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USDA: Previsões para o mercado de carnes

A produção global de carne bovina e de vitelo deverá se recuperar em 1%, para 59,2 milhões de toneladas.

A continuidade da expansão do rebanho direcionará a produção para cima nos principais comerciantes – particularmente Estados Unidos, Índia e Brasil.

A Índia continua expandindo devido à crescente demanda externa; as exportações são responsáveis por 48% da produção, comparado com somente 18% no Brasil.

Os menores abates direcionarão a produção australiana para baixo à medida que os estoques foram esvaziados e o retorno a condições favoráveis de pastagens impulsionará a reconstrução do rebanho.

As exportações pelos principais comerciantes deverão aumentar em 3%, para 9,9 milhões de toneladas devido à demanda mais forte.

São esperados ganhos para a maioria dos comerciantes, incluindo Índia, Brasil e Estados Unidos.

A Índia continuará sendo o maior exportador, à medida que a demanda melhora no Sudeste da Ásia, Oriente Médio e África do Norte.

As exportações brasileiras se recuperação à medida que o Real mais fraco aumenta a competitividade e a reabertura do mercado chinês cria novas oportunidades.

A produção dos Estados Unidos deverá aumentar pela primeira vez desde 2010, à medida que os estoques de bovinos se recuperam devido às melhores condições de pastagens e menores custos dos alimentos.

As exportações deverão ser 6% maiores à medida que as crescentes ofertas domésticas pressionam os preços para baixo.

Uma redução nas exportações australianas permitirá que os Estados Unidos recupere participação de mercado na Ásia, o que compensará os envios estagnados ao Canadá e ao México.

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Artigo especial: Revisão das cotas sujeitas a tarifas para importações de carne bovina dos Estados Unidos

 Cenário do comércio de carne bovina dos Estados Unidos

 Os Estados Unidos são o maior produtor de carne bovina do mundo, mas também importa mais do que qualquer outro país.

Os produtores americanos são especializados em bovinos alimentados com grãos de alto valor, enquanto as importações consistem principalmente de produtos produzidos a pasto, mais magros, de menor valor, que são processados para a produção de carne bovina.

No geral, as importações representaram pouco mais de 10% das ofertas de carne bovina em 2014.

De 2010-2013, os Estados Unidos foram exportadores líquidos de carne bovina em termos de volume.

Entretanto, as importações ultrapassaram as exportações em 2014 à medida que a produção doméstica declinou quase 6%.

A queda na produção foi desencadeada por uma seca severa nas planícies do Sul e pelos altos preços dos alimentos animais, que levaram os produtores a reduzir seus rebanhos entre 2009 e 2014.

As reduções no rebanho bovino levaram à menor produção de carne bovina magra aumentando a demanda por processamento de carne magra.

As menores ofertas levaram os preços da carne a acelerar, mas a demanda tem sido resistente.

As crescentes importações de carne bovina processada e cortes de mesa compensaram um pouco, mas não totalmente, a menor produção.

Os preços elevados dos bovinos e as melhores condições de pastagens impulsionaram a expansão no setor de bovinos a partir de 2015 com a produção de carne bovina devendo aumentar no próximo ano.

Entretanto, em curto prazo, os abates de bovinos serão menores à medida que os produtores retêm vacas de corte para reconstrução do rebanho e isso continua dando suporte à demanda por carne magra importada.

As importações de carne bovina totalizaram US$ 5,3 bilhões (957.000 toneladas de peso produto) em 2014 e as exportações totalizaram US$ 6,3 bilhões (859.000 toneladas).

Embora as importações tenham excedido as exportações em termos de volume, o valor das exportações foi maior devido aos valores unitários médios maiores de exportações (carne bovina produzida com grãos) do que importações (carne magra para processamento).

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Principais fornecedores de carne importada pelos Estados Unidos

A Austrália foi o principal fornecedor de carne bovina importada pelos Estados Unidos em 2014, enquanto Canadá e Nova Zelândia ficaram distantes, em segundo e terceiro lugares.

A maior parte das exportações da Austrália e da Nova Zelândia são de carne bovina congelada sem osso para processamento.

Os envios do Canadá e do México são tipicamente de produtos de maior valor resfriados/frescos e incluem carne bovina vendida como cortes.

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Requerimentos sanitários para importações de carne bovina dos Estados Unidos

A obtenção de acesso ao mercado de carne bovina dos Estados Unidos é um processo de vários passos.

Os países precisam primeiro ser aprovados pelo Serviço de Inspeção Sanitária Animal e Vegetal (APHIS) com base em seu status para doenças animais.

O APHIS avalia os riscos de introdução de doenças animais como resultado do comércio.

Além disso, o Serviço de Inspeção de Segurança Alimentar (FSIS) certifica que os sistemas de regulamentação de alimentos do outro país emprega medidas sanitárias equivalentes aos padrões americanos.

Atualmente, 11 países podem exportar carne bovina fresca ou congelada aos Estados Unidos: Austrália, Canadá, Chile, Costa Rica, Honduras, Islândia, Irlanda, México, Nova Zelândia, Nicarágua e Uruguai.

Cotas sujeitas a tarifas dos Estados Unidos e importações de carne bovina em 2014

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Cotas sujeitas a tarifas pela OMC dos Estados Unidos

Como resultado do Acordo da Rodada do Uruguai da OMC de 1995, os Estados Unidos adotaram um sistema de cotas sujeitas a tarifas de importações de carne bovina.

Um sistema de dois níveis permite um volume especificado de importações por ano a taxa menor (ou zero) de tarifas e distribui uma taxa com tarifas maiores a volumes acima da cota.

Dois tipos de cotas sujeitas a tarifas nos Estados Unidos foram estabelecidas pelas negociações da OMC:

– Específicas de países: criada para Austrália, Japão, Nova Zelândia, Uruguai e Argentina.

– Outros países: fornece acesso com tarifas preferenciais para outros países que são escolhidos para enviar carne aos Estados Unidos.

Cotas sujeitas a tarifas de acordos de livre comércio (ALC)

As cotas sujeitas a tarifas são criadas via ALCs, que são tipicamente estabelecidos como um passo de transição em direção ao acesso livre de tarifas.

Os acordos seguintes expandiram o acesso ao mercado de carne bovina dos Estados Unidos:

– Acordo de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA): A partir de janeiro de 2008, o NAFTA foi totalmente implementado, resultando em acesso livre de tarifas e ilimitado para a carne bovina entre os Estados Unidos, Canadá e México. Canadá e México estão entre os principais fornecedores de carne bovina aos Estados Unidos, sendo responsáveis por mais de um terço dos envios em 2014.

– Austrália: A Austrália recebeu um acesso adicional às cotas em seu ALC de 2005 com os Estados Unidos adicionando a sua cota da OMC de 378.214 toneladas. O acordo permitiu um acesso suplementar livre de tarifas de 15.000 toneladas no segundo ano após o acordo com mais 5.000 toneladas adicionadas anualmente ou bianualmente. Uma cota adicional com tarifa reduzida de 21% permitiu 3.500 toneladas no primeiro ano e aumentou para 7.000 toneladas em 2022. Em 205 e 2016, o acesso total à cota livre de tarifas é de 418.214 toneladas com mais 4.000 toneladas a tarifas reduzidas. O acesso ilimitado livre de tarifas começa em 2023.

– CAFTA-DR: O acordo de livre comércio Com República Dominicana e América Central de 2004 (CAFTA-DR) estabeleceu cotas preferenciais para cada uma das seis partes: Costa Rica, República Dominicana, El Salvador, Guatemala, Honduras e Nicarágua. As cotas sujeitas a tarifas do ALC são contingentes do primeiro preenchimento da cota de Outros Países da OMC – atualmente disponível para Costa Rica, Honduras e Nicarágua – que ainda precisa acontecer. Atualmente, esses três membros podem enviar carne bovina aos Estados Unidos e as importações totalizaram US$ 287 milhões em 2014. Desde que o acordo foi assinado, as importações de carne bovina dos países do CAFTA-DR aumentaram para quase 60.000 toneladas em 2014. Em 2020, os países do CAFTA-DR terão acesso ilimitado livre de tarifas.

Cotas sujeitas a tarifas do CAFTA-DR

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Outros ALCs: O acesso também foi estendido aos seguintes países através de seus ALCs com os Estados Unidos: Bahrain, Chile, Colômbia, Jordânia, Marrocos, Omã, Panamá e Cingapura.

As cotas sujeitas a tarifas são concedidas durante o período inicial de implementação e se tornam ilimitadas com a implementação total. Atualmente, somente o Chile tem permissão para enviar carne bovina aos Estados Unidos.

Acordos de Livre Comércio com acesso à carne bovina

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Cota sujeita a tarifas de Outros Países na OMC

Alguns países sem uma cota específica para eles podem ter acesso à cota sujeita a tarifas na categoria “outros países” de 64.805 toneladas.

Atualmente, cinco países – Costa Rica, Honduras, Islândia, Irlanda e Nicarágua – usam a cota, que fornece uma tarifa preferencial de 4,4 centavos por quilo. As importações acima de 64.508 toneladas precisam pagar a tarifa total, de 26,4% ad valorem.

Em 2014, a “cota outros países” foi preenchida em 86% por seis países, refletindo forte demanda de importação dos Estados Unidos.

O preenchimento desse cota aumentou firmemente nos últimos dez anos, de apenas 45% em 2005.

Uma vez que a cota é totalmente usada, cotas específicas de países de ALCs entrarão em efeito, permitindo mais 33.000 toneladas para países do CAFTA-DR.

À medida que os acordos forem totalmente implementados, os parceiros de ALCs receberão acesso ilimitado, reduzindo a pressão sobre outros países com cota sujeita a tarifas.

Atribuição de cotas

Os Estados Unidos não intervêm na atribuição de cotas; ao invés disso, isso fica a critério dos países exportadores. Por exemplo, alguns países distribuem licenças a exportadores.

A Austrália mantém um sistema pelo qual a cota é preenchida por ordem de chegada até alcançar a taxa de 85%. Os 15% restantes são atribuídos baseados no uso histórico da cota.

A cota de “outros países” é preenchida por ordem de chegada entre os países que têm permissão.

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Futuro acesso ao mercado dos Estados Unidos

Se mais países receberem a aprovação do APHIS e do FSIS para enviar carne bovina congelada/resfriada, a concorrência de outras cotas de países deverá acelerar, pelo menos em curto prazo.

Pelo atual cenário, se um novo país recebe a permissão, como o Brasil, as importações poderiam deslocar os envios de outros países ou ser feitas acima da cota sujeita à tarifa.

Depois de 2020, a competição pelos países existentes pela cota para “outros países” diminuirá à medida que o CAFTA-DR estará totalmente implementado.

A Nicarágua, responsável por mais de 70% do uso da cota em 2014, terá acesso ilimitado, criando oportunidades para outros exportadores.

Mais expansão na cota poderá ser obtida através de futuras negociações na OMC (como as discussões da Rodada de Doha) ou futuros ALCs.

Sumário de países selecionados – carne bovina e de vitelo – 1000 toneladas (equivalente carcaça)USDAOut15 - 6

Sumário de bovinos vivos em países selecionados – 1000 cabeças

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Fonte: Relatório USDA em inglês, traduzido e adaptado pela Equipe BeefPoint.

4 Comments

  1. Suzana Lopes Lemos disse:

    Agradeço pelos artigos e vídeos recebidos!! Ambos são de grande valia para o desenvolvimento de estratégias relacionadas a agropecuária.Meu esposo esta em fase de conclusão do curso de Bacharelado em Desenvolvimento Rural e Gestão Agroindútrial, na UERGS (Santana do LIvramento RS) e todos os email recebidos são utilizados.

    Excelente trabalho!! Obrigada
    Att
    Suzana

  2. Jairo Eder a Sales disse:

    Parabéns fiquei impressionado em saber que o SUA produz tanta tonelada de carne assim !!!! Ainda exporta, a concorrência é bom e o Brasil tem que melhorar muito para ganhar essa disputa …

  3. Eder frank disse:

    Temos que melhorar muito as introduções das novas tecnologias nas propriedades rural de pecuária,pois a mão de obra não tem qualificação . so assim aumentaremos a produção de @. E investir na gestão do negócio, melhorar o direcionamento de custo e escalar e vender na hora certa.

  4. Modesto disse:

    Srs,
    Achei interessante mas alguns dados são incongruentes.
    Utilizando produção de bezerros como taxa aproximada de desfrute do rebanho, China aparece com 48% e Brasil igual a India com 22%? EUA com 38%…
    Fazer Plano de Negocios utilizando os dados do USDA pode ser perigoso. Mesmo assim vale a estatistica.
    Abraços

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