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Resultado operacional da Marfrig bateu recorde no 1º trimestre

Com o cenário ainda favorável aos negócios na América do Norte e uma expressiva melhora de desempenho na América do Sul, a Marfrig encerrou o primeiro trimestre do ano com fortes aumentos em seus resultados operacionais. O lucro líquido consolidado da companhia caiu 61,1% em relação ao mesmo período do ano passado, para R$ 109 milhões, mas por causa de um reflexo sem efeito caixa, de R$ 795 milhões, da marcação a mercado do investimento feito na consolidação da participação de 33,27% na BRF no follow on da dona da Sadia, em janeiro.

“Foi o melhor primeiro trimestre da Marfrig”, resumiu Tang David, CFO da companhia. A receita líquida total cresceu 29,6%, para R$ 22,3 bilhões, enquanto o resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) aumentou 60,9%, para R$ 2,7 bilhões. A margem Ebitda consolidada subiu 239 pontos-base na comparação entre os trimestres, para 12,3%, e mesmo com os investimentos realizados a relação entre dívida líquida e Ebitda (alavancagem) em real caiu de 1,76 vez, no primeiro trimestre de 2021, para 1,36 agora — em dólar, a queda foi de 1,69 vez para 1,53 vez. 

América do Norte 

Na América do Norte, onde a Marfrig controla a americana National Beef, foi mais um trimestre de avanços, que já garantiram resultados recorde no ano passado. Com a demanda ainda aquecida nos EUA, apesar da escaladas dos índices inflacionários, de janeiro a março a receita líquida norte-americana registrou alta de 35,4%, para R$ 15,9 bilhões. Ao consumo firme soma-se a oferta ainda ampla de gado, combinação que permitiu um incremento de 56,4% no Ebitda obtido na região, que atingiu R$ 2,4 bilhões — a margem Ebitda subiu 297 pontos, a 15%. 

América do Sul

Mas foi na América do Sul que os resultados apareceram como há tempos não se via. A receita líquida na região chegou a R$ 6,5 bilhões, 41,2% mais que de janeiro a março de 2021, ao passo que o Ebitda cresceu 94,9%, para R$ 411 milhões. Também houve melhora na margem Ebitda, de 4,6% para 6,4%, e a Marfrig acredita que o pior na região, sobretudo no Brasil, ficou para trás. Em boa medida, o otimismo vem na esteira da retomada das vendas para a China, que manteve as portas fechadas à carne bovina brasileira por três meses no fim do ano passado. Mas a oferta de gado no Brasil também aumentou. 

“No Brasil como um todo, os abates cresceram 9,2% no primeiro trimestre, mas no nosso caso o aumento foi de 20%. Somados o Brasil, a Argentina e o Uruguai, os abates cresceram 6%, e os da Marfrig foram 19% maiores”, disse Miguel Gularte, CEO da operação América do Sul da companhia. Mas o executivo reconheceu que o efeito China fez toda a diferença para os resultados, uma vez que o país é o destino de cerca de 70% das exportações brasileiras de carne bovina — o percentual supera 80% no caso da América do Sul, onde a companhia conta com 13 plantas habilitadas por Pequim. “Quando a China suspendeu o embargo, em dezembro, havia demanda represada”.

O mercado brasileiro, o maior para a empresa na região, ainda não é motivo de grandes alegrias, mas a demanda está mais estável, embora em níveis considerados baixos. Mas, para preservar margens, investimentos em produtos de maior valor agregado e na venda de carne com marca consumiram parte dos aportes de R$ 2,8 bilhões realizados pela Marfrig em todas as frentes nos últimos 12 meses, e a expectativa é que a demanda se firme em patamares um pouco mais elevados no país nos próximos meses. 

Fonte: Valor Econômico.

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