A eficiência do confinamento de bovinos na redução de emissões de gases do efeito estufa deve ser questionada, defendeu o pesquisador da Embrapa e professor da GVAgro, Eduardo Assad. Ele baseia seu argumento no tamanho do rebanho de algumas propriedades, que, com muitos animais no plantel, tornaria inviável economicamente a prática do confinamento.
O estudo avalia a aplicação das técnicas de agricultura de baixa emissão de carbono (ABC) para desenvolver a pecuária no País, com a recuperação de áreas degradadas e aumento da produtividade da terra, sem a necessidade de abertura de novas áreas. Entre as técnicas utilizadas na ABC estão por exemplo a integração lavoura-pecuária-floresta, onde a adubação destinada à lavoura serve na sequência para adubar o pasto na mesma área e assim sucessivamente.
“O que é mais fácil, o que seria mais eficiente nos próximos 20 anos? Aplicar uma política de recuperação desses pastos ou confinar o gado?”, questionou. Segundo ele, porém, ainda não há consenso acadêmico de que a adoção dessas práticas conservacionistas seja rentável para os produtores. “Estamos estudando uma forma atrativa para o pecuarista migrar para o sistema ABC.”
Assad diz, porém, que é certo que a pecuária precisa elevar sua taxa de lotação, que atualmente está em torno de 1 cabeça por hectare.
Fonte: Estadão Conteúdo, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.