O governo do Uruguai está avançando nas negociações de livre comércio com a China, esperando que a pequena nação sul-americana possa se tornar uma “porta” para o bloco regional do Mercosul nas negociações com a potência asiática.
O presidente uruguaio, Luis Lacalle Pou, que há muito pressiona por um acordo com a China para aumentar as exportações de produtos-chave como a carne bovina, revelou na terça-feira que a China fez uma “proposta formal” para levar adiante o processo.
Na quarta-feira, o principal assessor do governo uruguaio Alvaro Delgado disse a repórteres que o objetivo era que o Uruguai fosse uma “porta de entrada para o Mercosul” para a China.
“Esse é o objetivo final e talvez o mais importante”, disse ele em entrevista coletiva.
Lacalle Pou havia dito em julho que o Uruguai negociaria o acordo comercial com a China por conta própria, gerando tensões com os membros do Mercosul como Argentina, Brasil e Paraguai.
O ministro argentino de Desenvolvimento Produtivo, Matías Kulfas, desafiou o do Uruguai na quarta-feira.
O Uruguai “pode fazer um acordo bilateral com a China fora do Mercosul ou pode continuar no Mercosul. As regras do Mercosul são muito claras: os acordos são feitos em bloco, não são bilaterais”, disse Kulfas aos jornalistas.
“É uma decisão que o governo uruguaio vai tomar e estaremos observando o que ele fizer”, acrescentou.
Se for bem-sucedido, o Uruguai se juntará aos vizinhos Chile e Peru na assinatura de acordos de livre comércio com a China.
Lacalle Pou disse na terça-feira que o Uruguai fará um estudo formal sobre a proposta de acordo comercial com a China a ser apresentado até o final do ano.
A China já é o principal parceiro comercial do Uruguai, comprando cerca de 30% de suas exportações, incluindo 56% de suas carnes, principal produto de exportação do Uruguai.
Fonte: Reuters, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.