Após embargos, UE virá ao Brasil inspecionar frigoríficos em 2019
19 de dezembro de 2018
Tereza Cristina confirma nova estrutura do Ministério da Agricultura
19 de dezembro de 2018

Revogação de delações da J&F não impactará em leniência, diz Fachin

O ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), defendeu que uma eventual rescisão do acordo de delação premiada dos empresários do grupo J&F não invalida o acordo de leniência firmado pela empresa com o Ministério Público Federal.

“A homologação dos acordos mencionados deu-se em juízos distintos e por razões jurídicas diversas, razão pela qual não há relação de causa e efeito necessária que vincule a eventual rescisão do acordo tratado no presente feito a uma possível rescisão do acordo de leniência”, diz o ministro em um despacho de segunda-feira.

O acordo de leniência foi assinado em junho de 2017 e prevê o pagamento de R$ 10,3 bilhões por parte do grupo, dono da JBS, como multa pelos crimes cometidos.

Já os acordos de colaboração de quatro delatores da empresa estão sendo questionados no STF pela Procuradoria-Geral da República (PGR). O argumento é que os irmãos Joesley e Wesley Batista e os executivos Francisco de Assis e Ricardo Saud omitiram o envolvimento do ex- procurador Marcelo Miller nas negociações.

Nesta terça-feira, os delatores prestaram depoimentos a portas fechadas no Supremo. As oitivas duraram o dia inteiro e foram conduzidas por juízes auxiliares do gabinete de Fachin.

Segundo o advogado André Callegari, que defende Joesley Batista, os quatro executivos demonstraram que não houve qualquer omissão de informações durante a negociação da colaboração e voltaram a negar a participação de Miller.

“Os depoimentos foram excelentes e serviram para demonstrar que não houve qualquer omissão que a PGR imputa aos colaboradores. Pelo contrário: hoje ficou claríssimo que os colaboradores em nenhum momento deixaram de cumprir a sua parte no acordo de colaboração”, disse.

Segundo Callegari, o procurador nunca trabalhou no acordo de colaboração premiada. “Foi dito pelos quatro colaboradores que ele teve zero de participação, inclusive não há um documento, um fato que demonstre isso. E todos os colaboradores são uníssonos nesse ponto”, afirmou.

Para o defensor, o acordo de delação premiada feita pelos empresários do grupo J&F “é a melhor colaboração já feita no Brasil” e a PGR foi “afoita” ao pedir a anulação das colaborações. “Mais boa-fé que existe nessa colaboração não existe! Essa colaboração começa com as provas, entregaram tudo antes. Todos os dados já chegaram no começo – as planilhas, as notas frias foram entregues, os esquemas foram relatados já no começo. Se a PGR andasse mais rápido, hoje seriam descortinados inúmeros fatos ilícitos narrados.”

Fonte: Valor Econômico.

Os comentários estão encerrados.

plugins premium WordPress