Subsídios agrícolas: acordo corre risco se UE não responder

Esgota-se o prazo para a União Européia (UE) e os países economicamente emergentes responderem à mais recente proposta americana de reduzir os subsídios agrícolas, informou o representante do Comércio dos EUA, Rob Portman.

A proposta americana prevê fim dos subsídios às exportações até 2010. Tarifas seriam cortadas, em uma redução de 55% para 90%, enquanto os pagamentos agrícolas mais cruciais seriam cortados em 60%.

Em sua contraproposta, a UE ofereceu reduzir o teto de seus pagamentos comerciais mais importantes em 70%. Os EUA alegam que isso não é suficiente, visto que o limite máximo da Europa sobre tais pagamentos é três vezes maior que o teto de US$ 19,1 bilhões dos EUA.

O bloco europeu também ofereceu uma redução do número de produtos agrícolas que considera mais vulneráveis à concorrência externa, como a carne vermelha e a branca, para 8%. Isso ficou longe do 1% buscado por Washington.

“Continuo muito desapontado pelo fato da UE não ter correspondido em um nível similar a respeito de acessos a mercados, como fizemos em relação à ajuda doméstica”, disse Portman.

O comissário do Comércio da UE, Peter Mandelson, está sendo pressionado por países do bloco, como a França, que considera que ele já foi longe demais. Mandelson deveria viajar para Washington esta semana para se encontrar com Portman e o presidente Bush, mas cancelou a viagem para comparecer a uma reunião de ministros do Comércio da Europa.

Portman disse que a menos que surjam novas contrapropostas, a atual rodada de negociações comerciais globais, iniciada em 2002, corre o risco de não ter sucesso.

Fonte: Gazeta Mercantil, adaptado por Equipe BeefPoint