Atacado – 25-03-14
26 de março de 2014
A competição com a agricultura fez com que o pecuarista agisse mais, ou “troteia ou sai da estrada” – Fernando Velloso [Prêmio BeefPoint Sul]
26 de março de 2014

RS: provedor de carne de qualidade mas com uma lacuna enorme de potencial de produção por área – coisa pouco explorada e difundida – Luis Felipe Moura Pinto – Palestrante BeefSummit Sul

O BeefPoint realizará no dia 4 de abril, o BeefSummit Sul, no Teatro CIEE em Porto Alegre- RS, e trará o melhor da pecuária do Sul em um só evento.

Será entregue o Prêmio BeefPoint – Edição Sul, um prêmio criado pelo BeefPoint para homenagear quem faz a diferença na pecuária de corte brasileira.

Para conhecer melhor os palestrantes e os temas de suas palestras, o BeefPoint preparou uma série de entrevistas com os palestrantes do BeefSummit Sul.

Confira abaixo a entrevista com Luis Felipe Moura Pinto, diretor técnico da Agropecuária Ponderosa Ltda, em São Paulo, e da Scalzilli Agropastoril Ltda, no Rio Grande do Sul, palestrante do BeefSummit Sul.

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BeefPoint: Conte para nós qual o principal tema que será abordado em sua palestra no BeefSummit Sul. Quais os principais pontos da sua palestra?

Luis Felipe: O tema principal é o estudo de caso do sistema de produção a pasto da empresa e um de seus componentes mais importantes que é o projeto de irrigação de campo nativo com pivô central.

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BeefPoint: Atualmente, qual o maior desafio da pecuária de corte no Sul do país?

Luis Felipe: Aumentar os índices de produtividade e de desfrute. Entender qual a verdadeira importância do estado para a pecuária nacional, posicionando-se como um estado provedor realmente de carne de qualidade mas que também possui uma lacuna enorme de potencial de produção por área – coisa pouco explorada e difundida.

BeefPoint: Na sua visão, como podemos agregar valor a carne bovina do Sul do Brasil de forma diferente e especial em outros países? 

Luis Felipe: Por meio somente de programas de certificação da carne. Selos de garantia de origem e de animais certificados, geram confiança e credibilidade junto ao consumidor. Uma regra para mim é clara: Faça o que o consumidor quer e necessita. O resto é fácil.

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BeefPoint: Em sua opinião, o que deve ser feito para aumentar o envolvimento dos jovens na agropecuária? 

Luis Felipe: Com o incentivo dos filhos dentro do sistema produtivo. Eles serão as próximas gerações a cuidarem do negócio, mesmo que a empresa tenha deixado de ser familiar para empresarial.

BeefPoint: Qual inovação na pecuária de corte você mais gostou nos últimos anos? O que precisamos inovar? 

Luis Felipe: A implementação do uso da tecnologia da IATF. Revolucionou a produção das vacas, organizou os períodos de nascimentos, melhorou a genética dos animais. Precisamos ainda ao meu ver, cuidar mais das questões sanitárias e de controle de zoonoses. Muita lacuna de serviços neste sentido.

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BeefPoint: Em sua opinião, qual país tem se destacado na pecuária, por quê? O que o Brasil precisa aprender com esse país? 

Luis Felipe: Gosto muito do modelo da Austrália. Simples, organizado e muito profissional. Sabem o que necessitam para produzir e conhecem o mercado que atuam nas vendas. O Brasil tem que se espelhar em países assim, até pela adversidade climática que passam, como se viu este ano. E no Brasil? Bom no Brasil salvo algumas épocas pontuais, mas as regiões com vocação para pecuária possuem boas condições climáticas. Isso ainda não é o problema determinante em nosso país.

BeefPoint: Qual a principal característica da pecuária de corte gaúcha? Qual característica precisa ser melhorada nesta pecuária que é uma das mais tradicionais de nosso país?

Luis Felipe: Uma pecuária que explora basicamente o mérito genético dos animais e muito pouco da planta forrageira. Apesar de existirem muitos trabalhos que mostram o potencial produtivo dos pastos no Rio Grande do Sul, pouco se faz em nível de campo.

Contudo a presença de animais de raças europeias e britânicas tem potencial produtivo elevado para qualidade de carne, até um contra-senso uma vez que a pastagem deveria ser melhor. Acontece que os animais bem terminados no estado usam muitas áreas de pastagens cultivadas, especialmente no inverno e aí a terminação tem menos influência de baixo ajuste entre oferta e demanda.

Deveria-se melhorar a produtividade dos campos em épocas que exista potencial de crescimento do pasto. O RS possui ainda um espaço grande para agregar desempenho individual com um bom aumento das taxas de lotação, mesmo que em áreas menores (módulos de produção) dentro das fazendas.

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BeefPoint: Qual exemplo de pecuarista do futuro no Sul do Brasil hoje? Quem você mais admira? 

Luis Felipe: Admiro o Dr. Eduardo Linhares da GAP Genética. Pessoa de muito poder de controle e entendimento do processo produtivo como um todo.

BeefPoint: O que você fez em 2013 que te trouxe mais resultados? 

Luis Felipe: Além da implementação das áreas irrigadas, alteramos um pouco o período de parição das vacas, colocando-as mais para início do verão e não do inverno / começo da primavera. Isso teve um impacto grande na manutenção do escore corporal das vacas.

BeefPoint: O que você pretende fazer em 2014? Quais são seus planos? 

Luis Felipe: Aumentar a área irrigada e buscar ainda mais um patamar maior de produção por área. Acho que não estamos ainda no máximo do potencial destas áreas intensificadas.

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BeefPoint: O que você mais gostaria de aprender no BeefSummit Sul?

Luis Felipe: Pretendo conhecer a experiência de pessoas envolvidas na pecuária do estado. Sempre se aprende com a troca de idéias e trabalho. Se aprendermos pelo menos uma coisa durante o dia, então esse dia estará ganho.

BeefPoint: Que mensagem você deixaria para os pecuaristas? 

Luis Felipe: Devemos acreditar na atividade e mudar os índices de produtividade. Se não se pensa assim, se existe o conceito de que outra atividade remunera mais, se sempre existe insatisfação por motivos internos da fazenda, acho melhor vender a propriedade. Viver outra vida.

Agora se existe o entendimento do contexto todo, se existe a vontade de mudar e principalmente de trabalhar….então faça isso e agradeça a Deus por ser um fazendeiro.

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