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Um dos desafios da Novilho Precoce MS é crescer com coerência, não podemos aumentar os associados sem manter a qualidade – Antonio João de Almeida

O tema do próximo Workshop BeefPoint será sobre Associações de Pecuaristas. Através das palestras e estudos de caso apresentados nos workshops BeefPoint, os participantes têm a oportunidade de trocar conhecimento, compartilhar ideias, acertos e erros também.

Para conhecer melhor os palestrantes, o BeefPoint preparou uma série de entrevistas com cada um deles.

Confira abaixo a entrevista com Antonio João de Almeida, diretor técnico da Novilho Precoce – MS.

Antonio João de Almeida

Antonio João de Almeida é médico veterinário, produtor rural, consultor na área de confinamento de bovinos, professor aposentado da UFMS e diretor técnico da Novilho Precoce – MS. É responsável por diversos projetos de pecuária de corte intensiva.

A Novilho Precoce – MS completa 15 anos de sua fundação e nos anos de 2012 e 2013 os principais projetos desenvolvidos pela Novilho Precoce foram o BPA (Boas Práticas Agropecuárias), que entregou o certificado para 20 fazendas e o projeto Benchmarking, que está sendo desenvolvido pela Exagro e que visa nivelar as informações entre os associados quanto à rentabilidade de sua fazenda, ao mesmo tempo que coloca opções para que o produtor possa aferir mais lucro em sua atividade pecuária.

BeefPoint: O que os pecuaristas de sua associação têm feito de interessante que pode servir de exemplo para os demais pecuaristas brasileiros?

Antonio João de Almeida: Eu acho que o que mais chama a atenção no associado da Novilho Precoce é a preocupação constante da melhoria no processo produtivo. O associado não fica na discussão tradicional de valores da arroba (se está bom ou não). Ele sempre está procurando como produzir mais e melhor. Sabe através de várias palestras que ministramos regularmente, que muito mais importante que o valor da @, é quanto ele pode produzir na fazenda. Reduzir custo fixo, aumentar produção por hectare, ou seja, como aumentar seu retorno por hectare.

BeefPoint: O que a Associação tem feito para motivar os pecuaristas a se manterem associados?

Antonio João de Almeida: Nos nossos encontros, sejam em convenções anuais ou palestras técnicas, sempre tentamos trazer especialistas que mostram realmente onde podemos melhorar, quais são as atitudes que vão influenciar de verdade a lucratividade da pecuária. Fora isso, a constante busca por novas parcerias, visando aumentar a gama de produtos a serem oferecidos, estimula sempre o produtor a melhorar.

BeefPoint: Quais os principais desafios de sua associação?

Antonio João de Almeida: A Novilho Precoce trabalha com parcerias, ou seja, elas só existem se está bom para ambos os lados, então estamos sempre conectados nas duas pontas. Do produtor ao consumidor. Se algum elo da cadeia não fecha sua conta, então a parceria está fadada a desaparecer, e isto não pode acontecer.

Outro desafio é crescer com coerência. Não podemos nos entusiasmar e aumentar o número de associados sem continuar mantendo nossa qualidade oferecida. Chegamos até aqui exatamente porque fazemos nosso dever de casa. Nos policiamos. Quando a qualidade do animal vendido cai, por exemplo, vamos atrás para saber o que aconteceu. Sempre pró ativo. Ajudando a melhorar, não apenas cobrando.

BeefPoint: Qual o perfil ideal do associado, para a sua associação?

Antonio João de Almeida: O perfil do associado é normalmente de um produtor que se envolve diretamente na produção da fazenda. Tem seus números, sabe o que pode produzir. Dinâmico, aceita desafios. É um produtor diferenciado, como possui números, sabe adotar novas tecnologias.

BeefPoint: Qual o exemplo de associação na pecuária, no Brasil hoje? Qual instituição você admira por fazer um excelente trabalho?

Antonio João de Almeida: Eu acho que a cooperativa Maria Macia faz um excelente trabalho. Um outro pessoal que entrou para a associação e nos mostrou um trabalho muito bem feito é a Coasgo, de São Gabriel do Oeste, MS.

BeefPoint: Qual modelo de associação inspirou a formação e as diretrizes de sua associação e por quê?

Antonio João de Almeida: Na verdade, não houve, porque era um caso específico: fornecer animais de qualidade à um supermercado. Então, desde o começo já tinha um foco. Produzir qualidade e ser remunerado por isso.

BeefPoint: Quais os pontos fortes de sua associação? Quais são os pontos a serem melhorados?

Antonio João de Almeida: Um dos pontos mais fortes na minha opinião é a união da diretoria. A coerência dos pensamentos é fantástica e mesmo nas opiniões divergentes, há um respeito exemplar.

O relacionamento com os elos da cadeia também é muito bom. Temos total acesso à todos, conversamos, discutimos e sempre que podemos, melhoramos nosso relacionamento.

Sempre há o que ser melhorado, por exemplo, o controle de abates com números e gráficos, fornecendo dados valiosos; o relacionamento com os produtores na melhoria do sistema produtivo.

Precisamos fazer um trabalho mais aprofundado no setor de compras conjuntas.

BeefPoint: O que a associação implementou de diferente em 2012-2013? O que você fez em 2012-2013 que te trouxe mais resultados?

Antonio João de Almeida: O BPA e o Benchmarking da Exagro na área técnica. Na área comercial, implementamos um software que monitora online as escalas e fornece mais detalhes ao produtor sobre seus abates. A parceria Boi no Ponto também tem trazido muitos frutos. Sem dúvida, ela está marcando presença este ano.

BeefPoint: Quais os principais planos para 2013-2014?

Antonio João de Almeida: Ajustar a produção de animais para fornecimento das novas parcerias; incentivar a suplementação nas pastagens e confinamento, visando dar contínua uniformidade às carcaças produzidas e auxiliar os parceiros através do fornecimento de qualidade constante para que eles possam aferir mais lucro e isto possa ser repassado aos nossos associados.

BeefPoint: Sabendo que aprendemos mais com os erros, do que com acertos, você poderia compartilhar um erro da associação?

Antonio João de Almeida: No início, vendíamos à prazo, pois isto era regra geral. Aprendemos que isto é um erro. Hoje, só aconselhamos venda à vista.

BeefPoint: Qual seu recado para os produtores que querem iniciar uma associação ou participar de uma já existente?

Antonio João de Almeida: Em primeiro lugar, visitar e conhecer algumas associações e seus modelos de negócios.

Ter uma clareza sobre a objetividade da associação, qual o foco, se é comercial, técnico, marketing. Isto dará o rumo certo para você associar-se ou montar uma associação de produtores.

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