Pressionados pelo movimento global de valorização do dólar, os preços da soja atingiram ontem o menor patamar na bolsa de Chicago desde outubro de 2018. Os papéis com vencimento em julho fecharam a US$ 8,6875 o bushel.
Além da apreciação da moeda americana, a divulgação de resultados acima do esperado de algumas empresas listadas nas bolsas dos EUA colaboraram para a queda nos preços da oleaginosa, segundo a consultoria Farm Futures. A explicação para tanto é que, quando ações de importantes empresas americanas sobem, os fundos podem fazer ajustes na carteira e deixar de lado as commodities para migrar para esses ativos.
Para o analista Alan Brugler, da consultoria Brugler Marketing & Management, também pesou sobre os preços do grão a desvalorização do real ante o dólar, que deixa o produto brasileiro mais competitivo em detrimento do americano.
Segundo o analista Tarso Veloso, da consultoria ARC Mercosul, sediada em Chicago, os fundos estão vendidos, no caso da soja, em 121 mil contratos. “Ontem, a falta de notícias altistas e a análise gráfica abriram espaço para nova baixa”, afirmou. O mercado segue aguardando novidades sobre as negociações entre EUA e China. Na próxima semana, inicia-se uma nova rodada de negociações em Pequim com autoridades dos dois países. Na semana seguinte, as negociações ocorrerão em Washington. Para Veloso, somente um acordo comercial teria impacto para virar o sinal na bolsa de Chicago e puxar as cotações da oleaginosa para cima.
Fonte: Valor Econômico.