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Tecnologia que transforma a vida e o negócio no campo

Leia a entrevista que Miguel da Rocha Cavalcanti, coordenador do BeefPoint, concedeu na edição de outubro do CFM Informa - informativo editado pela Agropecuária CFM. Na entrevista Miguel fala sobre profissionalização, adoção de tecnologia, ferramentas de marketing e perspectivas para o mercado da carne bovina.

Leia a entrevista que Miguel da Rocha Cavalcanti, coordenador do BeefPoint, concedeu na edição de outubro do CFM Informa – informativo editado pela Agropecuária CFM. Na entrevista Miguel fala sobre a adoção de tecnologia, ferramentas de marketing e de perspectivas para o mercado da carne bovina.

CFM Informa – A profissionalização que hoje atinge os diferentes elos da cadeia de produção da pecuária no Brasil, ao que parece é um processo que não tem mais volta. Na condição de empresário do setor como você enxerga o cliente de pecuária?

Miguel – Eu acredito que o pecuarista está cada vez mais profissional. Isso é um caminho sem volta. Observamos isso no dia-a-dia do nosso trabalho. Cada vez há mais gente interessada em aprender, melhorar, avançar. A recente pesquisa desenvolvida pela ABMRA também comprovou isso. Até mesmo parcela importante de pecuaristas tradicionais estão buscando mais informação e mais eficiência.

CFM Informa – As tecnologias nas áreas de difusão e controle da informação dentro do ambiente corporativo fizeram da comunicação um ponto estratégico para a tomada de decisão das empresas, e isso não está sendo diferente no campo. O que você espera do futuro da comunicação entre empresas, clientes e fornecedores?

Miguel – Eu espero que a comunicação se torne cada vez mais rápida e onipresente. Há 15 anos era muito difícil ter uma fazenda com telefone. Era caro, sinal ruim, muito complicado. Hoje em praticamente todo o Brasil pega sinal de celular. É possível falar no telefone de cima de um cavalo. E a internet também chega onde temos celular. Isso vai ajudar muito, em especial os que estão mais distantes. Cada dia é mais fácil para um produtor do interior do Brasil estar tão bem informado como alguém que mora na cidade de São Paulo. Ou seja, é possível estar muito bem informado e ainda aproveitar da qualidade de vida no campo.

CFM Informa – De maneira geral como está o grau de profissionalização das empresas do agronegócio e sua interação com os fornecedores e parceiros?

Miguel – Eu acredito que está melhorando muito. Estamos evoluindo muito. A concorrência é o fator que mais acelera isso. E o homem do campo tem cada vez mais contato com a cidade. Não existe mais essa separação. Com isso, quem está no campo, tem mais contato com empresas de outros setores que atendem muito bem o cliente. Nem todas é claro. Isso aumenta a exigência, eleva o padrão. Essa interação vai ser mais forte, pois será uma forma de aumentar a integração cliente e empresa. Facilitando a entrega de um produto que atende as demandas do cliente. Com a maior facilidade de comunicação, as empresas conseguem entender melhor o que o cliente quer e entregar isso.

CFM Informa – Se consideramos que as relações entre empresas e fornecedores estão cada vez mais complexas, o que muda em termos de necessidades para estabelecer um plano de comunicação eficiente com o cliente? O que mudou nos últimos tempos?

Miguel – A quantidade de informação é cada vez maior. Daí a necessidade de um filtro, de uma seleção do que é mais importante. Aqui no BeefPoint não tentamos publicar tudo, mas apenas o que é mais importante e mais relevante. Do lado das empresas, essa avalanche de informação torna cada vez mais difícil fazer uma comunicação em que você se preocupa apenas em vender seu produto. Hoje, a melhor forma de promover é ensinar algo útil ao seu cliente. Oferecer conteúdo relacionado ao seu negócio e que interesse seu cliente. Oferecer informações que facilitem a vida do cliente e promovam melhora de desempenho. Eu tenho a CFM como um exemplo de sucesso nessa estratégia. A empresa vem oferecendo, desde 2009, conteúdo de excelente qualidade sobre como melhorar a produção de bezerros de corte. E faz isso contando sua própria experiência na criação de bezerros. Eu acho que esse é um caminho muito promissor.

CFM Informa – O Beefpoint lançou o “MyPoint”, onde a CFM tem o espaço CFM MyPoint 2.0. Como tem sido sua experiência com esta nova ferramenta de comunicação eletrônica e qual tem sido a reação do mercado?

Miguel – Esse é um produto inovador e como toda inovação tem uma curva de adoção. Há sempre quem é mais (ou menos) adepto a conhecer, provar e usar coisas novas. Quem usa sai na frente e obtém melhores resultados. Estamos muito satisfeitos com o resultado atual. Hoje o MyPoint já é a seção mais visitada em todos os nossos quatro portais, isso nos surpreendeu muito. E melhor ainda, cada dia temos mais gente usando. E o feedback (retorno) de quem usa é muito bom. Isso nos anima. E em breve vamos lançar mais novidades.

CFM Informa – De maneira geral o setor de pecuária de corte vive um ano de preços aquecidos e recuperação nas vendas para o exterior. Qual a sua expectativa com relação a continuidade desse cenário nos próximos meses?

Miguel – Estou voltando de dois eventos internacionais sobre mercado mundial de carne bovina, no Uruguai e Argentina. As perspectivas para o Brasil não poderiam ser melhores. O mundo volta a crescer, deixando para trás a crise de 2008-9, e com esse crescimento da economia, consome cada vez mais carne bovina. E a questão é que todos os países que produzem carne bovina estão com dificuldades de crescer sua produção. Ou seja, o Brasil está numa posição muito favorável de atender o mercado mundial. E essa situação de demanda crescendo mais que oferta favorece preços firmes. Além de tudo isso, vemos o mercado interno muito aquecido, consumindo muito. O cenário para a pecuária é de preços firmes. É possível que em dezembro-10 e janeiro-11 haja maior escassez de animais para abate, mas não acredito em grandes altas, mas acho altamente improvável termos queda de preços. O panorama é de um mercado relativamente estável no patamar atual.

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