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Saldo da balança rural em junho é menor

O saldo da balança comercial agrícola fechou com superávit de US$ 1,422 bilhão em junho, mas ficou abaixo da média do mês dos últimos quatro anos, segundo divulgou sexta-feira o Ministério da Agricultura. A redução na média do superávit, verificada desde maio, reflete a determinação dos exportadores em compensar as perdas com o recuo dos preços das commodities internacionais com a valorização do dólar sobre o real.

No mês de junho as exportações somaram US$ 1,759 bilhão e as importações ficaram em US$ 337 milhões. A média apurada entre 1997 e 2001 mostra que tradicionalmente o País tem saldo de US$ 2,16 bilhões em junho.

A decisão dos exportadores de commodities agrícolas em apostar nos ganhos com a flutuação do câmbio acarretou na redução de aproximadamente US$ 400 milhões no saldo da balança rural.

Contratos adiados

De acordo com dados do ministério, quase todos os contratos negociados no mercado físico foram adiados e somente são embarcados os produtos contratados anteriormente a preços fixados.

As vendas externas do complexo soja (grão, óleo e farelo), concentradas no segundo e no terceiro trimestres do ano, sofreram retração de 43%. A receita com o complexo soja somou em junho deste ano US$ 391 milhões, enquanto em igual período de 2001 o faturamento foi de US$ 685 milhões. Desde março o ministério estima que US$ 800 milhões deixaram de ser faturados.

Os volumes embarcados do café em grão tiveram redução de 32,8% em junho de 2002, na comparação com junho de 2001. As receitas caíram 46%, de US$ 103 milhões para US$ 55 milhões no mês passado.

“O adiamento dos embarques foi uma aposta. Mas não podemos adiar indefinidamente porque teremos problemas de logística, já que os portos não vão conseguir duplicar ou triplicar o movimento de uma só vez. É preciso observar que os ganhos obtidos com a valorização do dólar podem ser perdidos com o aumento dos custos nos portos diante do demanda maior localizada”, afirma o diretor do departamento de comercialização da Secretaria de Produção e Comercialização do Ministério da Agricultura, Amílcar Gramacho.

O ministério, que projetou para este ano superávit entre US$ 20 bilhões e US$ 21 bilhões da balança do agronegócio brasileiro, frente aos US$ 19 bilhões de superávit em 2001, já havia considerado o impacto positivo de eventuais variações do câmbio na melhora das receitas dos itens da agropecuária.

Com a redução das médias de faturamento do saldo comercial verificadas em maio e junho, os técnicos do ministério consideram que a partir deste mês e ao longo deste semestre os próximos resultados das vendas externas vão apresentar resultado melhor que o dos últimos dois meses.

Aumento nos embarques

Como as vendas contratadas anteriormente não puderam ser adiadas, o ministério apurou aumento de 65,2% nos embarques de açúcar, que superaram 1,2 milhão de toneladas. No entanto, como reflexo da desvalorização de aproximadamente 30% nos preços internacionais do açúcar neste ano, as receitas com as exportações ficaram apenas 14,5% maior.

Situação similar foi observada nas vendas externas de carne, cujos embarques tiveram acréscimo de 0,7%, mas redução de 15,5% nas receitas em comparação a junho de 2001. O destaque ficou com a carne de frango, que cresceu 2,3% em receita no período.

Fonte: Gazeta Mercantil (por Luciana Otoni), adaptado por Equipe BeefPoint

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