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Sócios da Minerva avaliam formas de elevar participação na empresa

Depois de assistirem o valor em dólar da Minerva cair mais de 55% este ano na B3, parte da família Vilela de Queiroz (organizada na VDQ Holdings) e o fundo saudita Salic estudam formas de elevar sua participação no negócio. Está em análise inclusive o fechamento do capital da empresa, listada no Novo Mercado, conforme o Valor apurou com fontes a par do assunto. Procurada, a Minerva preferiu não comentar.

A análise dos sócios, contudo, não considera apenas uma oferta de aquisição (OPA) para o fechamento de capital. Outra alternativa é fazer o movimento contrário, pois a companhia necessita de recursos. Entre as possibilidades está a Salic e mais alguns dos sócios de VDQ injetarem capital na empresa, o que resultaria num aumento significativo de suas participações e na redução da fatia dispersa na bolsa – a depender da participação dos investidores de mercado numa eventual capitalização.

A companhia iniciou 2018 avaliada em R$ 2,5 bilhões na B3, ou US$ 765 milhões. No fechamento de ontem, a Minerva valia R$ 1,4 bilhão no pregão, ou US$ 343 milhões. No fim de junho, a dívida líquida da companhia, de R$ 6,8 bilhões, equivalia a 5 vezes o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de 12 meses – uma piora em relação à alavancagem de 4,5 vezes registrada três meses antes.

A Minerva tinha uma dívida total de R$ 11,1 bilhões no fechamento do semestre, para uma posição de R$ 4,2 bilhões em caixa. Nos próximos 12 meses, a empresa enfrentará amortizações que totalizam R$ 2,7 bilhões. No segundo trimestre, a receita líquida subiu quase 45% na comparação anual, para R$ 3,73 bilhões. Mas o Ebitda não acompanhou a alta e cresceu 27,4%, para R$ 353,4 milhões – a margem caiu de 10,8% para 9,5%.

Por enquanto, a OPA ou a injeção de capital são apenas possibilidades em análise. E, ao mesmo tempo em que os controladores buscam soluções para valorizar a empresa, tentam resolver as questões familiares na VDQ, pois alguns sócios da holding estariam interessados em vender ou reduzir suas participações.

A VDQ tem 28,2% do capital da Minerva e o fundo saudita, 21,4%, de acordo com o site da empresa. Em 2015, a Salic investiu US$ 180 milhões para comprar cerca de 20% da companhia – apenas um “pouco menos” do que o valor de toda a participação que o fundo não detém na empresa, que soma, a preços atuais, cerca de US$ 270 milhões.

Conforme uma fonte, a tentativa dos sócios da Minerva de valorizar a empresa procede. Isso porque a avaliação de mercado atual prejudica a Minerva em qualquer operação de consolidação setorial que a companhia venha a pretender no futuro. Nesse mesmo sentido, lembrou a fonte, a empresa anunciou no dia 8 que deu início a estudos para fazer uma oferta pública inicial de ações (IPO) de suas operações internacionais na bolsa do Chile. Em bases anuais, o faturamento das operações internacionais da empresa é de pouco mais de R$ 6 bilhões, ou 40% da receita total.

O plano, nesse caso, é que os ativos fora do Brasil – incluindo fábricas na Argentina, no Paraguai, no Uruguai e na Colômbia – fiquem sob o guarda- chuva da subsidiária chilena Athena Foods. Por meio do IPO, a Minerva venderia uma participação minoritária de ao menos 25% da Athena na bolsa chilena. O Valor apurou que a subsidiária poderia ser avaliada por ao menos R$ 4 bilhões. Isto é, mais que o atual valor de mercado da Minerva na B3.

Fonte: Valor Econômico.

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