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Uso de leveduras como probióticos na alimentação de bovinos de corte

Gastos com nutrição animal representam a maior parte do custo em um sistema de produção. Neste contexto, a utilização de aditivos alimentares para bovinos tem se mostrado uma boa alternativa para reduzir as despesas com alimentação (Oliveira et al., 2005). Após a proibição do uso de anabolizantes na nutrição animal pela União Européia em 2006, a procura por estes aditivos aumentou consideravelmente (Gattas, 2005). Nos últimos anos as leveduras têm sido utilizadas na dieta de bovinos de corte promovendo melhorias no desempenho animal devido a maximização da eficiência da fermentação ruminal.

Gastos com nutrição animal representam a maior parte do custo em um sistema de produção. Neste contexto, a utilização de aditivos alimentares para bovinos tem se mostrado uma boa alternativa para reduzir as despesas com alimentação (Oliveira et al., 2005). Após a proibição do uso de anabolizantes na nutrição animal pela União Européia em 2006, a procura por estes aditivos aumentou consideravelmente (Gattas, 2005). Nos últimos anos as leveduras têm sido utilizadas na dieta de bovinos de corte promovendo melhorias no desempenho animal devido a maximização da eficiência da fermentação ruminal.

Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), os aditivos são definidos como substâncias intencionalmente adicionadas aos alimentos com a finalidade de conservar, intensificar ou modificar suas propriedades, desde que não prejudiquem seu valor nutritivo. Estas substâncias agem controlando o metabolismo aumentando a eficiência de utilização de alimentos, proporcionando aumento do desempenho produtivo dos animais (Oliveira et al., 2005).

Dentre os aditivos existentes no mercado, as culturas de leveduras na alimentação de ruminantes destacam-se como probióticos. Estas culturas são provindas de resíduos de indústrias de cervejaria e destilarias de álcool sendo constituídas por extrato fermentado de Aspergillus oryzae, por culturas de Saccharomyces cerevisiae, ou por ambos (Martin e Nisbet, 1992).

O efeito do uso de leveduras para ruminantes se dá pela modificação do ambiente ruminal conforme os seguintes mecanismos:

Fatores estimulatórios para microflora ruminal: quando presentes no rúmen, as leveduras produzem fatores estimulatórios que aumentam a atividade e o crescimento das bactérias ruminais, principalmente das celulolíticas. Nessa condição, ocorre aumento da taxa de degradação ruminal e da digestibilidade da fibra (Newbold et al., 1996), maximização da utilização de amônia e maior fluxo de proteína microbiana para o duodeno.

Controle do pH ruminal: o fornecimento de ácidos dicarboxílicos pelas leveduras, principalmente o ácido málico, favorece o crescimento e a atividade das bactérias utilizadoras de ácido lático prevenindo as flutuações de ph ruminal (Gattas, 2005).

Diminuição da concentração de oxigênio no rúmen: apesar de ser considerado totalmente anaeróbico, o rúmen contém 0,5% a 1,0% de oxigênio (Valadares Filho & Pina, 2006), que é tóxico para os microrganismos anaeróbios e reduz a adesão da fibra pelas bactérias celulolíticas. Leveduras apresentam grande afinidade por oxigênio e, quando presentes no rúmen, estimulam o crescimento dos microrganismos anaeróbios pela remoção rápida e eficiente de oxigênio do ambiente ruminal. A absorção do oxigênio que entra no ambiente ruminal representa o segundo mecanismo de ação das leveduras (Arcuri et al., 2006).

A soma destes fatores contribui para o maior consumo e melhor aproveitamento da dieta pelos animais, uma vez que ocorre aumento da eficiência de utilização da energia e dos nutrientes no rúmen. Isso tem impacto positivo no metabolismo do animal e determina melhores resultados em desempenho produtivo.

De acordo com Wallace (1994) o uso de culturas de Scchacaromyces cerevisiae podem melhorar o ganho de peso diário (GPD) com intensidade de 7-8%, decorrente do aumento da ingestão de matéria seca (IMS). Entretanto, estas respostas são variáveis e dependentes do tipo e da quantidade em que a dieta é ofertada.

A Tabela 1 mostra alguns efeitos da utilização de leveduras vivas (Saccharomyces cerevisiae) na nutrição e no desempenho de bovinos, que foram relatados em 34 trabalhos publicados.

Tabela 1. Efeitos do uso de culturas vivas de leveduras

Na Tabela 2 pode-se observar resposta positiva da inclusão de leveduras na dieta no GPD, na IMS e na eficiência alimentar. Além disso, destaca-se a diminuição de 24% da concentração de lactato ruminal com a inclusão de leveduras na dieta.

Tabela 2. Efeitos da suplementação de leveduras em bovinos

O uso de culturas de leveduras na alimentação de bovinos de corte torna-se interessante a medida que melhora a eficiência alimentar e aumenta o ganho de peso diário. No entanto, apesar de alguns trabalhos mostrarem-se favoráveis a utilização de leveduras na dieta de ruminantes, há grande variabilidade nos resultados observados. Pesquisas relacionadas ao estudo dos mecanismos de ação deste aditivo são imprescindíveis para sua melhor utilização. Outro ponto importante a ser levado em consideração é uma relação custo/benefício positiva com a utilização deste.

Bibliografia

BARBOSA, A.F; FARIA, G.A; VILELA.H. Leveduras vivas na nutrição de bovinos,2003.Disponívelem:Acesso em: 05/08/10.

GATTAS, C.B.A. Influencia da suplementação com cultura de levedura na digestibilidade, fermentação ruminal e ganho de peso de bovinos de corte. 2005. Campo Grande, 50 f. Dissertação (Mestrado). Universidade Federal do Mato Grosso do Sul.

MARTIN, S.A.; NISBET, D.J. Symposium: Direct-Fed Microbials and Rumen Fermentation. Journal of Dairy Science, v.75, n.6, p.1736-1744, 1992.

OLIVEIRA, J.S; ZANINE, A.M; SANTOS, E.M. Uso de aditivos na nutrição de ruminantes. Revista eletrônica de veterinária, v.6, n.9, 2005. Disponível em: www.veterinaria.org/revistas/redvet/n111105.html. Acesso em: 06/09/2010.

NEWBOLD, C.J; WALLACE, R.J; Mc INTOSH, F.M. Mode of action of the yast Scchacaromyces cerevisiae as feed additive for ruminants. British Journal of Nutrition, v.76, n.2, p.249-261, 1996.

REIS, R.A; MORAIS, J.A.S; SIQUEIRA,G.R. Aditivos alternativos para a alimentação de ruminantes. In: II Congresso Latino-Americano de Nutrição Animal,2006, São Paulo. Anais…São Paulo,2006.

VALADARES FILHO, S.C.; PINA, D.S. Fermentação Ruminal. In: Telma Teresinha Berchielli; Alexandre Vaz Pires; Simone Gisele de Oliveira. (Org.). Nutrição de Ruminantes 1ª Ed. Jaboticabal: Funep, v. 1, p. 151-182, 2006.

WALLACE, R.J. Ruminal microbiology and ruminant nutrition:progress and problems. Journal Animal Science, Champaign, v.72, p.2992-3003, 1994.

0 Comments

  1. Rodrigo de Melo Bruno disse:

    Qual a vantagem de se utilizar levedura em vez de monensina sodica?
    Sobre os trabalhos feito sobre uso de suplemento contendo levedura, muitos indicam que não são satisfatório para que o uso ainda seja rentavel.
    Acredito que de uns dois anos para cá vem ocorrendo mudanças em relação a seu uso, mais será que é confiavel…..

  2. Eudair Francisco Martins disse:

    Em confinamento o ambiente ruminal é de extrema importancia no desempenho dos animais, com a informação que ocorre decrescimo no acido latico e consequente valores mais adequados de PH ruminal, a eficiencia e o ganho de peso certamente ocorrerá, somando-se ao fato que é um produto natural, certamente deveremos incrementar o uso de probióticos em alimentação de ruminantes, face as restrições que a União Européia impõe na importação dos produtos de origem animal para a  sua alimentação.

  3. Wagner Corrêa disse:

    O uso dos aditivos probióticos em ruminantes é um caminho sem volta. Estudos recentes mostram que é possível substituirmos os ionóforos pelos probióticos em animais confinados, sem perda de desempenho.

  4. Douglas Garcia Soares disse:

    Experiência Própria, fiz vários comparativos, entre proteinado e o Probimax Elite Campo (Biorgânica), probiótico e levedura, tive o mesmo ganho com custos 45% mais baixo e com os mesmos cochos utilizado no mineral, sem ter que aumentar área de cocho, o Futuro são os aditivos mesmo.

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