Por Fernando Penteado Cardoso1
Três ótimos artigos e uma notícia sobre o Complicômetro do rastreamento. Até alta matemática entrou na argumentação, quase toda partindo da premissa que teria sido uma exigência do Mercado Comum Europeu, em que pese a farta pesquisa e demonstração de Humberto Tavares, comprovando que nunca houve tal imposição.
Muito bem: tive oportunidade de almoçar com o Ministro Pratini de Moraes durante o Simpósio da ACNB em Ribeirão Preto e lhe perguntei, “na lata”, qual a origem da medida que tanta inquietação vem trazendo aos pecuaristas, nervosismo esse que só tende a aumentar, com possibilidade de se transformar em franca oposição contra o atual o atual Ministro, que teve a infelicidade de herdar essa grande confusão.
Respondeu-me Pratini: “Os europeus não exigiram o rastreamento; estavam, sim, preocupados com a sanidade da carne brasileira. A sugestão do rastreamento foi trazida a mim dentro do MAPA, como alternativa para garantir a sanidade mencionada. Na oportunidade procurei ouvir meus conselheiros de confiança, bem como algumas entidades, tendo uns e outros achado boa a idéia, a qual acabou sendo aprovada”.
As conjeturas e hipóteses do grande jogo de interesses, não vem mais ao caso. O que importa é frear a pressão do movimento, cartorial ou ingênuo, que acaba emperrando nossa pecuária de corte. Isso tem que ser feito sem quebra de “face” do MAPA e da sua imagem de boas intenções.
Então, José, o que fazer? Ao que tudo indica só há uma saída: tornar o sistema facultativo, reforçando, ao mesmo tempo, a consciência delatória dos interessados e aperfeiçoando a inspeção sanitária nos abatedouros, tornando-a cada vez mais confiável para os consumidores do país e do exterior.
Fiquem meus amigos pró-rastreamento certos de uma coisa: “com brinco ou sem brinco, se acharem um só boi babando e com frieira, vai dar uma confusão dos diabos”.
Deus nos livre!
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1Fernando Penteado Cardoso, Engenheiro Agrônomo Sênior e pecuarista
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A edição de 26/08/04 do BeefPoint, apresenta dois interessantes artigos, quais sejam:
1) “SISBOV & cia”, onde se lê:
“Três ótimos artigos e uma notícia sobre o Complicômetro do rastreamento. Até alta matemática entrou na argumentação, quase toda partindo da premissa que teria sido uma exigência do Mercado Comum Europeu, em que pese a farta pesquisa e demonstração de Humberto Tavares, comprovando que nunca houve tal imposição”.
2) “Europeus criticam o Sisbov”, que destaca:
“Os europeus consideraram o sistema de identificação e certificação como um processo ainda em fase inicial de implementação e criticaram os critérios adotados em sua implantação. A missão não encontrou, por exemplo, um procedimento para as certificadoras identificarem os dados dos animais individualmente e detectou deficiências quanto à operação de certificação em si e na supervisão da identificação animal”.
Afinal: os europeus exigem ou não a certificação de origem e a identificação individual? Se não exigem, porque vêm aqui inspecionar e criticar nosso sistema?