim as necessidades humanas e sociais. Isto não afasta o perfil dos profissionais as questões que estão inseridas nos interesses do setor produtivo. Temos de ter claro que o mercado é muito mais ágil, volúvel e constituído por diferentes nuances que o faz demandante temporal de força de trabalho. O que rege a formação na educação superior são outros paradigmas, que invariavelmente se aderem nas etapas de construção dos saberes, treinamento de habilidades e competências que exigem muito mais tempo para se consolidar. Há de se dizer que o mercado nunca deixará de ser considerado, pois, de alguma forma sua sinalização de perfis não é negligenciada, mas, sim se absorve aos projetos pedagógicos de forma mais orgânica.

A grande missão educacional na formação dos Zootecnistas que creio está em andamento desde a aprovação das Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Graduação em Zootecnia é a de desenvolver profissionais com visão holística dos sistemas produtivos nas diversas circunstâncias de meio ambiente e desafios, assim como, dotado de consciência social, ambiental e moral ajustada a uma postura ética, com capacidade de interagir e facilitar a solução de problemas, contemplado com domínios adequados das ferramentas que fundamentam a ação técnico-profissional dos Zootecnistas e que possua capacidade de autogerir suas deficiências e virtudes de forma a rapidamente se ajustar a características que sejam buscadas em dada circunstância mercadológica. Este é o reto a perseguir.

Houve um crescimento significativo do ensino da Zootecnia no Brasil. Atualmente existem aproximadamente 100 cursos ativos de Zootecnia no Brasil. O crescimento no número de cursos se desacelerou em 2008. Ao contrário da lógica imperante na educação superior brasileira, a maior parte dos cursos de Zootecnia oferecidos no Brasil (sobre 60%, aproximadamente) são públicos e, em grande medida, surgiram nos últimos anos em instituições federais que, embora tivessem competência instalada na área da Zootecnia, não utilizavam este potencial na formação de Zootecnistas. Em sua maioria, as vagas ofertadas nos cursos de Zootecnia são privadas (estimadas em 55%). Observamos que estas não são ocupadas em sua plenitude devido à oferta em excesso em algumas regiões e ao alto custo de matrículas e mensalidades. Não é verdade que existe excesso de vagas quando se observa o cenário nacional. Apenas seis mil vagas são oferecidas nos cursos de Zootecnia existentes e isto representa menos que 0,5% das vagas disponíveis para acesso à educação superior no Brasil. Observe-se que estamos em um país com perfil e potencial agrário inigualável. Todas as vagas para os 17 cursos das ciências agrárias mais a Medicina Veterinária não superam 3% do total. As ciências agrárias e veterinárias compreendem a menor área do conhecimento em nossa realidade educacional. Há cursos públicos e privados de alto nível e também aqueles carentes de investimentos em recursos humanos e materiais.

Não cabe aqui analisar em detalhe todas as causas, problemas e soluções, mas acreditamos que o Sistema de Avaliação da Educação Superior (SINAES) e o emprego de boas políticas educacionais podem impulsionar uma tendência de melhor acomodação e uso do excesso das vagas privadas, melhor oferta de vagas públicas, melhoria da infra-estrutura existente e da competência acadêmica. Não sou a favor de se fechar indiscriminadamente cursos superiores em um país onde ainda temos imensa dívida no acesso à educação superior de qualidade com a maioria dos nossos jovens. Nossa taxa de escolarização superior é muito baixa frente à realidade do mundo desenvolvido e mesmo em relação a países em desenvolvimento. Contudo, não tenho dúvidas de que a oferta suspeita de cursos insistentemente desajustados aos padrões de qualidade requeridos e distantes das Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Graduação em Zootecnia, homologadas em 2006, devem receber especial atenção em um processo de recuperação ou então, em última forma, retirados do sistema. Mas, a discussão vai muito além. E não quero parecer simplista em apontar apenas estas ponderações. Todos sabemos que o investimento em educação – em todos os níveis – é fundamental para o crescimento da nação que se quer soberana e independente.

BeefPoint: Temos acompanhado uma longa disputa para a criação de um Conselho para a Zootecnia. Qual a importância deste Conselho e como estão caminhando as negociações sobre o tema?

Walter Motta: Um conselho como implementado no sistema cartorial brasileiro, deveria ser tão somente uma autarquia federal que tem por missão o controle e a fiscalização do exercício profissional de dada categoria e das pessoas jurídicas inseridas naquele campo de trabalho. A bem da verdade os conselhos que foram concebidos para primar, como tribunais de ética e instâncias de consulta pública, pela defesa dos interesses sociais em razão da garantia da permanência no trabalho de bons profissionais e de dignas empresas de serviços e produtos que comercializam, funcionam mais como instâncias que privilegiadamente exercem uma posição de reserva de mercado e de defesa corporativa para inserir cada vez mais as profissões representadas no mercado de trabalho e assim atuam como lobistas das políticas públicas que podem absorver estes mesmos contingentes. Ou seja, representam mais os anseios profissionais do que os da Sociedade.

Os Zootecnistas quando instituídos e regulamentados pela Lei 5.550 de 1968, foram remetidos aos Conselhos de Engenharia, Arquitetura e Agronomia enquanto não instituídos os Conselhos de Medicina Veterinária ou da própria classe, como reza a referida Lei.

Bem, quando se formaram os primeiros graduados em Zootecnia em 1970 já havia sido criado o sistema CFMV-CRMV´s, e assim fomos impelidos pelo texto legal a se inscrever no mesmo para garantir a plenitude do exercício profissional. Esta condição não implicou em nenhuma alteração da configuração deste sistema previsto na Lei 5.517 de 1968, que é composto majoritariamente por Médicos Veterinários. Com isto, devido à natureza numérica de nossa categoria nunca alcançamos mais que um quinto do efetivo de Médicos Veterinários, e sendo este o argumento fútil usado para não se alterar a proporção de diretores e conselheiros do sistema, fomos excluídos da possibilidade de uma representação democrática e dos debates e decisões sob sua égide, colocando-nos como um conveniente penduricalho de pessoas físicas e jurídicas que contribuem para a existência do órgão, mas, longe de poderem influir em suas decisões, principalmente quando os debates são de temas conflitivos entre as categorias que estão lado a lado no mesmo conselho. A minoria quando assim está representada sempre perde!

Este problema nunca foi debatido pelo sistema CFMV-CRMV´s com a presença das lideranças da Zootecnia que por anos a fio vem a duras penas se organizando para conquistar espaços e direitos. Já fora feita no passado próximo uma proposta de se constituir um conselho único e coeso das duas profissões, mas que fosse equitativo, igualitário e representativamente eleito diretamente pelos pares, mas, esta intenção não prosperou.

Hoje, somos muito mais maduros e sabemos onde queremos chegar com a parcimônia necessária para tais passos decisivos. Não queremos ser tutelados por nenhuma outra categoria co-irmã ou não, somos crescidinhos o suficiente para fazer nosso próprio caminho com ou sem a colaboração do atual sistema que estamos inseridos.

A categoria dos Zootecnistas já decidiu, queremos nosso próprio sistema de conselhos federal e regionais de Zootecnia. Temos um projeto de Lei (PL-1372, de 2003) de autoria do deputado Max Rosenmann, PMDB-PR, falecido precocemente em 2008, que já foi aprovado na Câmara e no Senado, segue agora novamente na Câmara tramitando nas Comissões de Trabalho, Administração e Serviço Público e na de Constituição e Justiça, para daí à sanção presidencial, o que deve ocorrer ainda este ano.

Hoje este é o maior objetivo que temos em nossa categoria. Porém, não vamos só querer mais um conselho de defesa de espaços corporativos, e sim uma instituição que seja reconhecida pela luta dos direitos da Sociedade receber os melhores serviços e profissionais da Zootecnia. Há que considerar que temos de vencer algumas resistências jurídicas e também corporativas para chegar a concretizar este sonho, mas, os que estão na linha de frente das ações políticas estamos todos muito mais determinados e conscientes de nossas forças de argumentação política do que tínhamos no passado. Nossa luta não será em vão!

Por enquanto, estamos tratando de recuperar o respeito que devemos cobrar daqueles que deveriam primar pela defesa e amparo da Zootecnia como profissão regulamentada e inserida de fato e de direito no contexto trabalhista. Temos observado, mas, não impassíveis, a uma tentativa de expurgo da Zootecnia de suas próprias missões profissionais, que tem em seu principal exemplo a edição de resoluções ilegais e arbitrárias do atual sistema CFMV-CRMV´s que excluem o Zootecnista da responsabilidade técnica de estabelecimentos de produção animal. Estas tentativas de regulamentação infralegal serão todas questionadas judicialmente. Não vamos assistir impassíveis a exclusões deliberadas dos profissionais de Zootecnia ao seu próprio e legítimo posto de trabalho causadas por diferenças e preconceitos ignorantes gerados pelo corporativismo insano.

A ABZ está atenta a demandar para consolidação da profissão e proporcionar à sociedade o acesso ao melhor e mais competente serviço zootécnico. Estamos certos que em uma perspectiva de diálogo institucional e consenso podemos construir juntos um novo e melhor convívio profissional, mas, não transigiremos com a Zootecnia que merece todo respeito e reconhecimento.

BeefPoint: O que os Zootecnistas podem fazer para colaborar com estas discussões?

Walter Motta: Primeiramente, filiarem-se à ABZ e participarem ativamente dos debates e eventos que realizamos. Temos milhares de associados profissionais e de pré-inscrições estudantis, mas, gostaria que cada Zootecnista e estudante deste País percebessem a ABZ na sua dimensão e importância para nossa emancipação profissional. Não há o que questionar sobre a nossa legitimidade em ser a porta-voz da Zootecnia em nosso País.

Este reconhecimento foi inclusive citado em diferentes discursos de Deputados e Senadores no Congresso Nacional, o que revela que os representantes da Casa mor da democracia incorporam à ABZ no rol de entidades que devem ser ouvidas e de participarem dos debates e reflexões em temas de seu interesse como ciência, da atividade econômica da Produção Animal e de sua própria condição de profissão regulamentada.

Outra expectativa que tenho dos Zootecnistas é que, uma vez que são cidadãos inseridos na Sociedade democrática que nos define, façam suas próprias gestões políticas em favor das conquistas que queremos a alcançar.

Um segunda e não menos importante atitude dos Zootecnistas, como homens e mulheres de bem é que se preocupem em serem sempre bons profissionais, mas, sobretudo, melhores seres humanos e que compartilhem e colaborem profusamente por uma vida digna para todos. Ampliem com seu trabalho, por mais modesto que seja a possibilidade das pessoas terem um mundo melhor, mais justo e igualitário.

8 Comments

  1. henrique luis tavares disse:

    Tive o prazer  no Dia do Zootecnista de receber de presente esta  reportagem tão completa, atual e embasada cedida pelo maior representante da Zootecnia Nacional Dr. Walter Motta Ferreira. Tento focar minhas ações profissionais com ética e competência me espelhando nas orientações deste grande profissional.

    Parabéns a todos nós Zootecnistas.

    Henrique Luís Tavares

    Presidente da Comissão de Zootecnistas do CRMV-SP

    Zootecnista da Fundação Parque Zoológico de São Paulo

  2. Guilherme Minssen disse:

    O Zootecnista Walter Motta Ferreira, presidente da ABZ, é o timoneiro da nossa classe. Um abraço de todos os Zootecnistas da Amazônia.

  3. Adão Samuel Ataides Godinho disse:

    Caro presidente Walter Motta, parabéns pela excelente matéria!

    Nos Zootecnistas precisamos muito de você, continua firme, na sua trajetória por busca melhores para a constituição da classe.

    Firma daí que firmamos de cá.

    um grande abraço e conte conosco

    grato,  

    Adão Samue Godinho

  4. josé Everaldo Barbosa disse:

    Os Zootecnistas estão de parabéns em ter um grande Estudioso representando a nossa classe, fiquei realmente encantado com o texto que o Dr. Walter escreveu para todos os Zootecnistas em seu dia. Parabéns Zootecnistas.

                                                  Everaldo Barbosa – AL

  5. Alberto Duda Consultoria Pecuária LTDA. disse:

    Parabéns a matéria. Walter Motta é um exemplo de Zootecnista.

    Parabéns aos Zootecnistas.

  6. Enrico Andrade Vassalo disse:

    Parabéns ao Dr. Walter Motta Ferreira que realmente é um exemplo para nossa classe.

    É com ele que contamos para uma Zootecnia cada vez melhor e é também em quem devemos nos espelhar sempre. Parabéns!

    Um grande Abraço!

    Enrico Andrade Vassalo

    Graduando em Zootecnia – UFVJM

  7. RICARDO JOSÉ DE ALMEIDA SILVA disse:

    Parabens, Sr. Walter Motta.

    Sou acadêmico de Zootecnia pela Federal de Sinop – MT e sou um defenssor desta maravilhosa profissão.

    Vamos sim, ser uma das melhores profissões do nosso país.

  8. waldo motta ferreira disse:

    Não sou zootecnista e não entendo nada dessa área,mas tenho sim um orgulho imenso de ser irmão dessa figura exemplar de pai,chefe de família e profissional.Pelos comentários aqui exibidos sobre ele só me enche de satisfação em saber que ele é meu exemplo de vida e determinação no que faz.
    Parabéns meu grande irmão!

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