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17 de março de 2014
O Rio Grande do Sul é um estado diferente de toda a nação, tem um povo com paixão e tradição em pecuária – Juliano Leon [Prêmio BeefPoint Sul]
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Temos potencial para mais do que quadruplicar a nossa produtividade de carne, pois há muito o que fazer “da porteira para dentro” – Felipe Sangalli [Prêmio BeefPoint Sul]

No dia 4 de abril, será realizado o BeefSummit Sul, em Porto Alegre – RS. O evento será organizado pelo BeefPoint, em parceria com a Associação Brasileira de Hereford e Braford (ABHB). O BeefSummit Sul vai reunir nomes de sucesso do agronegócio para discutir e debater os rumos da pecuária de corte no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. A expectativa é de um público de 400 pessoas, entre produtores e investidores, tornando o BeefSummit uma excelente oportunidade de gerar novos negócios.

No dia do evento, o BeefPoint irá homenagear as pessoas que fazem a diferença e têm paixão pela pecuária de corte no Sul do Brasil com o Prêmio BeefPoint Edição Sul. Há vários finalistas, em 13 categorias diferentes.

O público irá escolher através de votação, o vencedor de cada categoria. Para conhecer melhor os indicados, o BeefPoint preparou uma entrevista com cada um deles.

Conheça Felipe Sangalli Dias,  finalista na categoria Consultor – Profissional de Campo, e palestrante do BeefSummit Sul.

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Felipe Sangalli Dias mora em Bagé (RS). É formado em Agronomia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) – 2006. Em 2010 teve a oportunidade de trabalhar na Nova Zelândia por 6 meses, onde se especializou na montagem e operação do sistema de pastoreio intensivo TechnoGrazing.

Juntamente com seu irmão Guilherme, fundaram a Lanztech Farming Solutions, empresa focada em trazer ao produtor soluções para aumento de produtividade e rentabilidade.

Vale lembrar, que Felipe também é agropecuarista na região de Bagé, onde, na propriedade de sua família, trabalha com recria e terminação de novilhos.

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BeefPoint: O que você implementou de diferente no trabalho consultor/ profissional de campo no Sul do Brasil, que levou você a ser um dos finalistas do Prêmio BeefPoint Edição Sul 2014?

Felipe Sangalli: Na Lanztech, procuramos desenvolver uma sinergia total com o cliente. Encaramos nossos erros e acertos como vitórias e derrotas pessoais e, tal fato faz com que sejamos 100% comprometidos com o que estamos fazendo. Desta forma, acredito que quando o produtor é bom, o trabalho das pessoas que estão envolvidas no planejamento estratégico da empresa rural, aparece.

Assim, se o meu trabalho chamou a atenção de alguém, a ponto de eu ser indicado para o Prêmio BeefPoint Sul, não tenho dúvidas que isso se deve ao bom trabalho exercido pelos meus clientes, nas propriedades em que eu assisto.

BeefPoint: O que vem te trazendo mais resultados? (Conte um pouco da sua trajetória de trabalho, missão, visão e valores, etc.)

Felipe Sangalli: Aumento das taxas de lotação com bons desempenhos individuais, pois acredito que não existe outra maneira de sermos economicamente eficientes se não aumentarmos a quantidade de animais produzindo por hectare pastoril.

Temos potencial para mais do que quadruplicar a nossa produtividade de carne e vejo que apesar da alta valorização do boi gordo, a maioria dos produtores ainda vislumbra que a agregação de valor no boi é a melhor saída para o aumento da competitividade da nossa pecuária e na minha visão estão equivocados. Há muito o que fazer “da porteira para dentro”. É no aumento da taxa de lotação, baseados em soluções forrageiras e de manejo destas, que focamos nosso trabalho e que acreditamos ser a grande oportunidade de crescimento.

BeefPoint: Todos sabemos que aprendemos mais com nossos erros. O que fez e deu errado? Você poderia nos contar?

Felipe Sangalli: Acho que o maior erro que cometi foi superestimar o potencial de um sistema produtivo, quando acabei levando mais animais que eu deveria para serem terminados em uma área. A superlotação prejudicou a produção de pasto, o que gerou um efeito sistêmico de baixa velocidade de terminação.

O que me obrigou a entrar o verão (período de escassez de chuva e de pasto no Rio Grande do Sul) superlotado. Este erro me fez gastar demais com soluções paliativas e também me prejudicaram no reestabelecimento das pastagens cultivadas no outono seguinte. Não quero passar por isso de novo! Mas creio ter sido um erro didático.

BeefPoint: Quais habilidades um consultor de campo precisa ter para expandir sua rede de clientes / produtores?

Felipe Sangalli: Antes de mais nada precisamos entender e respeitar o perfil de cada um dos clientes, as pessoas e as propriedades são muito diferentes, portanto não existe uma receita mágica que será 100% efetiva em 100% dos casos.

Assim, acredito que avaliar cuidadosamente caso a caso é muito importante para que os projetos sejam bem sucedidos.

BeefPoint: Consultores de campo, em sua maioria, são graduados em Agronomia, Medicina Veterinária, Zootecnia, etc, e sabe-se que há certa carência na graduação quanto às práticas relacionadas ao marketing, vendas e atendimento ao cliente. Assim, o que você sugere para contornar esta situação?

Felipe Sangalli: Eu acho que marketing é importante para atividades onde há uma muita concorrência e, não acho que o mercado de consultoria esteja tão concorrido assim. Apesar de haver no mercado ótimos profissionais, acho que a demanda é maior e tende a crescer. No meu caso, o que motivou a procura pelos meus serviços foram indicações de clientes mais antigos.

O atendimento ao cliente e suporte são muito importantes para quem trabalha com consultoria e poderiam ser melhor abordados no meio acadêmico, mas não sei se seria necessário alguma formação específica para que fossem adquiridas tais habilidades. Pois, penso que com bom senso e boa vontade, temos, com certeza, a capacidade de resolver a grande maioria das demandas dos clientes.

Desta forma, acho que o consultor tem que prezar pela sua imagem quanto pessoa e profissional. Portanto o posicionamento ético e o comprometimento para com o negócio dos clientes, é a melhor campanha de marketing que um prestador de serviço pode ter.

Não quero, com isso, menosprezar a importância do marketing e treinamento em vendas para a utilização em consultorias, pois se esta aptidão não for utilizada para benefício do próprio consultor, pode ser utilizada em benefício para os clientes.

BeefPoint: Qual inovação / novidade no setor você mais gostou dos últimos anos? O que estamos precisando em inovação?

Felipe Sangalli: Não vejo nenhuma tecnologia capaz de, por si só, causar um grande impacto na atividade pecuária. Mas acredito no potencial das pessoas (produtores e técnicos) saberem distinguir o momento e a situação para utilizar com eficiência esta enorme gama de ferramentas que temos nas mãos.

A inseminação artificial (IATF), desmama precoce, irrigação de pastagens, TechnoGrazing, creep-feeding, imunocastração, confinamento, marcadores moleculares, etc,  são todas excelentes ferramentas, mas não são capazes de excluir o capital intelectual do processo produtivo.

Digo isto, pois quando estive na Nova Zelândia, tive a oportunidade de ver o que há de melhor na produção de carne e leite a pasto. Mas tenho certeza que as coisas por lá só dão certo, porque o neozelandês é um obstinado por trabalho, ao mesmo tempo que é amparado por instituições de pesquisa e extensão capazes de entender, estudar e dar o feedback às demandas que vêm do campo.

Formar pessoas capazes, este é o grande desafio. Nenhuma criação será capaz de eliminar o criador do processo produtivo, pois o que faz a diferença são as pessoas.

BeefPoint: Quais as ações você tem feito para fidelizar o cliente que está buscando qualidade e bom atendimento? 

Felipe Sangalli: Comportamento ético e comprometimento.

BeefPoint: Qual é o diferencial de sua empresa e/ou empresa em que trabalha?

Felipe Sangalli: Não sinto que minha empresa seja diferente das outras. Temos convicções e nos posicionamos de acordo com estas convicções. O conhecimento está a disposição de todos, portanto não posso dizer que o que eu aprendi seja um diferencial.

BeefPoint: O que você pretende fazer de diferente em 2014? E por quê? 

Felipe Sangalli: Quero estudar mais sobre nutrição animal, pois acredito que com o avanço da agricultura para a região da Campanha no Rio Grande do Sul, em breve será mais viável o uso de confinamentos para a terminação, ao mesmo tempo que sentiremos a necessidade de confinar, devido a necessidade de sermos mais eficientes quanto a utilização de nossas terras.

BeefPoint: Qual seu recado para os pecuaristas?

Felipe Sangalli: Vamos olhar cautelosamente para dentro de nossas empresas. Apesar de ser uma missão difícil de produzir no Brasil, o “país dos absurdos”, com certeza absoluta, por melhor que a nossa fazenda seja, sempre há o que melhorar.

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Confira outra entrevista de Felipe Sangalli no BeefPoint:

O grande acerto é entender e respeitar a dinâmica do crescimento do pasto – Felipe Sangalli Dias

Outra entrevista relacionada do BeefSummit Sul 2014

Tenha vontade de mudar e de trabalhar! E agradeça por ser um fazendeiro! – Luis Felipe Moura Pinto

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