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1 de novembro de 2011UE decide manter subsídios agrícolas
Os europeus anunciaram suas intenções de renovação da ajuda a proprietários rurais que há muitos anos afetam os interesses da economia brasileira. A esperança era de que a alta nos preços de alimentos abrisse espaço para que finalmente anunciassem redução na ajuda.
Um assunto tem causado polêmica entre os interessados pelo setor agropecuário no Brasil. A União Europeia propôs continuar com os subsídios ao setor rural por, no mínimo, nos próximos 10 anos, além de distribuir a fazendeiros 500 bilhões de euros até 2020. Os europeus ainda ameaçam rever as regras para o açúcar, o que pode ferir acordos já fechados. Na avaliação de professores da Fundação Getúlio Vargas (FGT), a cana-de-açúcar e a carne são os segmentos mais prejudicados com essa decisão.
Os europeus anunciaram suas intenções de renovação da ajuda a proprietários rurais que há muitos anos afetam os interesses da economia brasileira. A esperança era de que a alta nos preços de alimentos abrisse espaço para que finalmente anunciassem redução na ajuda. O que não ocorreu, irritando setores do governo brasileiro.
De acordo com o professor e coordenador do MBA em gestão estratégica de agronegócio da FGV, Matheus Kfouri Marino, essas decisões impactam diretamente no agronegócio do Brasil, já que um de nossos grandes clientes é a União Europeia fazendo com que as exportações caiam já nos próximos meses.
Entre os setores que mais podem ser afetados, o professor e também coordenador do MBA em gestão estratégica de agronegócio da FGV, Fábio Matuoka Mizumoto, avalia que estão a cana-de-açúcar e o de carnes. Isso porque a produção europeia terá maior valor de subsídios para produzir e deve pautar os preços, prejudicando a competitividade do produto brasileiro no mercado internacional.
Há fatores que favorecem a expectativa de redução nos subsídios agrícolas fornecidos pela União Europeia. O principal é a elevação dos preços internacionais das principais commodities agrícolas, e outro, a crise financeira que afeta a Europa e faz com que as principais nações estejam com dificuldade de gerar caixa para manter os seus subsídios.
O especialista diz ainda que a expectativa do mundo todo era de uma redução dos subsídios da União Europeia, favorecendo as nações mais competitivas na produção das commodities agrícolas mundiais. Contudo, a reação foi contrária, já que os europeus protegem a produção local para fazer a economia girar. Isso porque 45% do orçamento do bloco são destinados aos subsídios agrícolas e um terço da renda do agricultor europeu depende desses subsídios.
Ele diz ainda que um dos grandes clientes do Brasil é a União Europeia. Portanto, com essa medida as exportações no país tendem a cair já nos próximos meses. Já que o país não tem condições de manter o mesmo nível de subsídios de países como os Estados Unidos e União Europeia, convivendo em um mercado internacional pautado por preços gerados por essas nações.
Fonte: jornal A Gazeta, adaptada pela Equipe BeefPoint.
12 Comments
Certo mas fora a cana e a carne ? Nao existem outros produtos subsidiadis. O professor nao descobriu nada de novo. A questao é a seguinte : e o Brasil, nao protege a sua economia ? Funciona mesmo como um pais liberal ?
Olá Jean-Yves, obrigado pelo comentário.
Em muitos aspectos, sim, protegemos muito nossa economia :-)
Você teria alguma coisa a complementar em relação a essa notícia, em especial alguma sugestão de ação para o Brasil?
Abraços, Miguel
PS: Muito bom reve-lo no BeefPoint :-)
Já faz algum tempo que estou batendo no tecla de que nem o UE e nem o EUA vão deixar de subsidiar a agropecuaria por considerar este atividade uma questão estratégica e de segurança nacional/continental.
O Brasil sómente não exporte mais carne porque não quer; se a realidade brasileira era como mostrado tanto no video do Abiec como o da JBS não teriamos ter tido os problemas que temos hoje!
Pelo que sei não temos qualquer dificulade no escoamento de produtos de cana de açucar mesmo com todas as barreiras comercias funcionando.
O Brasil podia ser muito mais agressivo em salientar que os produtos derivados da cana podem ser muito mais saudaveis dos quais que são produzidos a partir da beterraba.
Por fim creio que temos ainda muito a fazer antes de nos queixar sobre um protecionismo que existe lá fora, mas tambem aqui dentro do país.
Até hj não vi redução de subsidios agrícolas dos paises ricos. Será que um dia verei?
Olá José Ricardo,
Acredito que do jeito que a economia da Europa vai, logo mais não terão recursos para bancar subsídios.
Imagine a dificuldade de defender subsídios na Grécia atualmente…
Mas a briga vai ser longa :-)
Abs, Miguel
Nao acho que mesmo com os subsidios os europeus consigam serem tão competitivos quanto os brasileiros.Se o câmbio continuar ajudando,O Brasil vai acabar pondo muita carne na Europa.Mesmo com todas as restrições !
Eu creio ser o ultimo tiro da Europa pra estimular a economia.Mas na minha opinião,é muito dinheiro colocado num setor que não é competitivo se comparado com outros players globais muito mais eficientes.A fórmula de estimular a produção de carne com subsídios na Europa é sabidamente uma fórmula super onerosa e com ganhos altamente duvidaveis na esfera financeira.Mas na esfera política,ai sim talvez seja um tentativa de acalmar animos na Europa pelo menos até que se saia desta crise e talvez uma ‘desculpa’ de menores ”pegadas de carbono’ por estarem transportando menos produtos de países distantes.Mas ca entre nós,comprometendo uma parcela enorme do orçamento Europeu.Um preço financeiro alto pra este gesto ‘politíco’.Eu ainda creio que esta medida vai ser revista em aproximadamente 5 anos.Enquanto isso o Brasil devia continuar melhorando sua eficiência.A Europa não suporta este modelo de subsídios para sempre,já estava para diminuir ,mas teve uma sobrevida.
Abraço a todos
Olá Fábio
Concordo com você. O globo está em pânico e na minha humilde opinião toda medida econômica deve ser observada com extrema atenção, pois nesta fase da crise mundi toda medida poderá ser útil, restando saber se ela se confirmará como válida. Europa e EUA estão esperneando com todo o poder de fogo que lhe restaram. Para quem passou a vida esbanjando não é surpresa observar práticas de exorbitâncias mesmo em tempo de letal crise! Resta-nos continuar fazendo o dever de casa se preparando para assumir os espaços que certamente descortinarão. Pena é que nós produtores brasileiros continuaremos a lutar sozinhos. Já pensou se tivéssemos não subsídios, mas apenas real apoio governamental no Brasil???????
abraços,
Dificilmente caem os subsídios. O agricultor europeu é como um habitante de zoológico, precisa ser mantido respirando para mostrar, para deleite dos urbanos, como foi o lifestyle dos antepassados.
boa noite,concordo com o Frankner, os produtores brasileiros já estão em um patamar bem acima dos produtores da UE e USA,só precisamos que o governo não atrapalhe e encotre uma maneira de controlar os excessivos ganhos dos varejistas e exportadores em cima da carne produzida por nós.Pois se formos contar com os preços pagos ao produtor nossa carne é muito barata.UE e USA pagam para seu produtores trabalhar, no Brasil os produtores pagam para trabalhar.
A continuidade dos subsidios por UE e USA somado a crise, ja começou a impactar a colocação de nossas comodities.A crise deles vai passar e as condutas de proteção continuarão,não veremos isto melhorar no curto e medio prazo.Devemos é ter uma politica comercial estruturada,planejada ,forte,com visão de futuro,para que possamos ser competitivos,e não acontecer como neste momento com a Russia,que literalmente passou um rasteira no Sr Lula,que ja tinha tomado uma com a China no setor industrial
Fantástica colocação Sr Humberto Tavares!!!!!!!!!!!!!!!!!
Prezado Humberto,
Na Mosca!