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Vendas de máquinas reagiram em março, mas fábricas estão paradas

As vendas de máquinas agrícolas deram um sinal de reação e aumentaram no mercado doméstico em março. Mas, como praticamente todas as fábricas instaladas no país estão paralisadas em decorrência da crise causada pelo novo coronavírus, a expectativa no segmento é de paradeira na comercialização nos próximos meses, quando terminarem os estoques nas concessionárias.

Segundo dados divulgados ontem pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), no mês passado as vendas de tratores, colheitadeiras e colhedoras, além de máquinas rodoviárias, somaram 4,1 mil unidades, 46,1% mais que em fevereiro e total 10,3% superior ao de março de 2019. Segundo Alfredo Miguel Neto, vice-presidente da entidade, esses avanços, sobre baixas bases de comparação, refletiram uma demanda sazonal — as vendas costumam crescer em período de colheita de grãos — e a conclusão de negócios que estavam represados por causa da escassez de crédito.

No mês passado, o governo liberou R$ 1,5 bilhão adicionais para o financiamento de máquinas agrícolas por meio do Finame Rural do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Mas os recursos não vieram com juros equalizados como os do Moderfrota, principal linha de crédito para financiamento de máquinas agrícolas do país, que tem juros de 8,5% a 10,5% e R$ 9,7 bilhões previstos para esta safra 2019/20.

Miguel Neto afirmou ,ainda, que será necessário fazer chegar aos bancos recursos para o capital de giro das concessionárias e também para fornecedores, já liberado pelo governo. Foram anunciados em 22 de março R$ 5 bilhões para crédito de micro e pequenas empresas via BNDES. Ele também defendeu a liberação de mais recursos para o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Segundo o dirigente, o governo liberou R$ 1 bilhão via Banco do Brasil no mês passado, mas os produtores não estão conseguindo acessar os recursos.

O vice-presidente da Anfavea também está preocupado com o impacto da paralisação das fábricas das montadoras do segmento no Brasil. “Todas as unidades das nossas empresas associadas estão paradas — a última suspendeu as atividades no dia 30. Isso vai se refletir nos próximos meses, já que ainda há estoque nas concessionárias”. Ele calcula que esse impacto será sentido nas vendas em 30 dias a 60 dias.

Miguel Neto afirmou que a decisão de interromper as atividades foi de cada companhia, não da Anfavea Na semana passada, a sul-coreana LS Tractor — que não é afiliada da associação — retomou os trabalhos por completo depois de manter 50% de sua unidade no país, localizada em Garuva (SC), operando desde o começo do isolamento social.

Ele avalia que o cancelamento das feiras agropecuárias não deverá ter impacto significativo para os negócios, embora esses eventos sejam um importante canal de vendas para o segmento. “Como a agricultura não para, as vendas devem ocorrer independente de a feira existir ou não”.

Fonte: Valor Econômico.

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