A reação mais violenta às negociações e à possibilidade de uma maior entrada de produtos agrícolas do MERCOSUL e do Brasil na Europa vem, como não poderia deixar de ser, do setor mais atrasado e subsidiado da economia européia, e do país com o pior resultado fiscal: a Irlanda que teve em 2009 um déficit de 14,3% do PIB, quase cinco vezes acima do limite estabelecido pela UE. Antes de gastarem seu precioso tempo em se preocuparem com a cadeia produtiva da carne brasileira, os pecuaristas irlandeses e ingleses deveriam encontrar uma saída para melhorar a sanidade de seu rebanho e contribuir com alguma idéia que elimine os fartos subsídios que lhes são concedidos, pois este dinheiro já está fazendo falta a outros setores da sociedade européia, e que certamente deverá ser realocado na educação e na profissionalização daqueles setores em que a UE poderia se beneficiar e antecipar a sua saída da crise.