Até o início do ano que vem, a União Européia (UE) provavelmente retirará a proibição ao ingresso da carne bovina tratada com hormônios, procedente dos Estados Unidos, que levou este país a aplicar sanções comerciais no valor de US$ 117 milhões a produtos de procedência européia, segundo informou Pascal Lamy, comissário do Comércio da UE.
Segundo Lamy, a União Européia cumprirá uma determinação da Organização Mundial do Comércio (OMC) contra a proibição, e reiterou que a UE não pode compensar os produtores por causa das sanções americanas ao queijo francês Roquefort, à carne suína da Dinamarca, ao suco de frutas italiano e a outros produtos. O Parlamento Europeu e os 15 governos do bloco provavelmente aceitarão modificar uma lei da UE para adequar-se às normas comerciais internacionais, no fim deste ano ou no início do próximo.
O francês José Bové, líder do movimento dos produtores agrícolas, afirmou que as vendas de Roquefort, o queijo azulado produzido perto de Millau, na França, despencaram mais de 30% nos EUA nos dois últimos anos, desde que teve início a questão comercial. O ativista, que no domingo bloqueou a entrada de um restaurante da McDonald’s Corp. num protesto em Millau, disse que os agricultores estão pagando pelos “erros” cometidos pelo Governo.
Há 12 anos, a UE proibiu o ingresso de carne bovina com hormônios, o que fez com que os EUA aplicassem sanções comerciais a produtos europeus em julho de 1999. As exportações de carne bovina americana isenta de hormônios para a Europa, que são reguladas por um sistema de cotas, correspondem entre US$ 5 milhões a US$ 6 milhões anuais. A carne sem hormônios representa menos de 1% do total das exportações de carne bovina americana.
fonte: Gazeta Mercantil, adaptado por Equipe BeefPoint