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Tecnologia reforça ‘hotel de bovinos’ da Coplacana

A Cooperativa dos Plantadores de Cana do Estado de São Paulo (Coplacana), de Piracicaba (SP), que tem 13,6 mil associados e faturou R$ 2,1 bilhões em 2020, implementou de forma definitiva o uso de ferramentas digitais em seu “boitel”, ou “hotel de bovinos”, que recebe até 6 mil bovinos por ano. Os pecuaristas recorrem a esse tipo de estrutura normalmente no inverno, quando a oferta de pasto diminui e a dieta do confinamento, baseada em grãos, acelera o ganho de peso dos animais na fase que precede o abate. 

Fábio Veloso, diretor de operações da Coplacana, conta que o processo de convencimento dos cooperados sobre a adoção de tecnologias levou cerca de dois anos – e que, enquanto isso, os piquetes do confinamento eram divididos entre áreas com e sem monitoramento. A ferramenta em uso é da @Tech, startup paulista de pecuária de precisão. 

“Os produtores, no início, optavam por colocar alguns poucos animais na área monitorada pela startup e a maioria ficava no piquete convencional. Depois, com a comparação dos resultados, foram mudando de ideia”, afirma o executivo. Na temporada passada, a diária dos animais no boitel da Coplacana ficou em torno de R$ 14,50 por animal, já com o serviço da @Tech incluído. A diferença de preço da pesagem analógica para a digital é de 50 centavos de real por cabeça. 

O que a startup faz é monitorar cada animal por meio de um brinco que é colocado em sua orelha. Instalam-se câmeras e balanças comuns, de pesagem do gado, próximas aos bebedouros, e, com isso, ela passa a medir, assim, o ganho de peso diário e ajuda a determinar o ponto ótimo de abate por indivíduo. No processo, também descobre o chamado “boi ladrão”, aquele que pode precisar de um ajuste na dieta ou que não ganha peso no confinamento na velocidade esperada e deve voltar para as pastagens.

Com o sistema da @Tech, os animais são pesados de 10 a 12 vezes por dia e os dados podem ser acessados pelo produtor do celular, após análise do software da empresa, o Beef Trader. “Antes, o boi era pesado no dia da entrada, e depois somente na saída do boitel, quando já tinham se passado 90 dias”, conta Veloso. 

Além da análise do ganho de peso, o Beef Trader também compila dados de preço da arroba para o auxiliar o produtor na tomada de decisão sobre a hora certa de vender seus animais. Trabalha com preços nominais por regiões, bibliotecas de mercado futuro e preços praticados também nos frigoríficos. 

Mariane Natera, analista de inovação do Avance Hub, centro de inovação da Coplacana, conta que a atração de startups que pudessem gerar valor para os cooperados começou em 2017 e que o projeto com a @Tech foi o pioneiro. “Uma vez que os produtores estão cientes dos benefícios da tecnologia, a adoção se torna cada vez mais fácil”, diz. 

Fonte: Valor Econômico.

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