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Subsídios agrícolas podem chegar a US$ 2 tri em 2030

Os subsídios agrícolas que mais causam distorções no comércio podem saltar para US$ 2 trilhões em 2030 se não houver negociações para reformar o setor agrícola. Em 2016, esses subsídios totalizaram US$ 772 bilhões.

Com essa constatação, a coalizão de 19 países exportadores agrícolas conhecida como “Grupo de Cairns” propõe aos membros da Organização Mundial do Comércio (OMC) um acordo multilateral para limitar e reduzir em pelo menos à metade até 2030 a ajuda governamental que causa distorções na produção e no comércio.

Isso inclui, pelo Acordo Agrícola da OMC, certas políticas de sustentação de preços de mercado, pagamentos diretos que de alguma forma estejam vinculados a volumes de produção agrícola e outras que reduzam os custos de produção ou de comercialização. A coalização de países alerta que outras formas de comércio e produção fora das regras continuam “completamente ilimitadas”.

Os países do Grupo de Cairns representam mais de 25% das exportações agrícolas mundiais. Os países do Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai), Austrália, Canadá, Indonésia e Tailândia estão entre os participantes do grupo.

Reunidos em Davos, à margem do Fórum Econômico Mundial, representantes da coalizão discutiram a nova abordagem, levando em conta a reforma pela qual a OMC passará inevitavelmente.

A agricultura continua sendo uma questão não resolvida e precisa estar no centro dos esforços de reforma do sistema multilateral, na avaliação de membros da coalizão de países exportadores.

O Grupo de Cairns defende, pela nova abordagem, que a contribuição de cada país individualmente precisará ser proporcional ao tamanho de seus atuais subsídios, seu potencial impacto nos mercados internacionais e necessidades de desenvolvimento.

A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) recentemente constatou que a guerra comercial entre os EUA e a China não só elevou tarifas, como estimulou concessão de subsídios e outras distorções no comércio internacional, incluindo ajuda bilionária ao setor agrícola.

No relatório “Políticas Agrícolas: monitoramento e avaliação 2019”, a OCDE e a agência da ONU para Agricultura e Alimentação (FAO) mostraram que nada menos de US$ 528 bilhões de subvenções dadas por 53 países foram aplicados em apoios diretos aos produtores rurais, frequentemente ineficazes e geradores de distorções no comércio mundial.

Nos países desenvolvidos, houve estagnação nas reformas para reduzir apoio e construir políticas menos distorcivas. Em média, 18% das receitas de agricultores de países ricos vêm de políticas governamentais. Nos emergentes, esse percentual ficou em 8,1% entre 2017 e 2018.

Fonte: Valor Econômico.

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