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Uruguai: carne sentiu pouco a crise econômica

O setor de alimentos do Uruguai, particularmente o de carnes, foi um dos que menos sentiram o impacto da crise econômica mundial e não há nenhuma possibilidade futura de que se produzam quedas de preços ou anos excepcionais como o passado.

O setor de alimentos do Uruguai, particularmente o de carnes, foi um dos que menos sentiram o impacto da crise econômica mundial e não há nenhuma possibilidade futura de que se produzam quedas de preços ou anos excepcionais como o passado.

A essa conclusão chegou o diretor de Informação e Análise Econômica do Instituto Nacional de Carnes do Uruguai (INAC), Pablo Caputi, após participar da 4ª reunião do Grupo de Economia do Secretariado Internacional da Carne (IMS, da sigla em inglês), com a organização da Oficina Permanente Internacional da Carne (OPIC), que foi realizado em Wageningen, Holanda, e da qual participaram 47 especialistas de 20 países.

A reunião teve como tema central a análise do impacto da crise na cadeia de carnes e, como secundários, a mudança climática, a emissão de gases de efeito estufa, e a alternativa a um fracasso nas negociações de Doha.

Quanto à cadeia de carne bovina do Uruguai, Pablo Caputi disse que o país não tem intenções de expandir sua produção bovina, dizendo que com os atuais preços de exportação, internos e da matéria-prima, a cadeia encontra-se em condições competitivas. “O Uruguai tem que esquecer de 2008 e voltar a trabalhar com os dentes apertados como fez entre 2000 e 2007”.

Após uma rodada inicial dos participantes informando sobre a situação de cada um dos países, foi a vez dos representantes de organismos internacionais. Nessa instância, Caputi disse que o mais notável foi a contrastante visão da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) com a dos países individualmente. Ele disse que, em geral, os especialistas disseram que o impacto setorial sobre a carne e os alimentos será menor do que o do setor financeiro, de turismo, seguros e outros.

Porém, os diferentes níveis de impacto não somente valem para os setores, mas também, para os países. “A Espanha, por exemplo, tem um desemprego de 17%, 4 milhões de desempregados, e se sente uma preocupação tremenda na sociedade, enquanto na Holanda, não se fala no assunto”.

No caso do Uruguai, Caputi disse que se em 2008 se tivesse trabalhado da mesma forma que entre 2000 e 2007, quando os compradores não faziam fila pela carne uruguaia, se teria mantido o gráfico ascendente, alcançando um preço médio por tonelada da ordem de US$ 2.350, acima dos US$ 2.137 de 2007 e abaixo dos atuais US$ 2.484. No entanto, a extraordinária conjuntura de 2008 levou o preço médio a US$ 3.258, após uma conjunção de forças que dificilmente volta a se repetir.

Quanto às forças que fazem com que o setor de alimentos seja o menos afetado pela crise, Caputi disse que os alimentos são escassos no mundo, os recursos naturais estão pressionados e não há revoluções verdes à vista. “O que sustenta os preços é essa condição estrutural, de uma demanda mundial muito firme sem possibilidades importantes de expansão da oferta”, disse ele.

A reportagem é do El País Digital, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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