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Startups atraem US$ 67 milhões e apostam em portfólio diversificado

Os investimentos em agtechs no Brasil atingiram US$ 160 milhões desde 2009, segundo o estudo Distrito Mining ReportAgtech 2021, divulgado este mês pela plataforma de inovação aberta Distrito. De acordo com o relatório, mais da metade dos investimentos aconteceram nos últimos três anos.

O ano de 2020 registrou o recorde de aplicações no setor: US$ 67,3 milhões injetados em 18 rodadas, com destaque para os US$ 60 milhões destinados à Solinftec, empresa paulista da área de agricultura de precisão. Em 2021, até agora, foram identificadas sete rodadas, no total de US$ 4,7 milhões.

Este ano, a Agrotools, fundada em 2006, recebeu seu primeiro aporte, de valor não divulgado, da gestora de investimentos em venture capital KPTL. Dona de soluções de monitoramento de atividades do agronegócio, tem hoje mais de 200 milhões de hectares mapeados. “Trabalhamos com 15% das maiores marcas do agro, monitorando mais de dez tipos de commodities”, diz o CEO, Sérgio Rocha. No início do ano, ele anunciou um marketplace de venda de soluções, de olho no mercado de pequenas e médias empresas. “Vemos um amadurecimento do mercado, que hoje busca mais soluções tecnológicas e está preocupado em demonstrar transparência e digitalização nas operações, inclusive com financiamento e seguro agrícola”, justifica.

Na Sensix, empresa de Uberlândia (MG) criada em 2015, a intenção é fechar o ano com faturamento de R$ 2,5 milhões, mais do que o dobro de 2020. “Estamos dobrando de tamanho todos os anos, desde 2017, não só com a expansão das vendas, mas apostando no lançamento de produtos”, afirma o cofundador e CEO, Carlos Ribeiro.

Este ano, a empresa apresentou uma solução para análise de fertilidade de solo e de recomendação de corretivos agrícolas. Por meio do estudo de dados provenientes de amostras de terra, imagens de drones e satélites, além de sensores em máquinas, a startup promete auxiliar o produtor na tomada de decisões e na geração de mapas de aplicação de insumos.

No início do ano, recebeu um aporte de R$ 1 milhão da Domo Invest e do grupo de investidores anjo Silver Angels, para pavimentar a expansão internacional. Um dos contratos mais recentes foi fechado com a usina de cana-de-açúcar Ingenio Magdalena, na Guatemala. Com mais de 600 mil hectares “atendidos” no Brasil, a projeção é cobrir um milhão de hectares até o final de 2021, em cinco países.

Na Gavea Marketplace, que funciona como uma bolsa de negociação digital para a venda de commodities, o plano para 2021 é faturar R$ 3 milhões. De acordo com o fundador e CEO, Vítor Uchôa Nunes, ex-executivo do mercado financeiro, a meta é comercializar um milhão de toneladas até dezembro. “Aqui, o produtor consegue dar mais visibilidade às intenções de venda e os compradores podem expor seus interesses para um maior número de empresas”, diz o empreendedor, que laçou a Amaggi, produtora de commodities agrícolas e uma das maiores empresas de logística de grãos no país, como primeiro grande cliente.

Fonte: Valor Econômico.

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