Rússia remove barreiras à carne bovina dos Estados Unidos

A Rússia anunciou oficialmente a remoção de algumas restrições à carne bovina e de peru dos Estados Unidos, introduzida no começo desse ano, após relatos sobre o uso de ractopamina.

Segundo o chefe do órgão de inspeção veterinária da Rússia, Rosselkhoznadzor, Sergei Dankvert, as barreiras às importações de carne de peru serão removidas no final de novembro, após recentes inspeções em várias plantas de processamento no país, que não encontraram violações às leis veterinárias da União Aduaneira. Enquanto que as companhias dos Estados Unidos retomarão o direito de fornecer carne bovina ao mercado russo no começo do próximo ano.

Anteriormente, o Rosselkhoznadzor tinha dito que durante conversas por telefone entre Dankvert e o administrador do Serviço de Inspeção e Segurança Alimentar (FSIS) do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), Alfred Almansi, o país propôs a inspeção de três de suas plantas de produção de carne de peru. “Como resultado dessa inspeção, especialistas do Rosselkhoznadzor puderam recomendar a retomada das ofertas de duas das companhias, sob garantia dos Estados Unidos, e disse que as informações adicionais requeridas indicam que essas companhias são capazes de cumprir totalmente com os requerimentos legislativos russos para segurança dos produtos alimentícios processados por eles”, disse Dankvert.

“A obtenção dos documentos necessários dos Estados Unidos é uma questão de dias. Dessa forma, até o final de novembro, esperamos retomar as importações de carne de peru dos Estados Unidos, disse o secretário de imprensa do Rosselkhoznadzor, Alexei Alekseyenko.

Ao mesmo tempo, em 2014, a Rússia planeja permitir aos Estados Unidos a importação de até 60.000 toneladas de carne bovina dentro de sua cota, de acordo com o governo.

Rosselkhoznadzor ainda não tinha comentado sobre a possibilidade de remoção da barreira, que também foi introduzida no começo desse ano devido à questão da ractopamina, mas se o governo russo aprova as importações, o departamento veterinário será requerido a remover as restrições.

“Será a chance para os Estados Unidos retomar sua oferta de carne bovina à Rússia de uma maneira simplificada. Entretanto, se a ractopamina for novamente descoberta na produção de carne bovina dos Estados Unidos, o Rosselkhoznadzor reintroduzirá a barreira e a história desse ano se repetirá, quando, apesar da cota de 60.000 toneladas, os Estados Unidos somente foram capazes de fornecer ao mercado russo 1.000 toneladas de carne bovina”, disse um porta-voz do Ministério da Agricultura.

Com relação às importações de carne suína, autoridades russas disseram que o cancelamento da barreira não deverá ocorrer tão cedo. “Temos uma escassez de carne bovina no mercado, de forma que podemos ser um pouco mais flexíveis com isso. Entretanto, a situação é diferente para a carne suína e os Estados Unidos serão capazes de restaurar a oferta somente se provarem que estão prontos para fornecer produtos sem ractopamina”.

Comentário BeefPoint: visitamos hoje a USMEF, entidade que promove e defende as exportações de carne bovina, suína e ovina dos EUA, para o mundo. Eles fazem um trabalho e excelente e conseguem separar o que é técnico e o que político. Assim, conseguem tratar as duas frentes (política e técnica) de forma independente e avançam mais rápido. É preciso agir nessas duas frentes para se ter um sucesso mais duradouro em negociações difíceis, como com a Rússia. Sobre esse tema carne bovina / beta-agonistas / Rússia, a previsão deles é a retomada das exportações de carne em algum momento em 2014, com a aprovação do protocolo de segregação da produção que os EUA prepararam e que vão apresentar aos russos. Na avaliação do USMEF, o ponto principal a favor é a necessidade dos russos de comprar carne bovina, uma vez que a produção doméstica russa tem avançado mais na carne suína do que na bovina.