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SP registra aumento dos custos de produção de bovinos confinados; GO registra queda

Na 36 a edição do Informativo do Índice de Custo de Produção de Bovinos Confinados (ICBC) observamos que os custos da diária-boi (CDB) no mês de maio aumentaram mais uma vez para os confinamentos representativos do Estado São Paulo grande (CSPg) e médio (CSPm),
enquanto para o confinamento de Goiás (CGO) houve diminuição, ao comparar com os valores do mês anterior (Tabela 1).

Tabela 1. Comparativo de custos da diária-boi (CDB) entre
os meses de abril e maio de 2020

1 Dias de confinamento igual a 95; 2 103 dias; e 3 99 dias;

Em Goiás foi registrada redução nos preços do milho e sorgo grão, em 15% e 2%, respectivamente, e aumento dos preços do caroço de algodão e polpa cítrica peletizada, nas seguintes proporções, 1% e 1,7%, respectivamente. Em SP foi identificado aumento de preços no milho quebrado em quirera de 7,4% e no farelo de algodão, de 9,6%. O sal mineral aumentou, aproximadamente, 10% em ambos os estados no comparativo entre abril e maio.

O software de formulação RLM foi utilizado para recalcular a dieta de custo mínimo. Por fim, o custo alimentar para as propriedades representativas CSPm e CSPg aumentaram 2,5% e 3,3%, na devida ordem. Enquanto para a propriedade representativa CGO houve diminuição de 1,1%.

O Índice de Custo de Produção de Bovinos Confinados (ICBC) tem recuado para CGO desde março de 2020, quando atingiu o maior valor, enquanto para CSPg e CSPm ainda o indicador continua aumentando. Essas variações podem ser observadas no Gráfico 1.

O preço do animal de reposição (360 quilos de peso vivo) recuou
7,5% em SP, diferente do que foi registrado em GO, aumento de 1,23%, no comparativo com o mês anterior.

O Custo Total (CT) encontra-se na Tabela 2, página seguinte, e demonstra quais foram os custos das atividades de engorda de animais em confinamento para as propriedades representativas analisadas. Os confinadores deveriam considerar o CT como um dos principais indicadores de sua atividade produtiva para remunerar adequadamente
todos os fatores de produção.

Gráfico 1. Variação dos índices de custos entre junho de 2019 e maio de 2020

Considerações da análise de custos:

O método de alocação dos custos contempla quatro categorias: i) custos variáveis (aquisição de animais e despesas relacionadas); ii) custos semifixos (energia elétrica, telefonia e combustíveis); iii) custos fixos (mão de obra, depreciações e manutenções); e iv) renda dos fatores (juros sobre o capital de giro e sobre o capital próprio). Desta forma todos os itens de custos foram inclusos conforme a Teoria Econômica. A análise de todos os custos se faz necessário para evitar a descapitalização do produtor na atividade. Entretanto, é comum analisar os resultados por meio de outros indicadores. A Tabela 2 demonstra os custos resumidos com os principais indicadores da atividade.

Considerações Metodológicas do Estudo:

Para calcular os custos de produção apresentados acima, foram utilizados procedimentos metodológicos descritos na literatura científica. Primeiro foi feito estudo de caso em um confinamento de bovinos no estado de São Paulo do qual os dados foram coletados e descritos em planilha eletrônica, Microsoft Excel® . Os dados foram alocados, organizados e as equações matemáticas foram revisadas e validadas com profissionais do setor. Na segunda etapa do estudo foi feito levantamento – survey – com dez confinadores do estado de São Paulo e nove em Goiás. No levantamento os confinadores foram entrevistados pelo pesquisador sobre as características do seu sistema
produtivo por meio de um questionário. Essas informações serviram de subsídios para delinear as propriedades representativas, ou seja, os custos apresentados neste informativo representam o confinamento com as características mais comuns da amostra e não uma propriedade em específico. Os coeficientes técnicos levantados foram descritos na Tabela 3, os quais serão atualizados regularmente para acompanhar a evolução tecnológica da atividade.

Fonte: Laboratório de Análises Socioeconômicas e Ciência Animal (LAE), da FMVZ/USP, adaptada pela Equipe BeefPoint.

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