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18 de fevereiro de 2014

Uruguai pode aumentar sua cota de carne de alta qualidade na Rússia

Segundo o presidente do Instituto Nacional de Carnes (INAC), Luis Alfredo Fratti, o Uruguai teria acesso à cota de carne de qualidade na Rússia antes do final do ano, o que permitiria colocar a carne por US$ 8.000,00 a tonelada.

“Essa carne tem que ser enviada resfriada e não congelada. A diferença de preço entre a carne resfriada e a congelada é de US$ 400 a US$ 500 por tonelada. Embora seja difícil de estimar, eles entendem que as carnes de qualidade são as que valem mais de US$ 8.000 por tonelada”, disse Fratti durante a feira Prodexpo, realizada na capital russa.

“Entendemos que o protocolo tem certa ambiguidade, já que em uma parte fala de animais preferencialmente engordados a pasto e, depois, fala de animais terminados com grãos”, disse ele. “Frente a isso, o que solicitamos foi que não houvesse uma obrigação para que se termine animais exclusivamente com grãos, para que aqueles que possuem animais engordados a pasto, pudessem suplementar de forma que os animais que não entram na cota 481 (de alta qualidade da União Europeia), possam entrar na nova cota”.

Fratti disse que o Uruguai entraria nessa cota nas mesmas condições que seus concorrentes e que os exemplares habilitados para serem abatidos e exportados teriam como limitação: idade de 30 meses no caso dos novilhos e 24 no caso das novilhas, com peso não inferior, no último caso, de 240 quilos de carcaça.

As declarações do presidente do INAC foram feitas após a reunião com o embaixador uruguaio na Rússia, Anibal Cabral, com o diretor do Serviço Veterinário e Fitossanitário da Rússia, Sergey Dankvert. Fratti disse que essa reunião era considerada chave e já tinham tentado realiza-la no passado sem êxito.

Ele disse também que acha que a cota não demorará muito tempo para ser habilitada, de forma que ele acredita que isso ocorrerá nesse ano, devido as regulamentações burocráticas existentes.

“Essa cota incluiria carne de qualidade que iria diretamente para o consumo já que hoje, não estamos exportando. Hoje estamos pensando (em vender ao exterior) carne de maior valor. A que enviamos hoje é para ‘enlatar’, enquanto que essa outra seria para o consumo. Temos que falar, pelo menos, de valores de 50%  a mais que os de hoje. Na Rússia, há coisas para fazer, mas no negócio de ‘enlatar’ não há muito para crescer. Na carne de qualidade sim teremos como nos diferenciar” – complementa Fratti.

Quanto aos volumes que seriam vendidos, ele disse que, pelo menos no começo, não seriam de grandes magnitudes, já que outros concorrentes, como Austrália, tem vantagens logísticas.

Outro ponto trabalhado, disse Fratti, foi a possível criação de uma comissão mista Uruguai-Rússia, que estará trabalhando para outorgar fluidez ao comércio. “Isso é muito importante, já que mostra respaldo político”.

A Rússia é um mercado chave para as exportações de carnes do Uruguai. Até o ano passado, era o principal comprador dessa matéria prima, mas um crescimento abrupto na demanda por parte da China mudou esse cenário, já que o gigante asiático começou a comprar carne do mesmo tipo que era vendida à Rússia, a um preço maior. Assim, em 2013 foram exportados US$ 147 milhões em carnes à Rússia, em 2012 tinham sido vendidos US$ 294,9 milhões.

Fonte: El País Digital, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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