UE chega ao Uruguai para avaliar resíduos biológicos

A cadeia de carnes do Uruguai está pronta para receber uma nova auditoria sanitária da União Europeia (UE), desta vez, focada na detecção de resíduos biológicos e não sobre as plantas frigoríficas exportadoras de carne desossada e maturada.

A última missão desse tipo foi em 2004, o que de certa forma demonstra a confiança que as autoridades sanitárias europeias têm no Uruguai e em sua certificação dos produtos que exporta.

O Ministério da Pecuária, Agricultura e Pesca (MGAP) do Uruguai já definiu uma agenda, que será discutida no dia 27 de abril, no marco da reunião preliminar com os inspetores, prevendo que a auditoria se estenda até 5 de maio.

O Uruguai conta com um Programa Nacional de Resíduos Biológicos que é impulsionado pelo MGAP através da Direção do Laboratório Veterinário “Miguel C. Rubino”. A vigilância, que busca detectar o uso de produtos proibidos, como anabolizantes e promotores de crescimento hormonais (não permitidos pela lei), resíduos de antibióticos proibidos e os resíduos gerados pelo mau uso dos medicamentos utilizados na pecuária.

Até agora, os resultados são positivos, mas uma amostra positiva que seja encontrada pode fechar um mercado que custará para voltar a se abrir. Os inspetores europeus, pertencentes à Direção Geral de Sanidade e Proteção dos Consumidores da UE, visitarão estabelecimentos leiteiros e pecuários, salas de extração de mel, documentos do laboratório e uma concentração de equinos para abate. Também revisarão, ainda que não seja o objetivo principal, estabelecimentos de abate de ovinos e bovinos.

A UE, ainda que tenha o mercado sujeito a cotas, é um dos principais mercados para carnes bovina, ovinas e equinas do Uruguai. Na carne bovina, o Uruguai conta com 6.300 toneladas de cortes de alto valor que entram com tarifa preferencial, enquanto na carne ovina é o principal comprador, com uma cota de 5.300 toneladas.

A agenda da auditoria inclui visita a comércios onde se vendem medicamentos de uso veterinário, em busca de fármacos com princípios ativos com uso proibido na Europa.

O MGAP está otimista quanto ao resultado dessa auditoria, porque considera que, desde 2004 até agora, avançou bastante nos controles de resíduos biológicos, com um monitoramento aleatório, e a cadeia de carnes tem mais certeza de que hoje oferece maiores garantias.

A reportagem é do El País Digital, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.