A produção de lisina, ingrediente utilizado em formulações nas indústrias de ração animal, gera um subproduto concentrado denominado “subproduto concentrado da produção de lisina” (SPL). Esse processo, consiste basicamente na fermentação do caldo da cana-de-açucar mais aditivos, com bactérias do gênero Brevibacterium, gerando um subproduto líquido grosso de cor marrom com aproximadamente 40% de matéria seca.
Esse subproduto apresenta como características principais altos níveis de proteína bruta, porém com predominância de nitrogênio não protéico em relação à proteína verdadeira (Tabela 1).
Como a maioria dos subprodutos agroindustriais, há variações na composição química do SPL de diferentes indústrias. Oliveira et al., (2000) citados por Henrique et al. (2005) encontraram os seguintes valores para o SPL de origem brasileira: 38,2% de matéria seca; 75,6% de proteína bruta, 10,8% de nitrogênio não protéico; 12,1% de nitrogênio total e 9,6% de matéria mineral.
Alguns autores encontraram aumentos em ganhos de peso de aproximadamente 30%, com a utilização de até 600 ml de SPL/cab/dia. Porém, em outros trabalhos não foram confirmadas essas respostas, com algumas descrições de perdas de peso devido à inclusão do SPL na dieta de bovinos.
Tabela 1. Composição química do subproduto da produção de lisina (SPL).
Tabela 2. Composição química das dietas experimentais em porcentagem da matéria seca.
Considerando somente o ganho de peso, a máxima quantidade de SPL a ser fornecida para bovinos confinados é de 3,72% em relação à matéria seca da dieta, sendo que valores acima disso levam à queda no ganho de peso.
Outros autores, como Ulbrich et al. (1993), encontraram valores de até 5% de inclusão de SPL sem afetar o ganho de peso, porém com resíduos da fermentação de farelo de soja para produção de lisina.
Tabela 3. Desempenho de bovinos confinados com diferentes quantidades de SPL.
Porém, o menor rendimento de carcaça mostrou que o SPL pode levar ao aumento das porções “não carcaça”, como o peso de fígado por exemplo.
Tabela 4. Características de carcaça de bovinos confinados com diferentes quantidades de SPL.
De acordo com esses resultados, a utilização do SPL para bovinos confinados deve ser de até 3,7% da matéria seca da dieta, havendo queda no desempenho para níveis maiores.
Referências bibliográfcias
HENRIQUE, W.; LEME, P.R.; LANNA, D.P.D.; ALLEONI, G.; SAMPAIO, A.A.M. Níveis do subproduto concentrado da produção de lisina em dietas com alto concentrado para tourinhos Santa Gertrudes em terminação. Rev. Bras. Zootec., v. 34, n. 6, p. 2457-2465, 2005.
HANON, K.; TRENCLE, A. Evaluation of condensed molasses fermentation solubles as a nonprotein nitrogen source for ruminants. J. Anim. Sci., v. 68, n. 9, p. 2634-2641, 1990.