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Rússia não pretende aumentar cota para Brasil

O ministro da Economia e Comércio da Rússia, German Gref, alertou que não tem como aumentar as cotas de carne para o Brasil. Ainda assim, acredita que os dois países podem fechar acordo. Hoje, em Genebra, representantes de Moscou e de Brasília se reúnem pela primeira vez em mais de seis meses para debater o acesso da carne brasileira ao mercado russo.

O Kremlin estabeleceu um sistema de cotas que divide seu mercado entre os principais fornecedores estrangeiros. Para ser admitido na OMC, Moscou precisa fechar acordos com seus maiores parceiros comerciais. Mas, no caso do Brasil, o Itamaraty não ficou satisfeito com a proposta recebida.

Nas exportações de frango, o Brasil poderia ocupar no máximo 30% das cotas dos russos, as 70% restantes seriam divididas entre americanos e europeus. A cota para o Brasil nos setores de carne bovina e de porco também é inferior à dos outros parceiros de Moscou, que explica o pouco espaço dado diante da média histórica de vendas brasileiras. Mas os exportadores brasileiros reclamam que essa média foi incrementada nos últimos três anos.

“Estabelecemos cotas globais e não podemos dar uma cota maior para um só país”, justificou Gref. Ele sugeriu que Brasília aceite a cota e faça um acerto para usar o espaço de países que completem suas cotas. “Temos regras flexíveis. Se um país não completar sua cota, podemos dar essa parte a outros países. Isso pode ocorrer com o Brasil, que vem crescendo nas exportações para a Rússia diante de sua alta competitividade e preços muito bons”.

Na prática, isso já acontece, mas por baixo dos panos, possibilitando que as vendas do País para a Rússia sejam o dobro que o previsto pela cota. As importadoras em Moscou estariam fechando contratos com empresas americanas onde há problemas sanitários e, diante da impossibilidade de importar dessas regiões, justificam a compra de carne brasileira, que tem preço melhor.

O problema viria quando a Rússia for aceita na OMC, pois a administração das cotas terá de obedecer às regras internacionais. Com um acordo para flexibilizar o uso da cota, o drible seria oficializado. Se não houvesse barreiras, o Brasil poderia exportar US$ 2 bilhões em carnes para Moscou, dizem os exportadores.

Segundo o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Márcio Fortes, a preocupação por melhores condições aumentou devido à perspectiva de a Rússia adotar novas regras para as importações de carnes a partir do ano que vem.

Fortes, que ontem participou de evento no Rio, lembrou que em 2004 as exportações brasileiras de carnes para o mercado russo alcançaram cerca de 540 mil toneladas e que a expectativa do governo brasileiro é garantir o acesso de pelo menos esse volume nas negociações em Genebra.

“O que nós queremos é que na fixação de cotas de importação, por parte da Rússia e de qualquer outro país, sejam levadas em conta para o cálculo as exportações recentes e não as de cinco anos atrás”, afirmou o presidente da Abiec, Marcus Vinícius Pratini de Moraes.

Fonte: O Estado de S.Paulo e Valor, adaptado por Equipe BeefPoint

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