Tiago Arantes: o Brasil tem uma grande oportunidade de aproveitar o aumento da demanda por alimentos; teremos que produzir mais e de modo sustentável

O Prêmio BeefPoint – Edição Confinamento vai homenagear quem faz a diferença nos confinamentos do Brasil. Essa é uma iniciativa do BeefPoint, e tem a Assocon como parceira. A premiação será feita durante o Interconf 2013, evento da Assocon que acontecerá nos dias 9 a 12 de setembro de 2013, em Goiânia/GO e que o BeefPoint está fazendo a curadoria de conteúdo.

Para conhecer melhor os finalistas, o BeefPoint preparou uma série de entrevistas que mostram o que eles têm feito para se destacar na pecuária de corte.

Confira abaixo a entrevista com Tiago Arantes, um dos finalistas na categoria Sanidade em Confinamento.

Tiago Pereira Arantes é veterinário, mestre em parasitologia veterinária e atualmente é diretor da unidade de negócios ruminantes da MSD Saúde Animal.

Atua na área de sanidade animal há mais de 10 anos e fazendo parte de uma empresa com um time técnico bem alocado em todo o Brasil, teve a oportunidade de implementar na prática em larga escala, programas sanitários eficientes e adequados ao perfil brasileiro, com base, principalmente, no diagnóstico prévio do problema e prevenção de possíveis riscos que podem acometer a atividade pecuária.

Com estratégias claras, bem alinhadas com o conhecimento técnico e focadas no retorno sobre o capital investido, tem conseguido fazer um trabalho de assistência técnica (extensão rural) robusto e que permite aos pecuaristas otimizarem o recurso mobilizado na atividade pecuária.

BeefPoint: O que você considera mais importante em um confinamento de gado de corte?

Tiago Arantes: Gestão! Sem sombra de dúvidas, uma boa gestão financeira, análises de oportunidades e riscos, um forte trabalho na gestão das pessoas e clara visão para enxergar o confinamento não só como uma unidade de engorda intensiva, mas como uma ferramenta estratégica para aumentar a lotação da fazenda, terminando animais precocemente no período seco, integrando a pecuária à agricultura, vendendo grãos por meio de arroba de bois confinados e produzindo carne de modo sustentável.

BeefPoint: Qual o maior desafio dos confinamentos no Brasil hoje?

Tiago Arantes: Adoção de tecnologia.

Existem muitas ferramentas que impulsionam o ganho de peso, reduzem custos e aumentam a lucratividade, amplamente utilizadas em importantes países produtores de carne que ainda não são usadas no Brasil.

O salto quântico de produtividade que se espera do Brasil para atender a clara demanda por carne que surgirá num futuro cada vez mais próximo, será muito prejudicado, sem adoção das tecnologias disponíveis no mundo.

BeefPoint: Qual projeto de confinamento você teve contato ou implementou nestes últimos anos, que considera um case de sucesso? Por quê?

Tiago Arantes: O Confinamento Monte Alegre, em Barretos-SP, de propriedade do Sr. André Perrone. Temos conduzido um programa sanitário consistente nesse confinamento, focado não só em produtos que protejam os animais e previnam perdas, mas também na capacitação da mão de obra da fazenda, focados em aumentar o número de arrobas produzidas, minimizando as perdas por lesões, mortalidade e perda de peso.

A sanidade representa muito pouco nos custos de produção de um confinamento, em geral, não chega a 1%. No entanto, quando não implementada corretamente, otimizando as oportunidades que se tem, pode gerar grandes perdas. O que temos feito é investir corretamente num programa sanitário, capacitar, ou melhorar algum ponto no trabalho da equipe para que todos estejam focados no incremento de produtividade.

BeefPoint: O que você fez em 2012 que te trouxe mais resultados?

Tiago Arantes: Padronizar programas sanitários adequados às necessidades brasileiras e difundir por meio da equipe de veterinários da MSD para diferentes regiões, com o objetivo de apoiar e impulsionar a produtividade da carne brasileira.

Além da área de sanidade, em 2012 fiz parte de um grupo que atuou muito na viabilização de uma importante tecnologia para os confinamentos brasileiros, os beta agonistas. Como entendo que a adoção de tecnologia é um caminho sem volta para a produção sustentável de carne, fazer parte do início do processo e da viabilização de uma importante ferramenta produtiva e financeira para os confinadores brasileiros, é muito gratificante.

BeefPoint: O que você pretende fazer de diferente em 2013? E por quê?

Tiago Arantes: Melhorar a eficiência dos protocolos sanitários. Esse é um processo de constante atualização e melhorias em produtos, manejos e serviços prestados aos pecuaristas. E também intensificar a disseminação de boas práticas na área de sanidade, produção, adoção de tecnologia e incremento de produtividade.

BeefPoint: Qual mensagem gostaria de deixar para os confinadores no Brasil?

Tiago Arantes: O Brasil tem uma grande oportunidade de aproveitar o inevitável aumento da demanda por alimentos, motivado não só pelo previsto crescimento populacional, mas também pelo aumento de renda de países emergentes e por hábitos mais saudáveis de alimentação. Teremos que produzir mais, muito provavelmente com redução de área disponível para produção agropecuária e de modo sustentável.

Esses fatores levarão naturalmente a um sistema produtivo focado em tecnologia, incremento de produção com inovação e assistência técnica efetiva. Neste cenário, o mercado caminha para uma demanda por produtos, serviços e equipe técnica de alta performance, com fortes parcerias e comprometimento com o sucesso da atividade. A oportunidade é clara, temos que nos preparar para transformar o potencial em realidade.

Confira a Programação do Interconf 2013

Lembramos que todos os finalistas do prêmio são convidados vip cortesia do Interconf 2013.