Mercado Físico da Vaca – 28/07/10
28 de julho de 2010
Mercados Futuros – 29/07/10
30 de julho de 2010

Semana de alta: oferta segue restrita e arroba é cotada a R$ 86,51

O mercado do boi segue pouco ofertado e com isso a maioria dos frigoríficos teve que realizar reajustes nos preços ofertados, promovendo alta em praticamente todas as regiões do país. O indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista foi cotado a R$ 85,49/@ na última quarta-feira, acumulando alta de 1,59% nos últimos 7 dias. O indicador a prazo registrou valorização de 1,91% na semana, sendo cotado a R$ 86,51/@.

O mercado do boi segue pouco ofertado e com isso a maioria dos frigoríficos teve que realizar reajustes nos preços ofertados, promovendo alta em praticamente todas as regiões do país.

O indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista foi cotado a R$ 85,49/@ na última quarta-feira, acumulando alta de 1,59% nos últimos 7 dias. O indicador a prazo registrou valorização de 1,91% na semana, sendo cotado a R$ 86,51/@.

Tabela 1. Principais indicadores, Esalq/BM&F, relação de troca, câmbio

Com a apreciação do Real frente a moeda americana, o indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista em Dólares voltou a registrar uma alta expressiva (+2,26%), sendo calculado a US$ 48,46/@. Este valor está 12,89% acima do registrado no mesmo período do ano passado, quando a arroba valia US$ 42,93.

Gráfico 1. Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista, em R$ e em US$

A BM&FBovespa teve mais uma semana de alta. O primeiro vencimento, julho/10, que será liquidado ao final do pregão de amanhã, fechou a R$ 85,18/@ nesta quarta-feira, acumulando valorização de R$ 0,39 na semana. Os contratos que vencem em agosto/10 tiveram alta de R$ 0,33, fechando a R$ 85,78/@. Outubro/10 fechou a R$ 86,83/@ na quarta-feira, com variação positiva de R$ 0,13.

Gráfico 2. Indicador Esalq/BM&FBovespa e contratos futuros de boi gordo (valores à vista), em 21/07/10 e 28/07/10

No mercado físico a oferta de animais para o abate segue restrita, nas principais regiões pecuárias do país, causando dificuldade de compra, encurtamento das escalas de abate e consequentemente altas nos preços da arroba. Os frigoríficos de maior porte estão melhor posicionados, pois podem contar com maior volume de animais negociados a termo e de confinamentos próprios. Os outros lutam para conseguir comprar, aumento o valor das ofertas, mas em alguns casos precisando pular dias de abate para seguir rodando.

Informantes do BeefPoint, comentam que em Nova Monte Verde/MT, frigoríficos estão comprando boi gordos por R$ 72,00/@, com prazo de 30 dias e vacas por R$ 67,00/@.

Como está o mercado na sua região? Utilize o formulário para troca de informações sobre o mercado do boi gordo e reposição informando preços e o que está acontecendo no mercado de sua região.

O leitor do BeefPoint, Manoel Torres Filho, de Tupi Paulista/SP informou que na sua região, a arroba do boi gordo é negociada a R$ 82,00 e a vaca está valendo R$ 77,00/@, “já se fala em R$ 78,00”. “Mercado de reposição calmo com pouca procura. Bom para quem tem que repor”, completa.

O indicador Esalq/BM&FBovespa bezerro MS à vista foi cotado a R$ 680,92/cabeça, acumulando valorização de 2,60% na semana. Apesar da variação positiva dos últimos dias, este indicador ainda está 4,99% abaixo do registrado no mesmo período do mês passado, quanto o bezerro valia R$ 716,67/cabeça. A relação de troca está em 1:2,07.

A margem bruta na reposição melhorou, subindo para R$ 729,66, 11,43% acima do calculado em 28 de junho de 2010 (um mês atrás), evidenciando que no momento a reposição do rebanho está mais favorável. A margem bruta na reposição, representa o que sobra da venda de um boi gordo de 16,5@ e compra de um bezerro de reposição e será utilizada para investimentos, pagamento de contas e salários e lucro.

Gráfico 3. Indicador Esalq/BM&FBovespa bezerro MS à vista x margem bruta na reposição

Segundo o Boletim Intercarnes, as expectativas estão se confirmando, as ofertas seguem abaixo da regularidade e o atacado da carne bovina se mostra bastante enxuto. Com a proximidade da virada de mês, quando tradicionalmente o consumo é maior, a procura está efetivamente mais ativa tornando a demanda mais acentuada. Os preços se apresentam mais firmes e em alta.

Os pesquisadores do Cepea comentam que “a menor oferta de animais pronto para o abate na maioria das praças pesquisadas tem diminuído a disponibilidade de carne no atacado. Esse cenário impulsionou os preços dos cortes nos últimos dias”.

No atacado paulista, o traseiro foi cotado a R$ 6,50, o dianteiro a R$ 4,60 e a ponta de agulha R$ 4,00. com variação positiva nas cotações dos três cortes primários, o equivalente físico teve valorização de 3,82% na semana, sendo calculado em R$ 81,51/@. Assim o spread (diferença) entre indicador de boi gordo e equivalente recuou para R$ 3,98/@.

Tabela 2. Atacado da carne bovina

Gráfico 4. Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista x equivalente físico

União Europeia

A Comissão Europeia afirmou que os controles da produção de carne bovina no Brasil para exportação para o mercado europeu foram “satisfatórios”, segundo os resultados de uma inspeção publicados nesta terça-feira.

Trata-se de um relatório sobre uma missão do Escritório Veterinário e de Alimentação da Comissão Europeia (FVO, na sigla em inglês), que se deslocou em março ao Brasil para comprovar as medidas tomadas pelas autoridades do país para corrigir as “deficiências” detectadas no ano passado. As autoridades brasileiras, de acordo com o relatório, realizam suas atividades seguindo requisitos e orientações que garantem o cumprimento de medidas equivalentes às aplicadas na UE.

Nos nove locais visitados, os inspetores da Comissão Europeia encontraram apenas deficiências “menores” em dois estabelecimentos e, em um caso, detectaram um sistema de certificação que não era satisfatório, e fez novas recomendações ao Brasil para corrigir os problemas.

Frigorífico Pantanal

O frigorífico Pantanal paralisou suas atividades em Juara/MT e hoje suspende os abates em Matupá/MT. Segundo informações da empresa, a paralisação é temporária, porém por tempo indeterminado. “Decidimos parar porque a conjuntura é desfavorável e ainda temos condições de pagar todos os nossos compromissos com fornecedores e funcionários”, explicou o proprietário da empresa, Luiz Antônio Freitas Martins.

“Não havia oferta suficiente [de animais para abate] e, para complicar, os preços estavam altos para compra e muito baixos para a venda. Não havia alternativa, por isso decidimos parar os abates enquanto ainda tínhamos condições de pagar nossos credores e funcionários. Se a empresa continuasse trabalhando, poderia correr o risco de não ter condições de cumprir seus compromissos financeiros. Acho que foi uma atitude de responsabilidade perante nossos colaboradores e fornecedores”. Martins informou que até o dia 1º de agosto todos os funcionários da empresa receberão seus direitos trabalhistas.

Luiz Antônio Freitas Martins, que é também presidente do Sindicato das Indústrias Frigoríficas do Estado (Sindifrigo), afirmou que o momento é de dificuldades para o setor devido à questões mercadológicas – preços da arroba e da carne – e às fortes pressões exercidas por órgãos como Sema, Ibama, Ministério da Agricultura, Secretaria de Fazenda e Ministério Público. “As empresas vivem acuadas pela fiscalização e não estão atuando de forma tranqüila. Muitas não estão suportando as pressões e acabam fechando as portas”.

A suspensão das atividades deverá causar impacto negativo no preço da arroba do boi em Mato Grosso, já que comprometerá ainda mais a capacidade de abate no norte do Estado, problema que já havia sido agravado pelo fechamento do Frialto.

Pecuaristas mato-grossenses reclamam que a falta de concorrência tem atrapalhado o mercado, um exemplo é a região de Barra do Garças/MT, que já foi considerada por muitos foi o melhor lugar do Estado para vender gado. A presença de unidades dos frigoríficos Independência, Margen, Bertin e JBS garantia competição entre eles e a oferta dos preços mais altos para os pecuaristas. De dois anos para cá, Independência e Margen quebraram e o Bertin foi comprado pelo JBS.

“O JBS é o dono do pedaço e paga quanto quer. Barra do Garças agora paga um dos piores preços do Estado”, diz Luciano Vacari, superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat).

Os outros frigoríficos, concorrentes de JBS e Marfrig, também reclamam. “Queremos igualdade”, afirma Péricles Salazar, presidente da Associação Brasileira de Frigoríficos. “Tudo bem apoiar o Friboi e Marfrig, mas outros frigoríficos precisam de financiamento e o BNDES só tem dinheiro para os grandes.”

Para José Carlos Hausknecht, sócio da consultoria MB Agro, a estratégia do BNDES é equivocada. “Pelas nossas contas, o JBS hoje tem 80% de seu faturamento no exterior. Por que o BNDES precisa financiar a produção em outros países?”, questiona.

O consultor cita como exemplo a compra da Pilgrim”s Pride, uma das líderes no abate de frangos nos Estados Unidos, pelo JBS, com apoio financeiro do BNDES. “Além de gerar empregos lá fora, vão usar dinheiro do BNDES para fortalecer a exportação americana de frangos, que vai competir com a produção brasileira.”

0 Comments

  1. francisco dos santos disse:

    Minha opiniao em relacao as paralizacoes ocorridas no estado mt, principalmente pelofrigorifico nacional e frialto sao em consequencia da ma gestao em relacao a venda de carne que praticavao em todo o territorio nacional……era uma verdadeira doacao, coisa vergonhosa mesmo, enfim ate que demorou.

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