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Uruguai tem preço mais baixo de novilhos na região

A forte valorização do Real, junto com a firmeza dos preços do gado no Brasil e a brusca queda das cotações no mercado local, levaram o preço do novilho em Uruguai a ficar abaixo da média dos principais estados exportadores brasileiros pela primeira vez desde abril de 2015.

O preço do gado na Austrália, por sua vez, está acima do dos países do Mercosul, com um novilho gordo na faixa de US$ 4,40 o quilo carcaça, fruto de um forte processo de retenção que começou nessa época do ano passado. Dessa maneira, o preço do gado no Uruguai está em níveis mais baixos que seus dois principais concorrentes: Brasil e Austrália.

No Brasil, segundo o Tardáguila Agromercados, o valor médio nos principais estados exportadores aumentou em US$ 0,10 na última semana, para US$ 2,73 o quilo carcaça. Desde que começou do ano, o novilho no Brasil recuperou US$ 0,42 (+18%), em boa medida devido à valorização de 12% do Real.

Já no Uruguai, o novilho gordo perdeu US$ 0,48 desde o começo do ano (-15%), como consequência do enfraquecimento da demanda. A semana passada fechou com uma referência de US$ 2,70 o quilo carcaça.

Logicamente, em um país tão extenso como o Brasil, ocorrem situações diversas de mercado nas distintas regiões. Em alguns casos, os preços seguem similares aos do Uruguai (Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais), mas em outros, estão bem acima, como São Paulo (principal região demandante de carne bovina no Brasil), onde está próximo a US$ 3,00 o quilo carcaça. No Rio Grande do Sul, o preço supera US$ 3,10. Esse último Estado e o que mais se assemelha ao Uruguai do ponto de vista produtivo, dado que tem maioria de raças britânicas, ainda que seu perfil seja muito menos exportador que o da indústria uruguaia.

Os abates no Uruguai estão de cerca de 10 mil cabeças semanais a menos do que no mesmo período do ano anterior. A demanda, ao posicionar-se em níveis baixos em plena safra, consegue pressionar forte os preços para baixo. Inclusive, para esses dias, estão previstos fechamentos de algumas plantas de abate, algumas por motivos trabalhistas, mas em outros casos, por decisão própria, aproveitando a retirada dos equipamentos kosher e a escassa disposição compradora.

No caso das vacas gordas, as diferenças entre Uruguai e Rio Grande do Sul são, todavia, maiores, ainda que os operadores do mercado tenham manifestado que, no momento, os números são muito justos para que se consolide uma exportação de vacas gordas para os frigoríficos gaúchos.

No Uruguai, os frigoríficos compram essa categoria a US$ 2,30-US$ 2,35, enquanto no Rio Grande do Sul, no tipo de câmbio atual, pagam um equivalente de US$ 2,90-US$ 3,00. Segue-se avançando o processo de impeachment da presidente, Dilma Rousseff, e o Real continua se valorizando, de forma que é possível que comesse a advertir-se interessa da fronteira por vacas gordas uruguaias.

Além disso, hoje as cotações uruguaias se vêm superadas pelos outros vizinhos do Mercosul. O novilho escasseia na Argentina, com cotações que se mantêm firmes em pesos argentinos e a alta em dólares. A fraqueza da moeda americana está refletindo frente a maioria das demais moedas do mundo e as do Mercosul não são exceção. A cotação do novilho de exportação supera os US$ 3,35 esta semana. E a média do novilho de Liniers está a US$ 26,881, ou seja, US$ 1,87.

Preços novilhos

No Paraguai, por sua parte, os novilhos estão entre US$ 2,50 e US$ 2,55, dependendo se contam com a habilitação para serem exportados ao Chile e em torno de US$ 2,80 o novilho União Europeia (UE). A vaca está a US$ 2,50/kg carcaça.

Fonte: Tardáguila Agromercados, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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