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Tyson recorre à velha guarda

A gestão da Tyson Foods, maior empresa de carnes dos Estados Unidos em faturamento, passa por transformações. Importantes executivos oriundos da Hillshire Brands, uma empresa de alimentos processados adquirida m 2014, estão deixando a companhia que, no mundo das carnes, só fatura menos que a brasileira JBS. No último ano fiscal (encerrado em setembro), as vendas da Tyson renderam US$ 40 bilhões.

A dança das cadeiras na Tyson, que teve início em setembro, marca importante alteração de rota. Até então, esperava-se que os egressos da Hillshire continuariam tendo papel de liderança na estratégia da Tyson em busca de um negócio menos dependente de commodities e com foco em produtos de marca.

Os alimentos com marca, vale destacar, são a área prioritária atuação da Hillshire e o que justificou a compra da companhia pela Tyson (por US$ 7,7 bilhões), após uma renhida disputa com a rival Pilgrim’s Pride, empresa americana de carne de frango controlada pela JBS. A Hillshire é dona de marcas reconhecidas nos EUA, como as linguiças Jimmy Dean e Ball Park.

Oriundo da Hillshire, Tom Hayes foi um dos principais nomes da deixar a Tyson. A saída do executivo, que ocupava o cargo de CEO da empresa americana, foi oficializada em setembro, menos de um mês após a aquisição da Keystone, que pertencia à brasileira Marfrig. Para assumir a Keystone, uma das maiores fornecedoras da rede McDonald’s, a empresa então liderada por Hayes pagou US$ 2,1 bilhões.

Nos bastidores, há quem diga que as negociações com a Marfrig desgastaram Hayes junto ao conselho de administração da companhia americana. Ao longo das tratativas, Hayes se afastou das conversas, e a Marfrig teve de aceitar um desconto expressivo sobre proposta inicial da Tyson pela Keystone, conforme apurou o Valor.

A compra ocorreu em um momento de inflexão na rentabilidade da indústria americana de carne de frango, principal área de atuação da Keystone. Devido à sobreoferta de carne de frango nos EUA, as margens das principais indústrias avícolas desabaram.

Com a saída de Hayes, Noel White foi alçado ao posto de CEO da Tyson. Diferentemente do antecessor, bastante vinculado ao negócio de alimentos processados, White fez sua carreira na indústria frigorífica, com mais de duas décadas no IBP, que era uma das maiores indústrias de carne bovina dos Estados Unidos – a Tyson comprou a IBP em 2001.

À frente da Tyson, White vem promovendo mudanças. No mês passado, anunciou o retorno de Donnie King, executivo teve longa passagem pela Tyson (1982-2017). Na Tyson, King terá a missão de liderar os negócios internacionais. A área é crucial para a estratégia do CEO White, que pretende reduzir a dependência dos EUA e ampliar os negócios na Ásia. A compra da Keystone, que possui fábricas na China e no Sudeste Asiático, e dos negócios da BRF na Tailândia fazem parte da estratégia.

Aparentemente, as mudanças ainda não terminaram. A mais recente alteração foi conhecida segunda-feira. Egressa da Hillshire e atual responsável por alimentos processados, Sally Grimes comunicou a intenção de deixar a empresa.

Fonte: Valor Econômico.

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