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Semana Verde de Berlim debate experiência brasileira de produção sustentável de alimentos

O protagonismo do Brasil na produção sustentável de alimentos saudáveis e seguros será o foco da participação da ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, na 85ª Semana Verde Internacional, que ocorre esta semana, em Berlim.

O Ministério apresentou nesta quarta-feira (15), em seminário na Embaixada do Brasil, um documento com diretrizes promovendo a experiência brasileira, que agrega aumento da eficiência com respeito a uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo. As diretrizes também serão debatidas na Semana Verde, que começa amanhã (16) e reunirá cerca de 200 ministros e secretários de agricultura do mundo.

Na área de inovação e produção sustentável, o Brasil desenvolveu um modelo de produção baseado em tecnologias tropicais sustentáveis que conciliam aumento da produtividade e mitigação das emissões de carbono. O país implantou o Plano de Agricultura de Baixo Carbono (Plano ABC), com resultados que equivalem à absorção de pelo menos 200 milhões de toneladas de gás carbônico desde 2012. O Plano ABC resultou em uma intervenção em 59 milhões de hectares com tecnologias agrícolas sustentáveis, o que representa 25% das áreas ocupadas pela agropecuária brasileira. A difusão em grande escala dessas práticas agrícolas sustentáveis é um dos principais desafios a serem superados nos próximos anos.

O documento foi apresentado hoje pelo assessor de Assuntos Socioambientais do Mapa, João Adrien Fernandes. A ministra Tereza Cristina participou do encerramento do seminário. Já secretários do Ministério, que integram a missão, participaram de diversos painéis: Eduardo Sampaio (Política Agrícola) no painel sobre desenvolvimento de soluções integradas e parcerias para produção sustentável global; Fernando Camargo (Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação) no painel sobre bioeconomia para alavancar o desenvolvimento sustentável; e Fernando Schwanke (Agricultura Familiar e Cooperativismo) no painel sobre governança estratégica e uso eficaz da terra e seus impactos na sustentabilidade. O evento foi organizado pelo embaixador do Brasil na Alemanha, Roberto Jaguaribe. 

Em discurso, a ministra destacou que o mundo está diante de dois desafios globais: segurança alimentar e sustentabilidade ambiental. “É de fundamental importância que essas duas questões sejam avaliadas de forma conjunta. Não é possível falar somente de conservação do meio ambiente, sem levar em consideração a necessidade de alimentar a população mundial”, disse. 

Tereza Cristina ressaltou que os desafios devem ser superados com base na ciência e dados verificáveis. “Toda atividade humana gera impacto. Isso inclui a produção agropecuária. A solução não é parar de produzir, mas sim aprimorar para que essa produção seja cada vez mais sustentável”, afirmou, acrescentando que essa é um das prioridades de sua gestão. “Já avançamos bastante, mas reconhecemos que há espaço para aprimoramento”, completou.

Ministra Tereza Cristina participa de seminário na Embaixada do Brasil na Alemanha, em Berlim

Foto: Divulgação/Mapa

O governo brasileiro ampliou a importância da sustentabilidade na agropecuária incorporando ao Ministério da Agricultura competências e responsabilidades que estavam em outros ministérios. A implementação do Código Florestal, a Política de Governança Fundiária, uma nova visão para a Agricultura Familiar e para a Assistência Técnica e a Extensão Rural, a reincorporação da Aquicultura e Pesca ao ministério, permitem repensar as políticas e ações voltadas para a sustentabilidade de forma integrada e coordenada.

A regularização fundiária no país passará pelo compromisso, por parte dos proprietários, com a implementação do Código Florestal. Não serão tituladas áreas localizadas em unidades de conservação, territórios indígenas ou quilombolas. O projeto beneficiará especialmente assentados pela reforma agrária. Em 50 anos, apenas 6% das 974 mil famílias assentadas receberam o título da terra.

A inclusão produtiva das pequenas propriedades é, também, uma das ações do governo brasileiro pela sustentabilidade da agropecuária. O Brasil conta com mais de 5,07 milhões de propriedades rurais e uma parte expressiva dos produtores rurais, principalmente pequenos, médios e familiares, encontra-se à margem do desenvolvimento ocorrido na agricultura.

Sob os três pilares da Inovação e Produção Sustentável, Regularização Fundiária e Ambiental e Inclusão Produtiva, o governo está adotando políticas públicas que priorizem a geração de renda no campo, assegurem a inclusão destes pequenos produtores nos mercados locais ou em cadeias globais de produção.  Além de medidas para fortalecer o cooperativismo e outras formas de organização, a disseminação de tecnologias, o acesso às políticas de crédito e ao seguro rural, o Ministério da Agricultura atua para dar incentivo à produção de valor agregado e diferenciação da pauta produtiva, como os artigos de fabricação artesanal.

A produção agropecuária sustentável, adotada no país, atende a um nicho cada vez maior para abastecimento de uma população que valoriza a sustentabilidade e a rastreabilidade dos alimentos que consome.

Confira o documento:

Fonte: Mapa.

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