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Uruguai: frigoríficos enfrentam problemas de oferta

O frigorífico uruguaio Inaler irá dispensar mais de 600 funcionários devido à falta de gado gordo no mercado, enquanto outras plantas reduzem o ritmo de abate semanal. Várias plantas estão baixando o ritmo de abate semanal e, em vez de abater animais cinco ou seis dias por semana, estão apenas conseguindo oferta para trabalhar dois ou três dias. Até agora nesse ano os abates caíram em 9,2% no Uruguai.

O frigorífico uruguaio Inaler irá dispensar mais de 600 funcionários devido à falta de gado gordo no mercado, enquanto outras plantas reduzem o ritmo de abate semanal. O recente aumento da carne bovina no varejo é consequência direta da falta de gado gordo no mercado.

O frigorífico Inaler – planta de San José do grupo Tacuarembó-Marfrig – resolveu dispensar os funcionários porque não consegue um bom volume de gado gordo para manter os abates estáveis, disse o gerente da empresa, Daniel Andino.

A Federação dos Trabalhadores da Indústria da Carne (Foica) garante que, até agora, além do Inaler, não se tem notícia de que outro frigorífico fechará por falta de gado. “É um problema muito complexo e estamos muito preocupados”, disse o diretor da Foica, Ariel Yaques. “Os preços sobem, o gado não aparece e aumentaram as exportações de gado em pé”.

A Foica pretende formar uma Comissão Multisetorial e estudar o problema a fundo para buscar uma solução. “Se estamos tendo esta situação agora em fevereiro e, possivelmente, em março, não quero nem saber quando chegar em julho-agosto, que são os meses onde a falta de gado preparado no mercado se acentua”.

Várias plantas estão baixando o ritmo de abate semanal e, em vez de abater animais cinco ou seis dias por semana, estão apenas conseguindo oferta para trabalhar dois ou três dias. Até agora nesse ano os abates caíram em 9,2% no Uruguai. Entre 2 de janeiro e 12 de fevereiro, foram abatidas 232.859 cabeças de gado frente às 256.456 cabeças abatidas no mesmo período de 2010. A queda nos abates vem acontecendo de forma consecutiva nas últimas quatro semanas.

Em um ano normal, nesses primeiros meses do ano, os frigoríficos aproveitam para abater a maior quantidade de gado que podem. Porém, este é um ano atípico e, apesar de os preços do gado gordo no mercado interno continuarem subindo todas as semanas, a oferta de gado gordo continua escassa.

“Se a estes preços não se consegue uma boa oferta é porque faltam animais gordos”, disse o presidente da Associação de Consignatários de Gado, Alejandro Zambrano.

Esse ano, os criadores uruguaios tiveram menos pastos e grande parte desses se perdeu pela seca. Os pecuaristas, no geral, terminam o gado em março, abril e maio, dando uma terminação com grãos e, assim, obtêm melhores preços. Hoje, com o aumento do preço dos grãos, está difícil começar a engordá-los antes, porque os números fecham.

A reportagem é do El País Digital, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

0 Comments

  1. José Ricardo Skowronek Rezende disse:

    Realmente os efeitos da seca ainda não foram devidamente ponderados. Em algumas regiões do Brasil a pastagem morreu. Em outras a infestação de ervas daninhas comprometeu / atrasou o crescimento das gramíneas. A suplementação a cocho esta cara e nem todos possuem estrutura para lançar mão da mesma. O indice de vacas prenhas nesta estação de monta certamente cairá e com ele o numero de bezerros que serão comercializados em 2012. Por isto os preços da carne continuam altos em plena safra.

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