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Técnicos da UE aprovam sistemas de rastreabilidade e inspeção brasileiros

As autoridades sanitárias da Comissão Europeia deram mais um sinal positivo para a redução das exigências nas importações de carne bovina brasileira pelo bloco de 27 países-membros.

A Comissão Europeia afirmou que os controles da produção de carne bovina no Brasil para exportação para o mercado europeu foram “satisfatórios”, segundo os resultados de uma inspeção publicados nesta terça-feira.

Trata-se de um relatório sobre uma missão do Escritório Veterinário e de Alimentação da Comissão Europeia (FVO, na sigla em inglês), que se deslocou em março ao Brasil para comprovar as medidas tomadas pelas autoridades do país para corrigir as “deficiências” detectadas no ano passado.

Os inspetores comunitários visitaram nove estabelecimentos em seis estados, que fazem parte da lista dos que estão autorizados a exportar sua carne para o mercado europeu.

Os especialistas da Comissão Europeia concluíram que “a situação é satisfatória”, segundo o relatório, em referência aos sistemas de rastreabilidade da carne fresca bovina a ser exportada para a União Europeia (UE). Segundo Bruxelas, as autoridades competentes brasileiras seguiram adequadamente as recomendações feitas pela Comissão Europeia em missões anteriores.

“A situação em relação a controles higiênicos gerais e específicos, rastreabilidade e controles oficiais foram satisfatórias em todos os estabelecimentos visitados”, atestaram os veterinários do FVO.

As autoridades brasileiras, de acordo com o relatório, realizam suas atividades seguindo requisitos e orientações que garantem o cumprimento de medidas equivalentes às aplicadas na UE.

A avaliação sobre as condições operacionais dos frigoríficos exportadores e seu acompanhamento pelo Serviço de Inspeção Federal (SIF) também foram amplamente positivas. E o processo de certificação oficial tem cumprido todas as recomendações de missões anteriores, segundo os auditores europeus. A missão visitou fazendas em Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul.

Nos nove locais visitados, os inspetores da Comissão Europeia encontraram apenas deficiências “menores” em dois estabelecimentos e, em um caso, detectaram um sistema de certificação que não era satisfatório, e fez novas recomendações ao Brasil para corrigir os problemas.

As informações são da Agência EFE e do Valor Econômico, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.

0 Comments

  1. Luciano Medici Antunes disse:

    Mais uma vez parabéns ao MAPA que conseguiu estabelecer um sistema de rastreabilidade robusto e que está funcionando bem. O SISBOV se consolida como a ferramente que agora cumpre 100% de sua função, ou seja, atende o que os clientes demandam. E todos sabemos o quanto a pecuária brasileira precisa destes clientes pelo valor agregado que trazem a nossa carne. E lembrem-se o SISBOV está dentro da nova lei de rastreabilidade (sistemas voluntários que podem ser criados) (por favor vamos parar de confundir deliberadamente a cabeça das pessoas). SISBOV? Brinco sempre.

  2. José Ricardo Skowronek Rezende disse:

    É preciso entender melhor as idas e vindas deste processo, as notícias e as contra-notícias e principalmente os interesses dos diversos atores desta novela: produtores brasileiros, frigoríficos locais, governo brasileiro, representantes do FVO, produtores europeus e suas associações de classe, distribuidores / varejistas e consumidores europeus.

    Ninguém é bandido ou moçinho. Cada um tem seus interesses e os defende como pode.

    A verdade é que a carne brasileira representa um risco sanitário muito baixo para a UE (menor que as carnes dos produtores europeus, ainda com problemas de vaca louca) e o SISBOV é um sistema de rastreabilidade confiável para oferecer as garantias exigidas. Não podemos mais é continuar confundindo a realidade do SISBOV pré-suspensão das exportações para a UE com a realidade do SISBOV pós-retomada das exportações.

    O problema atual do SISBOV, pós-retomada das exportações de carne à UE, não é mais de qualidade do mesmo e sim que ficou complexo e oneroso, elevando nossos custos de produção, limitando um pouco nossa competitividade e a entrada de carne brasileira na UE, justamente o que querem os produtores de lá.

    E o nosso papel é tentar simplificar um pouco o processo para reduzir nossos custos, sem contudo deixar de atender as exigências do cliente, e assim aumentar nossa competitividade.

    Esta é a razão de notícias em direções opostas, dependendo da fonte.

    E podemos simplificar o processo e reduzir seus custos ajustando as normas do SISBOV ou desenvolvendo melhores procedimentos e ferramentas (softwares, leitores de códigos de identificação, etc) de trabalho.

    Na minha opinião devemos atacar ambas as frentes simultaneamente. Tenho feito um esforço considerável na melhoria de procedimentos e ferramentas de apoio, basicamente capacitação da mão-de-obra e aperfeiçoamentos dos softwares de rastreabilidade, e com isto conseguido atender as exigências do SISBOV de forma cada vez mais tranquila e segura.

    Att,

  3. Otavio Cesar Bucci disse:

    Caro Amigo Jose Ricardo, primeiraamente um abraço.

    e quanto ao SISBOV, acho q vc esta coberto de razao em sua colocaçao, precisa simplificar para melhor operacionalizar e tambem desonerar o quanto possivel, mas o q se percebe é que o sisbov parece massa de bolo, quanto mais bate mais ele se fortalece, ate os habituais criticos se calaram, ou se adquaram e aderiram quem sabe né.

    Mas acredito que como vc disse estamos iniciando um novo periodo onde os compradores nao mais discutem se o SISBOV é bom ou nao, já o consideram pre-requisito, e aqueles que se enquadram já olham o sisbov como uma feramenta de gestao de suas propriedes, e o ganho adicional é conseguência e nao fim.

    É certo q ainda temos um longo caminho pela frente na questao da certificaçao, mas sem as vozes que tornavam a discusao desqualificada, vamos ainda discutir muito em relaçao ao SISBOV, mas agora sempre olhando para frente.

  4. José Manuel de Mesquita disse:

    Novamente a defesa dos próprios interesses, fazem aflorar o ufanismo tupiniquim…

    Satisfatório não significa bom, ou robusto ou mesmo que funcione bem…

    Uma amostragem de 9 auditorias em 6 estados, incluídos aí auditorias em frigoríficos, não é estatisticamente confiável em um universo de 1.957 (jun/2010) propriedades já aprovadas para exportação para a UE. Significa auditar apenas 1 propriedade por estado e 3 frigoríficos, ou alguma coisa muito perto disso… É muito pouco para que se possa julgar o tal sistema como robusto ou confiável.

    Concordo com boa parte do que escreveu o José Ricardo em seu comentário sobre o artigo aqui comentado. Os interesses envolvidos são imensos, tanto lá quanto cá, os envolvidos de cá deveriam externar em suas atitudes um maior espírito republicano do que tem externado até o presente momento, afinal, ou ganham todos, ou perdem todos… uns antes de outros, mas ao final não haverá vencedores.

    Continuo com a firme convicção de que o “ente estado”, não deveria se envolver em assuntos da iniciativa privada, ou seja: do cliente (estrangeiro ou não), dos frigoríficos e dos produtores (criadores, recriadores e terminadores).

    As regras de como o sistema funcionaria, deveria ser estabelecido entre os elos da cadeia mencionados no parágrafo anterior, discutidos, ajustados e implantados por quem se interessasse em produzir animais para abate e exportação. Incluídos na discussão os insumos necessários para os controles desejados, observando sempre o equilíbrio financeiro dos envolvidos na cadeia, de tal forma que o ônus e o bônus fossem distribuídos de forma proporcional aos riscos de cada um dos envolvidos.

    Concordo de que é necessário um sistema (normas) para garantir que os animais enviados para abate, sejam criados de forma equilibrada: manejo alimentar e sanitário adequados, que as pessoas envolvidas tenham uma relação socialmente justas) e controles que garantam que animais criados fora das normas, não cheguem a mesa dos consumidores… Infelizmente, os “sisbov´s” em quaisquer das versões existentes, nunca conseguiu atender…

    Existem inúmeras meios de se atender aos anseios dos importadores de forma mais economica, mesmo com controles sofisticados, desde que se exclua os “cartórios” implantados com o tal do sisbov… Aí reside o problema, os atuais beneficiários dificultam quaisquer mudanças que lhes tirem os atuais privilégios…

    Os sistemas de produção existentes, espelham de forma real os vários Brasis existentes em nosso país, significa que um único sistema, não poderia ser aplicado como norma para todos, a não ser que estipulasse diferentes especificações para cada um dos tipos de propriedade existentes. Ainda assim teríamos inúmeros desafios a vencer… Começando pela educação básica no campo!

    Ao estado caberia as políticas de erradicação das já conhecidas moléstias como: Aftosa, Brucelose, Raiva, Tuberculose, etc…. Que tal começar com a recuperação efetiva da Defesa Agropecuária ?

  5. Humberto de Freitas Tavares disse:

    Em Goiás, adicional pago por animais de fazendas que exportam para a Europa está cada vez menor.

    http://migre.me/12gsy

  6. joao jacintho disse:

    fiz , um negocio, com o friboi, de uma boiada, sem rastreamento , pelo mesmo preco , de boiada rastreada , pra q serve isso , entao , so pra dar prejuizo , ao produtor.

  7. José Ricardo Skowronek Rezende disse:

    Caro José Manuel de Mesquita,

    Após tantas trocas de opiniões acredito que entendo, apesar de não partilhar, algumas de suas idéias a respeito de rastreabilidade. Entendo que julga o Estado um intruso indevido no processo e que as certificadoras gozam de previlégios cartoriais.

    Sobre o papel do Estado já manifestei minha opinião antes. Sobre os privilégios cartoriais das certificadoras o que posso disser é para entrar no site no MAPA e verificar quantas certificadoras encerraram operações desde 2007. Isto não é o que vemos ocorrer com os cartórios de verdade. Vejo as certificadoras meramente como empresas prestadoras de serviços.

    Mas apesar destas divergências respeito seus argumentos a respeito destes pontos e muitas vezes aprendo com eles.

    Outras idéias suas, como a urgência do fortalecimento de nossa estrutura de defesa sanitária, contam com meu apoio integral.

    Mas sinceramente não entendo porque mesmo quando o cliente, no caso a UE, julga satisfatórios os controles implantados pelo Brasil você ainda clama por controles adicionais. E critica até o processo de avaliação definido pelas missões enviadas pela UE.

    Se pesquisar aqui mesmo no Beefpoint verá que a imensa maioria dos produtores já julga o atendimento das atuais exigências difícil e excessivo.

    Concordo que o registro dos tratos sanitários e alimentares dos animais ainda devem ser aperfeiçoados ou memso implantados na maioria das propriedades, que no momento estão aprendendo a registrar suas movimentações, mas não temos como pular etapas. E asseguro que nos paises produtoes que visitei não encontrei ainda um controle mais rigido.

    Att,

  8. Paulo Adamantino disse:

    com certeza eles (frigoríficos) estão ganhando em cima do produtor, sempre o elo mais fraco e “desorganizado” da cadeia.

    o que tem que acontecer é a união dos produtores e pressão dos mesmos frente ao governo. uma vez que os compradores do exterior não irão relaxar as exigências.

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