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RS discute selo para certificar carne bovina criada no Cone Sul

Em até dois anos, o Rio Grande do Sul pode entrar para um seleto grupo de regiões que produzem carnes certificadas que já é uma exigência em mercados como a Europa e América do Norte.

Em até dois anos, o Rio Grande do Sul pode entrar para um seleto grupo de regiões que produzem carnes certificadas. E para atingir esse patamar, que já é uma exigência em mercados como a Europa e América do Norte, os produtores gaúchos, especialmente os do Pampa, terão apenas de conservar uma tradição que começou no início das grandes estâncias de gado.

A alimentação com campo nativo, sem o uso de espécies artificiais e livre de qualquer tipo de defensivo, é a chave para uma carne mais saudável e saborosa. É esse o entendimento da Alianza del Pastizal, que reúne criadores da Argentina, Uruguai, Paraguai e Rio Grande do Sul, e tem o objetivo de valorizar a pecuária dessa região.

Para isso, os integrantes do Alianza estão reunidos em Lavras do Sul, no Sudoeste do Estado, no 5º Encontro de Pecuaristas de Campo Nativo do Cone Sul e 3º Seminário O Pampa e O Gado, até sábado, dia 29, para discutir de que maneira conseguirão implementar um selo que irá certificar a carne do gado de corte criado nessa extensa região do Cone Sul.

“Uma das ideias lançadas em 2007 (durante o primeiro encontro que discutiu o assunto) foi o de se lançar um selo para a carne sustentável do pampa e, com isso, conseguir a valorização do produtor sem desrespeitar o ambiente” explica Aníbal Parera, coordenador geral da Alianza.

O trabalho para conseguir destacar o produto do pampa depende de alguns aspectos técnicos que, segundo os produtores rurais, demanda pouco custo financeiro e deve garantir maior rentabilidade e reconhecimento junto ao consumidor.

O produtor João Carlos Severo, de Dom Pedrito, diz que esse é o momento certo para apostar na qualificação da produção de carne. Para o criador, a combinação de genética de alta qualidade, manejo adequado e respeito ao ambiente pode garantir mais dinheiro no bolso e, consequentemente, preservar o principal bioma do Estado.

Para alcançar o selo, o criador terá de preencher alguns requisitos como ter, no mínimo, 50% de sua área de produção com campo nativo (ficam proibidas áreas onde foram usados defensivos ou qualquer tipo de máquina, como o arado, por exemplo), ter um bom manejo do animal, garantir a sanidade do rebanho, preservar áreas naturais e comprovar a experiência de espécies nativas.

O presidente do Sindicato Rural de Lavras do Sul, Francisco Abascal, conta que boa parte dos 108 produtores ligados à entidade deve integrar o programa de certificação.

“Em 10 propriedades do município a certificação já é testada. Não será difícil repetir em outras áreas.”

A expectativa do grupo que trabalha para a criação do selo é garantir um valor maior na hora da venda para a indústria.

Fonte: jornal gaúcho Zero Hora, adaptada pela Equipe BeefPoint.

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