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Renato dos Santos: nossas ações devem objetivar atender ao consumidor, que se torna mais consciente no consumo de alimentos de origem animal

Prêmio BeefPoint – Edição Confinamento vai homenagear quem faz a diferença nos confinamentos do Brasil. Essa é uma iniciativa do BeefPoint, e tem a Assocon como parceira. A premiação será feita durante o Interconf 2013, evento da Assocon que acontecerá nos dias 9 a 12 de setembro de 2013, em Goiânia/GO e que o BeefPoint está fazendo a curadoria de conteúdo.

Para conhecer melhor os finalistas, o BeefPoint preparou uma série de entrevistas que mostram o que eles têm feito para se destacar na pecuária de corte.

Confira abaixo a entrevista com Renato dos Santos, um dos finalistas na categoria Bem-estar animal em Confinamento.

Renato dos Santos

Renato dos Santos é médico veterinário formado na Universidade Estadual de Londrina – PR no ano de 1977. Sempre voltado para a produção em bovinos, iniciou os trabalhos em Fazenda da Klabin no município de Telêmaco Borba, sob a batuta do Sr. Samuel Klabin, testando raças europeias sobre o nelore em cruzamento que depois se chamou cruzamento industrial.

Em 1980 assumiu a gerência técnica da Fazenda Matão, município de Loanda – PR, com então 3.000 matrizes aneloradas, entregando a fazenda em 1996 com 4.500 matrizes, 2.000 recrias a pasto e 5.000 animais em confinamento. Sua saída da fazenda foi devido à vários convites para ministrar cursos de Manejo, o que se tornou seu trabalho desde então.

Neste intervalo, em 1992, a convite do diretor da Beckhauser, José Carlos Beckhauser, passou a prestar serviço para esta indústria, estando até hoje no quadro de funcionários, onde se criou a possibilidade de estar nos meios que formam opinião quanto à produção de carne de qualidade. Esta relação tem produzido bons frutos, com reflexo positivo desde a fazenda até a indústria frigorífica. “Sim, nos orgulhamos da capacidade de criar soluções práticas para a pecuária na área de contenção e manejo”, diz Renato.

BeefPoint: O que você considera mais importante em um confinamento de gado de corte?

Renato dos Santos: Um projeto conhecido por ter uma equipe capacitada que se compromete com ele por ter conhecimento, serem motivados e capacitados. Gestão de pessoas com certeza é a ferramenta mais importante hoje. Temos excelentes profissionais em nutrição, infraestrutura, manejo, etc., mas, com certeza a gestão de pessoas é o que determina alcançar os melhores índices e não é só no confinamento, na cadeia como um todo.

BeefPoint: Qual o maior desafio dos confinamentos no Brasil hoje?

Renato dos Santos: Meio repetitivo, mas é sim a gestão. Precisamos aumentar o volume de carne com qualidade. Precisamos criar uma imagem positiva diante do consumidor. Termos respostas com a verdade quando inquiridos ou criticados, quer seja pelo mercado, quer seja por loucos de plantão.

BeefPoint: Qual projeto de confinamento você teve contato ou implementou nestes últimos anos, que considera um case de sucesso? Por quê?

Renato dos Santos: Por trabalhar com formação de mão de obra, sou um profissional que tem chegado sempre do meio do caminho para frente. Citar quantos confinamentos que já trabalhei, difícil, foram vários. O retorno é que nos confinamentos com boa gestão de pessoas, o resultado do nosso trabalho é muito positivo. Já na parceria com a Beckhauser, temos orientado na correção ou construção da estrutura de manejo (Curral), com soluções que agregam bastante valor quanto à praticidade no trabalho, produtividade e qualidade de carcaças entregues ao frigorífico.

Citar um exemplo é possível, como o Confinamento São Lucas, em Santa Helena do Goiás, que tem uma preocupação com capacitação da equipe e com o bem-estar animal para produzir matéria prima com melhor qualidade.

Renato dos Santos - turma2

Renato dos Santos - turma

BeefPoint: O que você fez em 2012 que te trouxe mais resultados?

Renato dos Santos: Andar de fazenda em fazenda treinando e capacitando mão de obra para a pecuária, quer seja em confinamentos, quer seja em fazendas de criação. As empresas dão retorno da melhora quanto ao ritmo de trabalho, diminuição dos riscos de acidente, melhora nos índices e acentuada diminuição na rotatividade dos funcionários e tenho segurança que isso mudou a qualidade da carne produzida nestes locais.

Nos últimos cinco anos, posso afirmar que foram capacitados por mim em torno de 500 trabalhadores se referindo somente a confinamentos, como Confinamento São Lucas – Sta Helena do Goiás, Confinamento Califórnia – Anicuns, Confinamento JBS – Nazário, Fazenda Agrochapada – Paranatinga, Fazenda Corrego Azul – Brasilandia – MS, Fazenda Eldorado – Aciara, Grupo Vera Cruz – Goianésia, Fazenda Sto Antonio – Padre Bernardo, Fazenda São Caetano – Primavera do Leste, Fazenda São Carlos – Novo Mundo – MT, Fazenda Serra Negra – Tibagi – PR e outros.

BeefPoint: O que você pretende fazer de diferente em 2013? E por quê?

Renato dos Santos: Já andamos praticamente dois terços de 2013 e o trabalho tem mostrado uma maior consciência dos pecuaristas quanto à responsabilidade com o Decreto 64|2000, o que nos coloca muito bem no ranking de países que se preparam quanto a produção de carne bovina com respeito ao animal. Tenho estado presente com constância nos eventos este ano, participando na disseminação de conhecimento que facilita o caminho para uma pecuária melhor qualificada e mais compreendida pelo mercado, gerando o respeito que merecemos.

Com certeza estarei presente em todos os eventos possíveis e gostaria ainda de ver uma presença maior e maciça dos pecuaristas em eventos com característica de workshop, onde podem se posicionar e facilitar a ação de órgãos de classe ou o próprio MAPA, que se sentirão apoiados para serem mais efetivos, mais ousados.

Criado em 2012, o C.E.M. (Centro Experimental de Manejo), no município de Guairaçá – PR, numa parceria com a Fazenda Arca de Noé e a Indústria Beckhauser Troncos e Balanças, se solidifica como o melhor centro de treinamento de mão de obra para a pecuária em 2013.

CEM1

CEM sala de aula

CEM2 curso - CRMV-PR

BeefPoint: Qual mensagem gostaria de deixar para os confinadores no Brasil?

Renato dos Santos: Temos olhado o frigorífico como nosso cliente. Isto não é uma verdade, então voltemos o foco para o verdadeiro cliente, que é o consumidor. Nossas ações devem objetivar atender este cliente, que se torna mais consciente no consumo de alimentos de origem animal produzido dentro de normas que garantam qualidade não só em cor e sabor, mas principalmente no quesito segurança alimentar.

O que utilizamos nos animais não pode de maneira alguma ser utilizado como contra propaganda para o alimento nobre que é a carne. O frigorífico é um intermediário que precisa a cada dia de matéria prima com mais qualidade e é assim que vamos tratar com eles. Há de acontecer que o frigorífico venha comprar e não o pecuarista vender.

Temos já no país iniciativas que dão certo, apontando o caminho. Sendo direto, os gestores devem investir em capacitação de mão de obra, tendo profissionais em suas empresas, mesmo atendendo pelo codinome “peão”.

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Confira a Programação do Interconf 2013

Lembramos que todos os finalistas do prêmio são convidados vip cortesia do Interconf 2013.

1 Comment

  1. Francisco F. S. pontes disse:

    Conheço pessoalmente o Dr Renato de longa data e sei da sua capacidade e dedicação a pecuária especialmente a capacitação da equipe de gestão e conhecimento de todos os setores da cadeia pecuária parabenizo a equipe do Beef Point pela feliz indicação

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