Em maio de 2004, quando a crise na agricultura e na pecuária se aprofundava, escrevi que tocava a alvorada nos campos, anunciando o despertar da classe rural. Na ocasião, os agricultores tinham os silos cheios de cereais e aviltados os preços dos seus produtos; da mesma forma, a pecuária se encontrava em seu momento mais desolador. Apesar das notícias alvissareiras sobre o desempenho do agronegócio, dentro das porteiras a realidade era outra. Alguém ganhava muito nesse jogo, mas com certeza não era o primeiro elo da cadeia produtiva, esgarçado ao ponto de rompimento. Em Brasília, as justas reivindicações da classe rural, tidas como lamúrias, eram desconsideradas.