Uruguai vê oportunidade no Brasil para carne de alta qualidade

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O setor de carnes do Uruguai tem oportunidades para crescer no mercado brasileiro, visando os nichos de alto valor e qualidade de um mercado interno que cresce.

O especialista do Centro de Estudos Avancados em Economia Aplicada (Cepea) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ/USP), Sergio De Zen, um dos palestrantes do 21o Congresso Mundial de Carne, realizado no hotel Conrad de Punta del Este, disse que “a exportação de carne uruguaia de alta qualidade para nichos de alto valor no Brasil continuará crescendo”.  Segundo ele, “o Uruguai deveria olhar mais essa oportunidade”.

De Zen explicou que o que cresce no Brasil “é a demanda por carne de alta qualidade. Assim, há um espaço grande para a importação desse tipo de carne”.

Ele disse que nos nichos de alto padrão de qualidade “já se encontra há tempos carne bovina uruguaia e argentina, mas também há dos EUA”, porque a demanda é crescente e o Brasil não pode atende-la completamente. “Nesse segmento, a demanda cresce mais rápido que a oferta”.

Segundo ele, esse segmento de alto valor abriu espaço pra outro tipo de indústria de carne. De Zen deu como exemplo o Estado de São Paulo, que tem 45 milhões de habitantes e tem uma média de renda similar à da França e da Itália, onde “há mitos possibilidades” para a carne uruguaia. “Esse público exige uma qualidade de carne maior e pode pagar”.

Ele recordou que hoje, em São Paulo, ha 10 frigoríficos de inspeção estadual que estão voltados ao mercado local com produtos de alta qualidade. “Estão voltados a nichos de mercado de alto valor e isso não existia no passado. Esses produtos ja são comparáveis aos que se produz o Uruguai ou a Argentina em média”.

Por sua vez, ele disse que é difícil prever qual será a estratégia dos grandes grupos de carnes brasileiros na região, mas projetou uma maior expansão no futuro. “Todos os frigoríficos brasileiros estão olhando para o Uruguai com um apetite enorme, porque são mercados adjacentes aos que vale a pena se integrar; por isso, não se descartam maiores expansões dos grandes grupos”.

Fonte: El País Digital, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.