Rússia: novas restrições podem favorecer Uruguai

O ministro da Pecuária, Agricultura e Pesca do Uruguai, Ernesto Agazzi, estimou que as restrições que a Rússia aplicaria às importações de carne bovina procedente de sete países “abrirão possibilidades de melhores preços para a nossa carne”, informou reportagem do El País.

A agência de notícias russa RIA-Novosti disse que o Governo russo imporá “restrições temporárias” às importações de carne de algumas regiões do Brasil, Argentina, Austrália, Dinamarca, França, Alemanha, Itália e Espanha. A medida é baseada na detecção de substâncias proibidas no produto, segundo confirmou o Serviço Federal de Vigilância Veterinária e Fito-sanitária da Rússia.

Em paralelo, a Rússia reduziu as importações acima das cotas para defender a produção local (a cota anual de importação é de 450 mil toneladas).

A Rússia é hoje o principal comprador da carne bovina uruguaia. Em 2007, o país comprou apenas 2.423 toneladas peso carcaça e representava 1,06% dos embarques. Até agora em 2008, a Rússia já comprou 91.468 toneladas de carne bovina uruguaia, representando 40,80% do total. Em valor, o mercado russo para a carne uruguaia passou de US$ 3,325 milhões em 2007 para US$ 201,016 milhões, segundo dados do Instituto Nacional de Carnes do Uruguai (INAC).

O Uruguai conseguiu aumentar a quantidade de frigoríficos exportadores após a última auditoria russa, onde foram habilitadas todas as empresas solicitadas pelo Ministério de Pecuária, Agricultura e Pesca.

O mercado russo demanda mais carne e os preços continuam melhorando, segundo alguns operadores, e no caso de alguns cortes populares e dos cortes procedentes da desossa, os preços subiram até 40% e a demanda segue em pleno crescimento. As compras não se limitam à carne bovina, incluindo também miúdos, além de carne ovina e outros produtos.

Os preços continuarão firmes e as carnes uruguaias contam com um prestígio reconhecido a nível de importadores e consumidores.