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UE tem novas regras de bem-estar animal no transporte

A Comissão Européia informou que a União Européia (UE) passou a ter novas regras de bem-estar animal no transporte a partir de cinco de janeiro de 2007. De acordo com o Comissário de Saúde da UE, Markos Kyprianou, esta nova legislação visa reduzir o estresse e os danos que os animais podem sofrer durante os transportes em terra e mar.

A Comissão Européia informou que a União Européia (UE) passou a ter novas regras de bem-estar animal no transporte a partir de cinco de janeiro de 2007. De acordo com o Comissário de Saúde da UE, Markos Kyprianou, esta nova legislação visa reduzir o estresse e os danos que os animais podem sofrer durante os transportes em terra e mar.

Entre as novas salvaguardas para animais que estão sendo introduzidas estão padrões mais altos para veículos e equipamentos e requerimentos mais rígidos para aqueles que lidam com os animais no transporte. A Regulamentação também fornece medidas para garantir uma melhor aplicação das regras da UE nesta área, como o uso de sistemas de navegação por satélite, disse Kyprianou.

Pelas novas regras, os veículos usados para o transporte de animais por 8 horas ou mais terão que ser aprimorados e oficialmente aprovados. Novos equipamentos nos veículos permitirão que seu microclima seja adaptado para os animais e requerimentos mais rígidos de abastecimento de água estão sendo determinados. Está sendo dada atenção especial aos animais jovens, e recém nascidos e fêmeas com uma semana após o parto não poderão ser transportados.

Os motoristas e criadores de animais em trânsito estarão sujeitos a treinamento obrigatório e, a partir de 2008, certificados para cuidar dos animais. A nova legislação estende e esclarece a cadeia de responsabilidade pelos animais, incluindo não somente operadores de transporte, mas também, comerciantes, motoristas e a equipe presente em cada ponto do transporte.

Considerando que os animais tendem a apresentar mais estresse quando são colocados e removidos dos veículos, foram determinadas melhores regras para manejar os animais nestes momentos, enquanto há novos requerimentos para os estabelecimentos de carregamento/descarregamento de animais.

A partir da data de aplicação das novas leis, todos os novos veículos usados para transporte de longas distâncias de animais (mais de 8 horas) precisam ser equipados com um sistema de navegação por satélite. Isso permitirá melhores controles da aplicação das leis da UE durante a viagem e tempos de descanso. Os caminhões mais velhos que já estão em uso terão até 2009 para instalar este equipamento.

A nova regulamentação não inclui novas medidas nos tempos de viagem ou densidade de animais, como contemplava a proposta original da Comissão, devido à falha da Comissão em atingir um compromisso nestes pontos a tempo. Entretanto, Kyprianou disse que serão feitas propostas sobre esses 2 importantes aspectos do transporte de animais antes do final de 2009.

0 Comments

  1. Sebastião Ewerton Curado Fleury Neto disse:

    As novas regras se aplicam para trânsito de animais em território europeu ou nos países fornecedores? Caso a aplicação seja uma exigência também para o transporte do gado adquirido por frigoríficos exportadores para a UE, no caso do Brasil, é um desafio. Sim, pois num país que não tem investimentos em recuperação de estradas, construção de novas vias; num país que a frota é velha e o setor de transporte não lucra o suficiente para reinvestir; onde o motorista profissional não tem um mínimo de valorização e qualificação; estaríamos passando o carro na frente dos bois se formos chamados a cumprir tal legislação.

  2. Hans Nagel disse:

    Hoje presenciei o transporte de gado nas jamantas de ferro de dois andares da Friboi. Eu me pergunto como se sentiriam os senhores diretores desta empresa se fossem obrigados viajar num ônibus sob temperatura de 36 graus na sombra, recebendo na cabeça e corpo, de seus companheiros de viagem, as urinas e fecalhas do andar superior.

    Me parece que o objetivo é o boi chegar no Frigorífico com acréscimo de valor no sentido de o animal ser levemente frito e claro, devidamente temperado.

    Atenciosamente
    Hans Nagel

  3. Fábio Leal disse:

    Acredito que mesmo com as deficiências de nosso sistema público em melhorar as rodovias e etc, temos que pensar em minimizar as ações extrínsecas aos animais, como por exemplo, podemos melhorar a temperatura com instalação de aspersores de água e melhorar as condições dos animais fornecendo água com futuras instalações de bebedouros nas carretas, tudo é possível, mas esperamos que as empresas renomadas de transporte de animais saiam na frente para desenvolver algo parecido para minimizar o estresse do transporte de bovinos, por que do jeito atual é extremamente anti-ético.

  4. Fernando Affonso Ferreira disse:

    É… depois do rastreamento, vem o transporte especial…. quando estivermos com tudo arrumado vão inventar outra restrição.

    Adoraria ver essa preocupação com milhares de homens, mulheres e crianças que passam fome no mundo e adorariam comer nossa carne transportada em caminhões sem ar condicionado.

  5. Fábio Guimarães disse:

    Infelizmente o assunto não se traduz na realidade do Brasil, estamos falando de uma legislação européia que materializa inúmeros anseios demonstrados há tempos pelos importadores e consumidores daquele mercado, como ocorre com o Eurepgap que é amplamente divulgado por alguns importadores europeus, não necessariamente como exigência direta, mas como forma de potencializar o mercado.

    Dessa forma, como ocorre em outros casos, as exigências impostas aos produtores da União Européia também são exigíveis para os fornecedores de países terceiros ao bloco. Essa nova legislação torna-se um paradigma a ser alcançado.

  6. Adriano Apolinário Leão de Oliveira disse:

    Que tem que haver conforto para os animais não se discute. Mas daí a almejar água fresca, parada para descanso e ar condicionado? Está me cheirando manobra para continuar protegendo o mercado interno deles. Que a medida vai ser exigida aqui não tenham dúvidas, e quando conseguirmos implantar o que vai demorar um século dada as condições das estradas e valor baixo do frete (apesar de representar uma enormidade para o produtor), aí vão exigir outra coisa qualquer que venha a barrar a entrada de carne além da que eles precisam para regular a demanda.

    Vai ser sempre assim, a UE impõe, nós nos esforçamos, aí vem outra imposição e mais outra… Se não tiver gente competente para barrar isso, vamos estar constantemente dependendo de algum ajuste para entrar no mercado deles e enquanto isso despejam de tudo no Brasil sem qualquer regra.

  7. Edson Nilo Padilha Freitas disse:

    Solidarizo-me com a posição do Sr. Marco Aurélio Meireles, quando o mesmo manifesta que o bem estar animal é de importante relevância econômica, social e cultural da sociedade moderna. Acredito que aqueles que fazem parte da cadeia que não preocuparem-se com tais exigências, certamente ao longo do tempo estarão excluídos do processo.

    Não podemos nos ater também somente aos cuidados com os animais após o embarque, pois muitas vezes, os mesmos sofrem alto stress durante o manejo de apartação e logo em seguida durante o embarque nos caminhões. Devemos nos preocupar com as instalações como um todo, desde a pré-carga, até o momento do desembarque.

    E que venham as leis, pois tenho certeza que nosso empresariado estará apto a cumpri-las, bastando apenas que o governo também faça a sua parte, dando condições é punindo aqueles que não se enquadrarem.

  8. Jose Roberto Busto Libardi disse:

    Essa gente esta precisando uma dose de Temple Grandin no transporte de animais.

  9. Francisco Rossignoli Flores disse:

    Concordo com os depoimentos dos colegas, e acredito plenamente que esta “Nova Legislação” ao qual a UE está preconizando seja inviável, pelo menos no Brasil, um país que não se preocupa com investimentos na cadeia pecuária, muito menos no transporte dos animais.

    Creio que enquanto a situação da cadeia produtiva do boi no Brasil não for valorizada, nada adiantará os países importadores fazerem pressão sobre um fato que é inviável de se implantar no atual momento em que vive a situação do financeira da pecuária brasileira.

    Seria uma hipocrisia falar em melhorar o bem estar animal, sem antes melhorar a situação financeira do produtor.

  10. Humberto Sorio Junior disse:

    Levarei o artigo à consideração de meus alunos das disciplinas de Bovinocultura de Corte, Agronomia e Med. Veterinária, da UPF tão pronto seja iniciado o ano letivo 2007. Inclusive, se me permitem os missivistas, os comentários, contra e a favor. Alinho-me, contudo, entre os que pensam em mais conforto e bem-estar animal. Talvez os que resistem a aceitar novas regras, se esqueçam que a cada dia com mais intensidade as pessoas estão mais ligadas aos animais e, na nossa parte mais radical, os sentimentos ocultos.

  11. Leonel Augusto Martins Almeida disse:

    Como uma pessoa defensora de programas que visem otimizar o Bem Estar Animal, tenho o conhecimento da estrutura do referido veículo do Friboi e posso assegurar-lhe que o piso é sólido e vedado, o que permite conter fezes e urina dos animais que são transportados no piso superior do veículo, além de que as aberturas laterais terem espaço suficiente para a circulação e troca de ar para os animais, mantendo a temperatura mais amena, haja visto que o que se tem em mente nestas ocasiões é a sensação térmica e não a temperatura ambiente (o que muitas vezes não ocorre em alguns outros tipos de transporte, sujeitando os animais durante toda a viagem, aí sim, a temperaturas extremas).

    Ainda, o Friboi possui um programa voltado ao Bem Estar Animal (desde a propriedade até o momento do abate, englobando inclusive o transporta animal) que está sendo implementado em suas unidades e denominado Friboi Quality Farms.

    Dentre os trabalhos e pesquisas está a adaptação de modificações que se adequem a melhorias aos animais, visando seu bem estar durante a etapa do transporte.

    Além disso, um dos objetivos do programa é adaptar as normas de Bem Estar Animal às condições brasileiras, e não apenas copiá-las, como temos percebido por parte de alguns “pesquisadores” , “instituições” e “empresas” o que acaba deformando os objetivos e conceitos em Bem Estar Animal.

    Outra informação é que na Europa, muitos dos veículos de transporte de animais, não apenas bovinos, como também ovinos, caprinos possuem 2 ou até 3 andares, assim como no Brasil e outros países da América do Sul, o que não os impede de realizarem o transporte ainda assim respeitando o Bem Estar Animal, sem “temperá-los ou fritá-los”.

    Fique a vontade para procurar a unidade do Friboi mais perto e perguntar sobre o programa Friboi Quality Farms.”

  12. José de Assis Belisário disse:

    Sem dúvida alguma que o conforto e o bem estar dos animais estão intrinsecamente ligados à boa condição de saúde humana. Defendo os projetos que têm preocupação com este aspecto.

    Na realidade de Brasil, o governo se quer se preocupa com o transporte humano, haja visto o transporte coletivo de má qualidade, insuficiente e superlotado nas cidades, bem como as péssimas condições das nossas rodovias que para a manutenção/conservação das mesmas pagamos nossos pesados impostos. Ademais, o governo não está nem aí para a quebradeira dos produtores rurais, isto é do agronegócio brasileiro.

    A matéria é importante e vou colocá-la em apreciação pelos nossos estudantes de zootecnia e medicina veterinária, afim de que possam desenvolver o censo crítico e ampliar a visão no processo de toda a cadeia da pecuária brasileira.

  13. Bruno de Jesus Andrade disse:

    Está aí mais uma medida que adiante poderá criar muitos problemas a produção de carne brasileira. Sim, pois sabemos que existem animais que são espancados durante o transporte, tanto por causa da estrada, pelas condições dos caminhões boiadeiros e também pelos motoristas e ajudantes que na hora de embarcar e desembarcar os animais usam de extrema violência.

    Entretanto, para uma fatia de empresas, aí cito frigoríficos e até fazendas, não existirão problemas já que um bom trabalho vem sendo realizado nessa área de bem-estar animal. Frigoríficos que exportam para a UE têm que possuir um programa de Abate humanitário, que envolve desde a chegada do animal no curral até sua degola na calha de sangria. E algumas fazendas já possuem instalações apropriadas para o manejo do gado.

    Então o que fazer? Acredito que esperar a imposição da UE não é um bom negócio, vamos tentar mudar agora, para que depois, não sejam realizados atropelos. Mas, muito depende de nosso Governo, que precisa consertar rodovias de forma correta e não tapando buracos e abrir novas vias com material de qualidade.

    Aos frigoríficos, que segundo notícia do próprio BeefPoint, lucraram mais ano passado do que em 2005, fazer a manutenção de seus caminhões aos poucos, investindo mais na frota e na capacitação de motoristas, como já fazem alguns. Dessa forma, quando eles (UE), vierem com a receita, já estaremos servindo o jantar.

  14. Breno Augusto de Oliveira disse:

    Acredito que a capacitação e melhoria das condições de trabalho (R$) dos motoristas, que na sua grande maioria não tem noção do transporte de cargas viva, pode minimizar as perdas para o produtor e aumentar a qualidade das carnes aos consumidores.

    Uma sugestão seria utilizar o Sisbov (brinco n° tal na placa tal) para identificar os motorista, estradas, regiões, instalações e produtores problemas. Porém com esta ação é possível também vislumbrar a imensa debilidade que as indústrias frigoríficas possuem em dar continuidade da rastreabilidade brasileira (que no papel é uma excelente ferramenta para melhoria da qualidade) hoje em dia é impraticável dentro das plantas saber que tal corte é de determinado boi.

    Com esta realidade, Sisbov muito exigente aos produtores, os frigoríficos poderiam fazer excelentemente bem o dever de casa primeiro (profissionalizar o Sisbov, capitalizar produtores, melhorar as práticas ambientais e sociais), pois se não houver estes ajustes no meu ponto de vista, este programas de qualidade “dentro da porteira” mais uma vez vai ser para inglês ver.

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