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Uruguai: Cota 481 muda o segmento de cria do país

Estão se formando dois mercados para o bezerro. Um é o “habitual” e o outro é o do gado que tem como fim a cota de carnes de alta qualidade da UE. O diretor executivo da Associação Uruguaia de Produtores de Carne Intensiva Natural (Aupcin), Álvaro Ferrés, disse que os negócios com destino à Cota 481 – a ex-cota 620 – são cada vez maiores.

A cota de carnes de alta qualidade aberta pela União Europeia (UE), à qual o Uruguai também teve acesso, está mudando o segmento de cria,  obrigando-o a produzir um bezerro diferencial que possa cumprir os requesitos da cota.

Estão se formando dois mercados para o bezerro. Um é o “habitual” e o outro é o do gado que tem como fim a cota de carnes de alta qualidade da UE. O diretor executivo da Associação Uruguaia de Produtores de Carne Intensiva Natural (Aupcin), Álvaro Ferrés, disse que os negócios com destino à Cota 481 – a ex-cota 620 – são cada vez maiores. Ainda, existem oportunidades de crescer ainda mais devido ao fato de que outros países habilitados para entrar nessa cota não completarão os volumes existentes, por causa dos altos custos de produção. Os requisitos são novilhos de menos de 27 meses, que sejam confinados por 100 dias antes do abate.

No Uruguai, existem 100 confinamentos de engorda com capacidade para quase 200.000 bovinos de forma simultânea. “Isso não quer dizer que todos estejam completos. Porém, se o contexto permitir, pela rentabilidade interna aos produtores, como de demanda externa, o país está em condições de absorver um aumento notório na demanda”. A cria é o setor que mais será favorecida com essa modalidade, disse Ferrés, já que a demanda por bezerros será muito alta.

Por outro lado, o gerente de negócios pecuários da Cooperativa Nacional de Grãos (Copagran), Federico García Lago, afirmou que é muito provável que o que estimula a Cota 481 hoje seja uma corrente que crescerá em volume com o tempo. “O que manda é o preço. Hoje, a Copagran tem dois confinamentos e os produtores de confinamentos buscam o melhor negócio; essa cota hoje é o melhor”.

Um dos freios para o desenvolvimento da cria de exemplares com as características requeridas para a cota poderia ser a falta de preços por parte da indústria a longo prazo. “O objetivo das plantas é ter o volume garantido para o médio-prazo. Para isso, os pecuaristas pedem um preço de referência ao futuro, mas frente a isso, encontram-se com o obstáculo que as indústrias não estão dispostas a dar essas garantias”.

Outros integrantes da cadeia de carnes, embora vejam uma oportunidade interessante na Cota 481, são mais cautelosos e reduzem a possibilidade de quem puder se beneficiar dela. “É interessante, mas não é para qualquer produtor. É necessário estar bem preparado para as exigências requeridas. Já que se ver quais são as vantagens e desvantagens existentes”, disse o representante da Federação Rural no Instituto Nacional de Carnes (INAC), Emilio Mangarelli.

A reportagem é do El País Digital, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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