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Um primeiro semestre de baixas das commodities nas bolsas dos EUA

Apesar de junho ter sido um mês de altas, impulsionadas pela queda do dólar ante o real e, no mercado de grãos, por problemas climáticos nos EUA, as principais commodities agrícolas exportadas pelo Brasil encerraram o primeiro semestre com cotações médias inferiores às do mesmo período do ano passado no mercado internacional, refletindo um quadro de ofertas ainda confortáveis em tempos de arrefecimento do crescimento da economia global.

Cálculos do Valor Data baseados nos contratos futuros de segunda posição de entrega mostram que, na bolsa de Nova York, onde são negociadas as “soft commodities”, o suco de laranja, cujos embarques mundiais são liderados pelo Brasil, encerrou o semestre com média quase 22% menor que a de janeiro a junho de 2018, pressionado sobretudo pela recuperação da produção americana.

Na mesma comparação, e com pressão das boas ofertas brasileiras, também predominantes nas exportações, o café apresentou queda pouco inferior a 20%, e o açúcar caiu cerca de 1,5%. O algodão, que tem no Brasil o segundo maior exportador, atrás dos EUA, recuou quase 15%.

Na bolsa de Chicago, onde são negociados grãos básicos para a alimentação humana e animal, a soja, outra commodity que tem no Brasil o maior exportador, foi quem mais sofreu. Nos cálculos do Valor Data, sua cotação média no primeiro semestre de 2019 foi mais de 11% menor que em igual intervalo do ano passado. O milho – o Brasil é o segundo maior exportador mundial do cereal – registrou pequena alta, inferior a 2%.

Mas, se para açúcar e suco de laranja o espaço para recuperações continua exíguo, graças a produções fartas e/ou estoques cheios, e se para o café existe uma esperança altista pelo risco de geadas em polos brasileiros, para algodão, soja e milho a situação climática nos EUA, onde fortes chuvas continuam a prejudicar o plantio da safra 2019/20, poderá de fato abrir espaço para que as curvas ascendentes de junho tenham continuidade.

Segundo o Valor Data, o milho encerrou o mês com preço médio quase 14% superior ao de maio em Chicago, garantindo a leve valorização registrada na média semestral e uma alta próxima a 20% em relação a junho de 2018. A soja, cujos estoques globais são maiores, subiu cerca de 6,5% na comparação com maio – mas, quando a base de comparação é junho do ano passado, ainda há queda de quase 4%.

Para ambos, a continuidade dessa tendência de recuperação dos preços nos próximos meses dependerá do alcance dos danos provocados pelas intempéries no Meio-Oeste americano. Dados divulgados pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) na sexta-feira passada trouxeram novos elementos para essa equação. Contrariando estimativas, o órgão estimou uma área 3% maior de milho na safra 2019/20 no país – a divulgação fez as cotações do cereal despencarem em Chicago.

Ao mesmo tempo, o USDA estimou uma redução de 10% na área americana de soja em 2019/20, que ficou abaixo da estimativa de analistas. Mas, como os trabalhos de plantio prosseguem mesmo com o fim da janela ideal – e, portanto, com o fim do seguro de colheita (“Prevent Plant”) -, amparados em subsídios prometidos por Donald Trump, a área final de soja pode ficar maior.

Fonte: Valor Econômico.

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