Mercado Físico da Vaca – 16/10/08
16 de outubro de 2008
Mercados Futuros – 17/10/08
20 de outubro de 2008

Sadia reconhece que pode ter 1º prejuízo em 64 anos

Pela primeira vez, em seus 64 anos de história, a Sadia deverá fechar o ano com prejuízo. Segundo Luiz Fernando Furlan, presidente do conselho da Sadia, "de repente, se não der para ganhar porque afundamos R$ 760 milhões [valor que se refere a perdas anunciadas no fim do mês passado em razão de operações financeiras com câmbio], pelo menos poderemos empatar." Isso porque, além de as vendas do último trimestre serem geralmente mais fortes, a Sadia está tentando reverter pelo menos parte do prejuízo.

Pela primeira vez, em seus 64 anos de história, a Sadia deverá fechar o ano com prejuízo. Segundo Luiz Fernando Furlan, presidente do conselho da Sadia, “de repente, se não der para ganhar porque afundamos R$ 760 milhões [valor que se refere a perdas anunciadas no fim do mês passado em razão de operações financeiras com câmbio], pelo menos poderemos empatar.” Isso porque, além de as vendas do último trimestre serem geralmente mais fortes, a Sadia está tentando reverter pelo menos parte do prejuízo.

Segundo Furlan, a auditoria em andamento irá responder se houve “conivência ou indução a essa falha por parte dos bancos internacionais”. “Estamos tomando todas as providências no sentido de preservar o interesse dos acionistas e dos funcionários, que foram prejudicados”, diz ele. Incluem-se nas iniciativas negociações com os bancos estrangeiros – além de medidas judiciais cabíveis, que poderão ser impetradas caso não se chegue a um acordo, tão logo o levantamento da consultoria KPMG seja concluído. A Sadia pretende apresentar o relatório na próxima assembléia de acionistas, prevista para o dia 3.

O fundo de previdência Previ, um dos maiores investidores da Sadia, pediu esclarecimentos à empresa depois do prejuízo. Furlan, que esteve com o presidente Lula na sexta-feira passada, afirmou ter lembrado a ele que a afirmação de que empresas exportadoras, como a Sadia, estariam especulando contra o real “foi infeliz”. “Os bancos internacionais que colocaram 200 empresas brasileiras numa situação de aperto especularam contra o real”, disse Furlan. “Quem especulava a favor acreditava na estabilidade da economia, na taxa de câmbio histórica e no que o próprio presidente falou, que a crise não chegaria ao país. Essas empresas é que levaram ferro.”

A Sadia deverá postergar os investimentos em novas fábricas, previstos para o próximo ano. Nos novos projetos há duas fábricas no Brasil e a segunda unidade da empresa no exterior. No país, as fábricas cujos investimentos poderão ser postergados são um abatedouro de frangos em Campo Verde (MT) e um de suínos em Mafra (SC). Os investimentos previstos são da ordem de R$ 630 milhões e R$ 650 milhões, respectivamente. Já a fábrica de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, um dos principais mercados da Sadia, exigiria gastos de R$ 150 milhões. No Brasil, seriam geradas 8.000 vagas e, nos Emirados, 700.

A matéria é de Cristiane Barbieri, publicada na Folha de SP, adaptada e resumida pela Equipe AgriPoint.

Os comentários estão encerrados.

plugins premium WordPress