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Seca na América do Sul reduz oferta de soja e favorece os Estados Unidos

A guerra afeta menos o mercado de soja, mas a estiagem no sul da América do Sul levou novamente o USDA a cortar profundamente suas estimativas para a colheita de soja no Brasil, na Argentina e no Paraguai nesta safra 2021/22, que já está em fase final nesses países. A quebra, que favorece as exportações dos EUA, gerou um ajuste para baixo nos estoques finais globais e tornou mais apertada a relação entre a oferta e a demanda do grão no mundo.

Maior produtor de soja do planeta, o Brasil, segundo os novos números do USDA, deverá colher 127 milhões de toneladas nesta temporada. Em relação à previsão divulgada em fevereiro, são 7 milhões de toneladas a menos, e na comparação com o cenário inicial para 2021/22, a queda chega a 17 milhões de toneladas.

Se confirmado, o volume será 7,8% inferior ao estimado pelo órgão americano para 2020/21. No novo quadro traçado, as exportações brasileiras passaram a ser calculadas em 85,5 milhões de toneladas, ante as 90,5 milhões estimadas em fevereiro e as 81,7 milhões de 2020/21.

Para a Argentina, a expectativa para a produção caiu para 43,5 milhões, abaixo das 46,2 milhões da safra passada. Conforme o USDA, o país exportará apenas 2,8 milhões de toneladas, ante as 5,2 milhões de 2020/21. No quadro paraguaio, a colheita caiu para 5,3 milhões de toneladas, ante 9,9 milhões da temporada passada. E as exportações foram reduzidas para 3,6 milhões de toneladas, 42,9% menos que em 2020/21.

Com essas correções para baixo, o USDA cortou sua previsão para a produção mundial de soja para 353,8 milhões de toneladas, 12,4 milhões abaixo da colheita de 2020/21. O órgão também voltou a reduzir o cálculo para demanda mundial, para 363,7 milhões de toneladas – ainda 0,4% mais que no ciclo anterior – e, assim, a previsão para os estoques finais globais em 2021/22 caíram para 90 milhões, ante 101,7 milhões em 2020/21. Ou seja, os estoques finais representam, agora, 24,7% da demanda, ante 25,1% nas contas de fevereiro e 28,1% em 2020/21.

A redução na América do Sul pode aumentar as exportações dos EUA. Com colheita já definida em 120,7 milhões de toneladas, o país deverá embarcar 56,9 milhões de toneladas em 2021/22, volume 1,1 milhão maior que o projetado em fevereiro, mas ainda menor que o de 2020/21 (61,5 milhões). O ganho poderia ser maior não fosse a redução, de 97 milhões para 94 milhões de toneladas, na projeção para as importações da China, responsável pela redução do cenário traçado para a demanda mundial. O país representa 60% da importação global.

Fonte: Valor Econômico.

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