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Seca na Austrália leva carne a McDonald’s, Carl’s Jr. dos EUA

A seca na Austrália e o fortalecimento do El Niño estão beneficiando os amantes de hambúrguer dos Estados Unidos. A seca mais disseminada de Queensland já registrada está enviando um número recorde de animais aos confinamentos à medida que os pecuaristas abatem animais no ritmo mais rápido em mais de três décadas. Isso levou a exportações recordes de carne bovina, incluindo mais de 70% de aumento nos envios aos Estados Unidos, mostraram dados do governo, com a maioria dessa carne sendo destinada a se tornar hambúrgueres.

Os Estados Unidos no ano passado passaram o Japão como o maior mercado de exportação da Austrália, enquanto a seca prolongada no Texas viu uma queda de quatro anos na produção de carne bovina americana. As ofertas no mercado americano deverão continuar estreitas à medida que o rebanho se recupera do menor tamanho em seis décadas. Isso tem levado as companhias, incluindo a Chipotle Mexican Grill Inc., a se voltar para a carne bovina australiana.

“Os confinamentos ficaram muito cheios nos últimos 12 meses”, disse o analista do Australia & New Zealand Banking Group Ltd. em Melbourne, Paul Deane. “Tem sido lucrativo ter bovinos em engorda aqui na Austrália e processá-los para vender ao mercado dos Estados Unidos”.

Cerca de 70% da carne bovina australiana enviada aos Estados Unidos são das chamadas carne bovina processada, usadas para fazer hambúrgueres. Os importadores incluem o McDonald’s Corp, maior rede de restaurantes do mundo em vendas, e Carrols Restaurant Group Inc., maior franqueada do Burger King. A Chipotle no ano passado disse que estava comprando carne bovina produzida a pasto da Austrália para suprir a demanda, citando a queda do rebanho americano para seu menor tamanho em 60 anos.

A rede de hambúrgueres, Carl’s Jr., que pertence a CKE Restaurants Inc., no começo do ano começou a vender hambúrguer natural nos Estados Unidos feito com carne bovina australiana. A carne é de animais criados livremente, que são alimentados com pasto e não recebem antibióticos, disse seu diretor executivo, Andy Puzder.

A Austrália é o maior fornecedor de carne bovina e de vitelo aos Estados Unidos, sendo responsável por 37% das importações no ano passado, mostraram dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). As compras de carne bovina australiana aumentaram em 65% nos primeiros cinco meses de 2015 com relação ao ano anterior, mostraram os dados.

Os abates de bovinos da Austrália podem alcançar 8 milhões pelo terceiro ano consecutivo pela primeira vez desde 1979, de acordo com dados do governo e do Meat and Livestock Australia (MLA). Mais de 80% do maior estado produto, Queensland, está com seca, e pode haver mais liquidação do rebanho se as condições de seca persistirem.

O primeiro El Niño desde 2010 foi turbinado pelos recentes ciclones tropicais no Oceano Pacífico e deverão durar pelo menos até o final do ano, de acordo com Agência de Meteorologia da Austrália. Dos 26 eventos de El Niño ocorridos desde 1900, 17 resultaram em seca na Austrália.

Embora o padrão climático tipicamente traga chuvas abaixo da média no inverno e na primavera no leste da Austrália, as tempestades em junho fizeram os produtores segurarem os animais para venda.

Apesar de as chuvas não terem sido suficientes para melhorar as condições de seca, elas aumentaram a confiança dos compradores, de acordo com o Meat and Livestock Australia (MLA). Embora o MLA preveja um declínio nos abates nesse ano e uma queda de 1,8% na produção de carne bovina e de vitelo, as exportações deverão alcançar recordes em 2015.

Os envios na primeira metade desse ano foram 11% maiores do que em 2014 e os abates foram 3,8% maiores que no ano passado, quando o total do ano foi o maior em pelo menos 36 anos. Mesmo se a produção desacelerar na segunda metade do ano, será maior que no ano passado, disse o presidente da JBS USA LLC, André Nogueira de Souza.

No ritmo atual, a Austrália pode alcançar 85% de sua cota de exportação de carne bovina aos Estados Unidos no meio de agosto, disse o ministro da Agricultura, Barnaby Joyce.

“A demanda global por carne bovina, a crescente classe média alta, o aumento na demanda por produtos premium, os desafios referentes à oferta, particularmente em países como os Estados Unidos, trazem previsões positivas”, disse o diretor executivo do Australian Agricultural Co., maior produtor de carne bovina, Jason Strong.

Fonte: Bloomberg, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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