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Subnotificação de peste suína pela China impulsiona JBS e BRF na B3

As indicações de que as autoridades da China vêm ocultando o real impacto do surto de peste suína africana fizeram as ações dos frigoríficos brasileiros dispararem na bolsa. Ontem, os papéis da BRF lideraram o Ibovespa, seguidos de perto pelos de JBS. As ações de Marfrig e Minerva também subiram.

Na B3, o valor de mercado da JBS aumentou em R$ 3,2 bilhões – as ações subiram 5,5% -, para pouco mais de R$ 61 bilhões. A BRF, por seu turno, fechou o pregão avaliada em R$ 26 bilhões, o que significa aumento de R$ 2 bilhões. Os papéis da dona de Sadia e Perdigão tiveram alta de 8,67%.

Em relatório, o analista do Bradesco BBI, Leandro Fontanesi, destacou o impacto da subnotificação dos casos pela China. Segundo a agência Reuters, o número de animais sacrificados para conter a peste suína pode ser o dobro do oficialmente reportado pelo país asiático.

“Algo como 50% das porcas está morta”, estimou à Reuters o veterinário Edgar Johnson, fundador a Enable Agricultural Technology Consulting, sediada em Pequim. Executivos de empresas de ração e genética suína disseram à agência que a queda em suas vendas embute uma redução de 40% a 50% do plantel suíno da China.

Até então, a estimativa consensual de mercado era de uma redução de 30% da oferta de carne suína do país asiático, conforme relatório publicado na semana passada pelo BTG Pactual. Com a possibilidade de um recuo ainda maior na produção, o espaço para novas altas das ações dos frigoríficos brasileiros seria ainda maior.

Entre as indústrias, a JBS é a preferida do BTG. O banco recomenda a compra dos papéis da empresa, com preço-alvo de R$ 27, o que embute um potencial de valorização de 20% sobre a atual cotação. Para BRF e Marfrig, os analistas Thiago Duarte e Henrique Brustolin recomendam a manutenção das ações, com preço-alvo de R$ 28 e R$ 7,40, respectivamente. Ontem, os papéis da BRF fecharam a R$ 32,08, e os da Marfrig encerraram o dia a R$ 6,48.

Por ora, o Bradesco BBI manteve a projeção de que o preço médio das proteínas subirá 9% neste ano e no próximo em decorrência da peste suína africana. Se o problema for mesmo maior do que os dados chineses davam a entender, a tendência é que o preços das carnes subam ainda mais, turbinando os resultados dos frigoríficos.

Em uma análise de sensibilidade, Fontanesi, do Bradesco, estimou que um incremento adicional de 5% no preços das carnes pode elevar o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) da BRF e da JBS em mais de 15% em 2020. No caso da Marfrig, a alta seria de 1% A simulação considera que todas as demais variáveis não se alterariam 1%. A simulação considera que todas as demais variáveis não se alterariam.

Em meio à peste suína, os frigoríficos já vem se beneficiando nas exportações, como mostram os dados de junho da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) divulgados ontem. Os embarques de carne suína in natura aumentaram 84% ante o mesmo período do ano anterior. O preço médio subiu 18,3%.

Fonte: Valor Econômico.

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